quarta-feira, 20 de abril de 2011


JESUS ESTÁ TRISTE

A Quarta-feira Santa dá início ao sofrimento de Jesus, daí ser chamada de Quarta-Feira de Trevas. Sabendo o destinoo que lhe fora reservado, recolhe-se às orações e se prepara para os dias de tormenta. Por tal razão a tradição é antiqüíssima no resguardo desse dia, determinado à meditação e o início da chamada Semana Santa, cujos desdobramento passam pela Última Ceia, julgamento, sofrimento, morte e ressurreição de Cristo, como redenção final do seu povo. Desde o séc. VII, celebra-se com orações litúrgicas as exéquias do Senhor. No séc.VIII, a liturgia franco-romana já conhece o apagar das luzes durante o ofício, na Sexta-feira e no Sábado. No século IX, também na Quinta-feira Santa. Desde o séc.XII, o nome ‘ofício das trevas’ indica a oração noturna (matinas e laudes) do ofício divino nos dias Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e Sábado de Aleluia. As matinas e laudes rezadas seguidas contam 14 salmos e nove leituras, das quais algumas lamentações do profeta Jeremias. É “de trevas” pois, no decorrer dele, apagam-se sucessivamente 14 velas em memória das trevas que cobriram a terra na morte do Senhor. Para este fim, é usado um candelabro triangular com 15 velas. A vela da ponta, a décima quinta, representa o Cristo. As outras representam os onze apóstolos e as três Marias. Segundo vários autores medievais, apagar uma vela após cada salmo significa o abandono de Jesus por seus seguidores, pricipalmente no horto. A liturgia antiga colocava a última vela acesa atrás do altar para trazê-la de volta mais tarde, talvez no amanhecer, simbolizando assim a morte e a ressurreição do Senhor.[1] v. Círio pascal. w A décima quinta vela no alto do candelabro triangular é chamado galo ou galo das trevas, também em Portugal. w No final do ofício cantado em latim, era costume fechar os livros com força exagerada. Segundo o Goffiné, "remata o officio um rumor confuso, que lembra o tropel e queda tumultuosa da cohorte, que, guiada por Judas, veio alta noite aprisionar a divino Salvador no Horto das Oliveiras”.[2] Já para outros, o barulho no final do ofício significa o terremoto que acompanhou a morte de Jesus, ou então a destruição de Jerusalém. w Antigamente, na igreja matriz de Iguape (SP), "sobre o assoalho de largas tábuas de madeira de lei os pés dos fiéis, batendo fortemente, produziam um ruído de trovão, no ofício das trevas na Semana Santa".[3] w O “ofício de trevas”, que indicava as orações noturnas de três dias seguidos, hoje se resume em uma única celebração. E, devido ao excessivo verbalismo e a pouca fantasia litúrgica, somente em poucos lugares encontramos esta cerimônia cantada. “O ofício das trevas é, na realidade, o início de todo um ritual, quase em extinção, das solenidades da Semana Santa.

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