terça-feira, 5 de abril de 2011


O TEOREMA DA FEIRA ESTÁ DE VOLTA

Revista virtual de cultura e arte mantida pelo escritor Lívio Oliveira retorna para a alegria dos seus leitores.
Na edição de hoje nos oferece assuntos interessantes, os quais transcrevo, resumidademente, para que você vá direto à fonte:

"Estrelas" - de Tico da Costa (enviado por Deth Haak)
Bênçãos, Poeta! Que bom o Teorema estar de volta. Aproveito para comunicar que já estamos trabalhando a terceira edição do " Várias Vozes e um só Canto", homenagem a Tico da Costa. Em assim sendo, gostaria de compartilhar com você a interpretação de ESTRELAS por parte de uma cantora francesa, em Paris, no ano passado, com a participação do quarteto de cordas de L'OPERA DE PARIS. Arranjos do nosso Sérgio Farias.
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El DÍA DESPLIEGA SU CUERPO transparente. Atado a la piedra solar; la luz me golpea con sus grandes martillos invisibles. Sólo soy una pausa entre una vibración y otra: el punto vivo, el afilado, quieto punto fijo de intersección de dos miradas que se ignoran y se encuentran en mí. ¿Pactan? Soy ele espacio puro, el campo de batalla. Veo a través de mi cuerpo mi outro cuerpo. La piedra centellea. El sol me arranca los ojos. En mis órbitas vacías dos astros alisan sus plumas rojas. Esplendor, espiral de alas y un pico feroz. Y ahora, mis ojos cantan. Asómate a su canto, arrójate a la hoguera.

(Octavio Paz, in ¿Águila o Sol?, edición comemorativa 50 aniversario (1951-2001), México: Fondo de Cultura Económica, 2001, pág. 100).
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Lobão espetacular!
Ontem, ao passar na Livraria Siciliano do Midway Mall, para verificar uns livros que havia reservado, deparei-me com o cantor e compositor Lobão fazendo uma palestra acerca de seu livro autobiográfico "Lobão: 50 anos a mil". Infelizmente, não pude entrar no auditório porque já estava atrasado.

Após a palestra, o roqueiro Lobão começou a autografar o seu livro para um longa fila de fãs. Também infelizmente, eu não havia levado o meu exemplar, que li de um fôlego e com prazer incomparável.

Mas, para mim, o melhor da noite foi uma excelente conversa que tive com alguns amigos: a jornalista Dani Pacheco, o poeta Carlos Gurgel, o músico Esso, o poeta Xavier, o jornalista Yuno...

Lobão voltará a Natal, ainda nesta semana, quando teremos no sábado, 09 de abril, o seu show no Teatro Riachuelo.
Conferirei.
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Ernest Hemingway
Oak Park, USA, 21 de Julho 1899 — Ketchum, USA, 2 de Julho 1961

Reabri, ontem, o meu exemplar todo sublinhado e anotado de ”Paris é uma festa”, belíssimo livro do grandalhão escritor americano Ernest Hemingway, que escreveu uma importante obra, ganhou um Nobel, viveu uma louca vida, conquistou várias mulheres e verteu todos os copos, e terminou essa historinha se matando com um certeiro tiro de fuzil.

De súbito, o livro exalou um forte cheiro de álcool.

Explico.

Não há no livro uma página sequer em que Hemingway não tenha descrito ou feito ligeiras referências acerca de encontros etílicos de diversos níveis e circunstâncias e alguns porres de dar dor de cabeça em bisão.

Paris não era somente uma festa naqueles chamados ”anos loucos”. Era uma orgia alcoólica interminável.

O próprio Hemingway descreve:

“Naquela minha temporada européia, todo mundo considerava o álcool tão normal e sadio como qualquer bom alimento, além de grande fonte de alegria e bem-estar. Beber vinho, por exemplo, não era uma forma de esnobismo ou sinal de sofisticação, nem uma espécie de culto. Era tão normal como comer e, para mim, muito necessário. Jamais me ocorrera fazer uma refeição sem tomar vinho, cidra ou cerveja.”

