sexta-feira, 20 de maio de 2011


sexta-feira, 20 de maio de 2011
A CERTEZA DA PICADA
Foto: Rh Bezerra
A pressa
Francisco Sales Felipe - advogado
Ao Dr. Moacir – arquiteto do “Poema de Concreto”

Artigos
Tribuna do Norte
20 de Maio de 2011

É o açodamento da correnteza do rio que leva o canoeiro ao infortúnio. A jararaca-do-tabuleiro no sertão quando corre é certeza de picada. A pressa não só frustra a possibilidade da busca pelo perfeito, mas esconde nas suas entranhas a forma silenciosa dos vícios.

Há pressa! Espera-se por três partidas e isto justifica a pressa. O corpo doente estirado no corredor dos hospitais pode esperar por mais um drible no jogo de interesses. A vida não tem qualquer importância para os jogadores de marreta em punho.

Vai começar o jogo. Quanto pagarei por esse ingresso?

O valor da entrada para assistir a três partidas é a soma de um empréstimo contraído perante o BNDES. E qual a garantia? Imóveis do patrimônio do Estado e direito deste sobre royalities de petróleo. A fonte de todos os recursos – empréstimo e garantia – é sempre a mesma: o patrimônio público.

Não tenha dúvida. Depois dos três espetáculos, o BNDES irá buscar os meios jurídicos para receber os seus créditos. Nesta hora, será o patrimônio do Estado do RN que irá responder pela dívida, visto que foi o Estado que prestou a fiança e renunciou o benefício de ordem.

E a pressa, por quê? A pressa vai servir para atropelar as exigências previstas na lei das licitações.

E qual a participação do Privado neste empreendimento? A certeza do lucro sem qualquer risco, vez que é o fundo garantidor (formado por patrimônio tão somente público) que irá garantir o pagamento do empréstimo.

E qual o retorno

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