Mas, não é só em vinho, cidra ou cerveja que “Paris é uma festa” é mergulhado a todo instante durante a releitura em que prossigo. Tem whisky e champagne da melhor e todos os drinks clássicos, além da indefectível eau-de-vie. Tem até, eventualmente, uma boa água mineral Perrier (que devia dar dor de barriga naqueles bebedores compulsivos).

No meio dessa bebedeira toda, gente genial, como um tal de Scott Fitzgerald, uma senhorinha chamada Sylvia Beach, outra chamada Gertrude Stein, um iniciante na poesia chamado Ezra Pound….e muitos bêbados profissionais e outros eventuais. Mas, em cena a que Hemingway comparecesse não podia haver banalização da sobriedade. E olhe que ele nem conheceu o Beco da Lama…

Mas, para mim, a história mais curiosa do livro envolve dois serezinhos que não se misturavam (até então) com álcool: um bebê e um gato.

Já no capítulo final do livro, que Hemingway intitula como “Paris continua dentro de nós”, vem a inusitada notícia de que, na impossibilidade de contratar uma baby-sitter, Hemingway e sua esposa deixavam um bebê aos cuidados de………………um gato.

Caramba! Não pensem que é mentira minha, escrevendo isso para os leitores desavisados deste querido blog! O doido do Hemingway é que escreve:

“Não podíamos contratar babás naquele tempo, e Bumby ficava sozinho em seu berço de grades altas, isto é, acompanhado apenas de seu amigo, nosso grande e manso gato F. Puss. Muitas pessoas nos diziam que era perigoso deixar uma criança sozinha com um gato. As mais ignorantes e preconceituosas informavam que o gato lhe chuparia a respiração, matando-a. Outras alertavam-nos para o perigo de o gato deitar-se em cima do bebê, esmagando-o. Mas F. Puss não nos causava qualquer receio: deitava-se na caminha, ao lado de Bumby, e ficava vigiando a porta com seus grandes olhos amarelados, não deixando que ninguém se aproximasse enquanto eu e minha mulher estivéssemos fora, e Marie, a femme de ménage, fosse fazer alguma compra. Não podíamos ter uma babá, mas era absolutamente desnecessário. F. Puss exercia essa função.”

Ô Cabra doido e interessante era aquele Hemingway!!!!!!!
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Fernando Sabino - uma homenagem
Descobri a obra do escritor mineiro Fernando Sabino (Belo Horizonte, 12 de outubro de 1923 – Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2004) a partir da leitura do livro “Elenco de Cronistas Modernos”, numa edição José Olympio de 1975, capa e sobrecapa branca e verde, e que eu lia avidamente em minha adolescência nos já distantes anos 80, acompanhando-me o volume como uma espécie de Bíblia particular.

Nesse livro, além daquelas lições do texto breve de Sabino, havia crônicas escolhidas de Carlos Drumonnd de Andrade, Clarice Lispector, Manuel Bandeira, Paulo Mendes Campos, Rachel de Queiroz e Rubem Braga. Pequenas obras-primas.

À época, chamou-me especial atenção aquele estilo límpido, ágil e bem-humorado das crônicas de Fernando Sabino, como, por exemplo, o que se fazia estampado no texto antológico de “A Última Crônica”, que tem como pano de fundo um peculiar aniversário.

Depois, li quase toda a obra de Sabino. E comecei por um livro engraçadíssimo chamado “O Grande Mentecapto” (1979), um romance picaresco que mata qualquer um de rir (posteriormente, em 1986, foi transformado em filme – que vi, se não me engano, no saudoso Cine Nordeste – com o ator Diogo Vilela fazendo o papel principal de Geraldo Viramundo).

Ainda tenho algumas edições originais (com aqueles dorsos coloridos e capas invariavelmente brancas) de Sabino, como o seu primeiro livro “Os grilos não cantam mais” (de 1941, reeditado em 1984), além de “A mulher do vizinho (1980), “O gato sou eu” (1983), “A faca de dois gumes” (1985). Tenho, também, toda a obra reunida pela Aguillar, onde consta o seu mais famoso livro “O Encontro Marcado” (1956) e vários outros.

Tive a oportunidade de ver Fernando Sabino por três vezes.

A primeira foi num evento chamado justamente “Encontro Marcado” (que aconteceu, em Natal, no auditório principal da UFRN) em que havia, por todo o Brasil, palestras de escritores importantes, como Ignácio de Loyola Brandão, Marina Colasanti, dentre outros (talvez, para Natal, tenha sido esse o precursor do ENE e de outros eventos).

Na segunda vez, quase esbarrava com Sabino e sua filha cantora Verônica na esquina do calçadão do velho Hotel Ducal. Que encontro maravilhoso que aquele (este) adolescente vivenciou (mesmo que não marcado)!

Na terceira vez, eu já havia lido quase todos os seus livros e fui, em companhia de meu pai, ao lançamento de “A faca de dois gumes” (que também foi transformado posteriormente em filme), que aconteceu lá no velho Zás-Trás. Naquele acontecimento eu contava com 15 anos de idade e não tive nenhuma vergonha de levar uns oito livros de Sabino para que ele autografasse. E o melhor aconteceu, para escândalo, certamente, de alguns pretensiosos e antipáticos intelectuais que fazem pouco caso de seus admiradores: Fernando Sabino não se negou a autografar nenhunzinho e todos eram diferentes e longos autógrafos!!! E, ainda de quebra, bateu altos papos com papai e me fez um elogio. O máximo! O máximo!

Tenho aqui uns que quero transcrever para conhecimento geral. Vejam que beleza e que generosidade a de Sabino, primeiramente autografando “O Grande Mentecapto”:

“A Lívio, esta lembrança do nosso irmão espiritual Geraldo Viramundo, O Grande Mentecapto (Sabino usara aqui o título impresso do livro, intercalando-o entre as suas palavras manuscritas), a que se associa com um afetuoso abraço, o Fernando Sabino. Natal, 16/6/85”.

No livro “Os grilos não cantam mais”, Sabino escreveu para mim:

“Ao Lívio, com inveja dos seus 15 anos, e a certeza de que você haverá de vencer. O melhor abraço do seu Fernando Sabino. Natal, 17/6/85″ (curiosamente, Sabino mudou a data, conforme veem através do cotejo com o autógrafo acima).

É, meus amigos e amigas, há umas lembranças que emocionam…

p.s. 1. Talvez, Fernando Sabino tenha cometido um único grave erro em sua trajetória intelectual: uma certa biografia da ex-ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello. Chamou-se “Zélia, uma paixão” e não trouxe muitas alegrias para Sabino, que terminou a vida meio magoado com a imprensa (que nada perdoa);

p.s. 2. Fernando Sabino foi um excelente baterista de Jazz. Mais um motivo para eu ter sido e continuar sendo fã do cara;

p.s. 3. As gerações escolares atuais precisam resgatar esse nome e a leitura de sua obra.
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10/12/2010Deep Throat and the Panorama
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O velho cinema "Rio Grande", no centro de Natal (foto de autoria não identificada)

Mais uma vez me acomete uma certa nostalgia dos anos 70 e 80 em Natal.

Eu, que costumava frequentar as salas de cinema que existiam naquela altura, tenho hoje preferido o conforto de ver filmes em DVDs (muitos, muitos, e sendo paulatinamente empilhados num canto do apartamento) a seguir o ritual cansativo e competitivo de assistir a filmes em cinemas de shoppings.

Para mim é difícil enfrentar o ruído de alguns espectadores. Para mim é inexplicável que eu tenha que procurar a “terra prometida”, subindo com o meu carro por uma espécie de labirinto em espiral (até chegar no ponto G5 do shopping) para conseguir ter acesso a uma sala de cinema disputada por alguns (nem sempre, sejamos justos) mal-educados que só veem filmes por não encontrarem criatividade para outras escolhas (como, por exemplo, ler).

Ah! Em alguns casos, tenho antes que enfrentar grandes filas, o que me faz ficar distante de lançamentos como “Tropa de Elite 2″. Mas, tem nada não, afinal, já assisti à terceira versão do filme em capítulos dos telejornais recentes…

E aí, vou tentando também me atualizar em DVDs, na medida do possível. Claro, que aí ocorre um “delay”. Mas, paciência, não sou daqueles que correm para ver os filmes e para comentar, fresquinhos, fresquinhos (os filmes vistos, claro!) nos blogs culturais.

Prefiro, mesmo, o balançar da rede, o sofá rechonchudo, ou mesmo a cama, para ver os meus clássicos e algumas novidades no equipamento compacto que me socorre semanalmente.

Saudades das vetustas salas de cinema do Rex, Nordeste, Olde (até hoje não sei porque não era Old) e o meu queridíssimo Rio Grande (hoje, de maneira melancólica, transformado numa igreja evangélica).

Meu amigo Palocha pode até vir a salvar o Cine Rio Grande, um dia. Ele que joga na Sena todas as semanas e promete que – quando ganhar o grande prêmio – investirá no resgate daquela ex-catedral das películas cinematográficas.

Mas, sabe o que lamento até hoje? Não ter assistido a nenhuma sessão no velho Panorama, lá nas Rocas. Meus irmãos mais velhos iam para aquela aventuras picarescas que eram as apresentações de pornochanchadas e outros filmes de teor erótico, e em meio a figuras na plateia, digamos, meio esquisitas.

Alguns aqui devem lembrar que foi lá que passou “Garganta Profunda” (se não me engano) e outros “clássicos” do gênero, pela primeira vez, aqui em Natal.

Eu tinha desejo, muito desejo de participar desses eventos “culturais” nas Rocas. Mas, infelizmente, não tinha a idade que, inexoravelmente, tenho hoje de sobra.
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Somos todos irmãos de sangue
Somente hoje vim assistir ao documentário “Três Irmãos de Sangue” (Ângela Patrícia Reiniger, Brasil, 2006). E eu o vi pelo canal NBR, na TV a Cabo. E me apaixonei, de cara.

Extremamente profundo e comovente, o filme trata da história desses fantásticos e geniais irmãos brasileiros: Betinho, Chico Mário e Henfil.

No decorrer das imagens, pontuadas quase sempre pela bela música de Chico Mário (destaque para “Ressurreição”), pode-se ter, também, um raio-X de um Brasil recente, mas que já experimentou tremendas mudanças.

Ditadura, anistia, movimento das Diretas-já, eleição de Tancredo, prisões, bombas, liberdade, AIDS, hemofilia, solidariedade, luta contra a doença, campanha contra a fome, arte, criatividade, música, cartunismo, alegria, tristeza, vida, morte, tudo é tema desse intenso documentário.

Vê-se, através da história desses três irmãos maravilhosos, a história de um país que vem superando seus graves problemas.

Hoje, a AIDS é um problema menos dramático e acredito que os bancos de sangue brasileiros são mais vigiados e fiscalizados.

Hoje, já somos veteranos, experimentadíssimos em eleições diretas, e damos exemplos para o mundo de eleições técnicas e claramente democráticas, tendo eleito um operário e uma mulher para a presidência.

Hoje, temos vencido a fome e a miséria. Apesar de faltar um longo caminho a trilhar.

Hoje, estamos tentando superar a violência e o tráfico.

Para isso tudo tivemos os exemplos de coragem daqueles três irmãos hemofílicos, mortos cruelmente pela AIDS.

Vale lembrar, em homenagem aos caras e ao nosso combalido, porém esperançoso Brasil , a canção “O Bêbado e a equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc:

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos…

A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.
Meu Brasil!…

Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarisses
No solo do Brasil…

Mas sei, que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança…

Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar…

A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar…Azar!
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Bibliofilia: uma patologia!
Desde criança tenho paixão por livros. Aprendi a ingressar numa biblioteca como quem adentra um templo religioso. Minha paixão pelo livro é tanta que me atrevi a escrever, ceta vez, alguns ensaios esquecidos sobre colecionadores de livros e algumas grandes bibliotecas da terrinha ensolarada.

Hoje, acredito ter conseguido substituir (ou mitigar) o apreço e o fetiche pelo objeto-livro, colocando em seu lugar o evidente e obrigatório fator-leitura. E tenho inúmeras razões para isso. E todas são lógicas e saudáveis.

Acredito que, com algumas exceções, como a do saudoso José Mindlin ou a de Vicente Serejo, que sempre conheceram o valor físico e intelectual de cada um de seus livros, poucos deveriam guardar grandes quantidades de livros em suas casas e apartamentos particulares.

Para alguns, isso pode se transformar numa grande maldição…

Acredito que deveriam existir muitas mais, maiores e melhores bibliotecas públicas, equipadas e prestando serviços à altura das necessidades do público leitor das cidades. Que dó me dá, por exemplo, em saber como estão as do RN. Que dó me atinge quando me apercebo da grande ausência dos poderes públicos no que atine a essa matéria. É…são os poderes iletrados….

Mas, voltando à constatação de que as bibliotecas particulares, com poucas exceções, deveriam ser menores, lembro-me de algumas que vi e que vejo e que me mostram, realmente, o lado patológico dos formadores dos acervos. Gente que ajunta livros para preencher um buraco interior que nunca será preenchido…

Eu tenho hoje a nítida convicção de que todo colecionismo tem um lado patológico, que às vezes se traduz em algo positivo, mas, às vezes, traz mais perturbações do que benefícios.

Falo, em tratando do colecionismo de livros, principalmente daqueles doidelos que compram livros por kilogramas (um certo livreiro aposentado de Natal, com quem conversava sobre o assunto e sobre aqueles pacóvios, não me deixaria mentir), mal dedicando tempo às suas leituras, ao abraço diário com o seu arsenal de palavras. E há. E são muitos. Um exército, quase.

Eu, mesmo, talvez tenha adquirido mais livros do que serei capaz de ler em toda a minha vida. Sei que alguns são mais para consultas, como os dicionários pelos quais sou apaixonado. Outros são pelo prazer táctil e visual, pelas edições de luxo e/ou mais difíceis de encontrar nas livrarias e sebos.

Mas, sou sabedor de que o que importa mesmo é a leitura. E é a ela que tenho me dedicado, muito mais que à compra de livros a esmo. Hoje, não teria pudor em substituir uma parte de minha biblioteca física por um bom iPad ou um Kindle. Ainda estou aguardando pelo meu.

E, à medida em que vou vencendo leituras muitas, muitos livros, como objeto, deixam de ter valor para mim. Sem pudor. Sem medo de ser econômico.

Por tal razão, a doação ou uma passada num sebo amigo para deixar alguns desses velhos companheiros é, por vezes, uma boa solução.

Mas, aí é que vem a pergunta: por onde começar? A partir de qual setor da biblioteca, iniciarei minha estratégica redução de adiposidades?

Fico olhando e sinto enorme dificuldade, vendo que alguns daqueles volumes me são de extrema importância e afeição.

Mas, como a compactação da biblioteca é uma meta, vou pesquisando, pesquisando e, de repente (eureca!), assumo a certeza de que, sim, alguns livros serão facilmente descartados. Encontrei-os. E, de fato, não farão tanta falta. Já vão tarde! Muito tarde!

Afinal, nem todos os livros e pessoas são, de fato, uma boa companhia…














































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Lívio Oliveira
Um simples anotador de impressões. Um amante da arte e da cultura.

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