sábado, 9 de julho de 2011



C O N V I T E

O INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA – INRG tem a satisfação de CONVIDAR os seus associados e pessoas interessadas para assistirem a reunião-palestra, que será realizada com a participação especial do historiador ANDERSON TAVARES, o qual abordará o tema: “Famílias Macaibenses”.
DATA/HORÁRIO: dia 15 de julho, às 19 horas.
LOCAL: Solar Bela Vista – Av.Câmara Cascudo (antiga Junqueira Aires) – Natal
Natal, 07 de julho de 2011.

ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
Presidente

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Amigos!
Recebi do meu leitor e amigo ”Soares dos Anjos” este e-mail, que se caracteriza como dos mais verdadeiros que recebi.
Escandaliza-se com o mensalão, o dinheiro na cueca, a farra das passagens aéreas...

E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!

Colhemos o que plantamos! A mudança deve começar dentro de nós, nossas casas, nossos valores, nossas atitudes!
Vamos dar o bom exemplo! Espalhe essa idéia!

"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos...."

Brasileiro reclama de quê?

O Brasileiro é assim:

A- Coloca nome em trabalho que não fez.
B- Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.
C- Paga para alguém fazer seus trabalhos.
1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.
5. - Fala no celular enquanto dirige.
6. - Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) - assim o amigo não gasta nada.
7. - Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
8. - Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas.
9. - Viola a lei do silêncio.
10. - Dirige após consumir bebida alcoólica.
11. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
12. - Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.
13. - Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
14. - Faz "gato " de luz, de água e de tv a cabo.
15. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
16. - Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.
17. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
18. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.
19. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
20. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
21. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se
fosse pouco rodado.
22. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.
23. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
24. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
25. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
26. - Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
27. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.
28. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
29. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
30. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.
31. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos....
Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?
Brasileiro reclama de quê, afinal?

quinta-feira, 7 de julho de 2011


CNJ quer que Judiciário dê mais atenção à saúde

O Conselho Nacional de Justiça aprovou, na terça-feira (5/7), recomendação a todos os tribunais para que adotem medidas com vistas a subsidiar melhor os magistrados e demais operadores de Direito no estudo e julgamento de decisões relacionadas à saúde.
Desde o ano passado, por meio do Fórum da Saúde, o CNJ vem avaliando e monitorando as ações judiciais na área, sobretudo os setores que mais demandam ações na Justiça (em sua maior parte, pedidos relacionados ao Sistema Único de Saúde — SUS). Os dois primeiros levantamentos das ações judiciais de saúde constataram a existência de 241 mil processos em tramitação nos tribunais
A nova recomendação vem para complementar as ações do Conselho e, ao mesmo tempo, levar os tribunais a separarem as ações e contribuir com a avaliação e monitoramento das que tratam de planos e seguradoras. Na prática, o texto recomenda aos tribunais que celebrem convênios para oferecimento de apoio técnico aos magistrados, sem ônus para os tribunais, de médicos e farmacêuticos indicados pelos comitês executivos estaduais do Fórum da Saúde. Estes profissionais vão auxiliar os juízes e desembargadores na formação de um juízo de valor quanto à apreciação das questões clínicas apresentadas pelas partes, observando-se as peculiaridades regionais de cada caso.
Os juízes também serão orientados a, por meio das corregedorias de seus tribunais, oficiar (quando cabível e possível) à Agência Nacional de Saúde Suplementar, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ao Conselho Federal de Medicina e ao Conselho Federal de Odontologia sobre os processos. O intuito é fazer com que tais entidades possam se manifestar sobre a matéria debatida dentro das suas atribuições e sobre obrigações regulamentares das operadoras, bem como medicamentos, materiais, órteses, próteses e tratamentos experimentais.
O CNJ recomendou, ainda, no mesmo documento, que a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e as escolas de magistratura estaduais e federais promovam seminários para estudo e mobilização na área de saúde, de forma a propiciar maior discussão e entrosamento sobre a matéria. E que os conselhos gestores do Fórum da Saúde incluam, entre os seus integrantes, um representante de planos de saúde suplementar.
A recomendação entra em vigor assim que for publicada no diário eletrônico da Justiça — o que acontece nos próximos dias. A matéria foi relatada pelo conselheiro Milton Nobre, atual coordenador do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde, que tem como membros os conselheiros Marcelo Nobre e Nelson Tomaz Braga. Foi aprovada, por unanimidade, pelo plenário do CNJ. Com informações da Agência de Notícias do CNJ.
__________________
Colaboração de Alex Gurgel.

quarta-feira, 6 de julho de 2011


A bola, essa nossa inimiga
Everton Dantas
Novo Jornal, 1º de julho de 2011


Gasta-se muita energia com bola neste país. Todos os dias, o tempo inteiro, há alguém tratando do assunto. Na mídia não é diferente. É pior. São milhares de páginas de jornais e incontáveis minutos de TV e Rádio empregados exclusivamente para falar da bola que rola nesta terra. E é uma bola imensa. E está em todo canto. Corre faceira na rua, na chuva, na fazenda e também nas casinhas de sapê; sejam elas habitadas por parlamentares, administradores e/ou magistrados.
Mesmo quando não rola bola alguma, ela continua presente, onipresente; ditando a agenda de assuntos; alimentandos sonhos de crianças que sonham se tornar craques e de adultos que compõem uma verdadeira nação de pelés, manés, patos e gansos. Não fosse a bola e esse país todo dedicado a ela, talvez tivéssemos mais saúde e educação. Talvez houvesse mais pão, leite, açúcar e farinha no País. Talvez não se perdesse tanto.
Não fosse a bola teríamos mais tempo (levando em consideração o que o tempo realmente é) para cuidar, por exemplo, do planejamento urbano dessa cidade e torná-la (aprimorá-la) um espaço de causar inveja às outras cidades que onde a Copa vai baixar. Mas não.
Por causa da bola, estão preferindo estuprar Natal em obras e promover durante um longo período o surgimento de manhãs e tardes onde vai ser praticamente impossível manter a calma no tráfego desta cidade já empazinada de veículos.
Por causa da bola optou-se recentemente por gastar R$ 300 mil num seminário onde só se falou sobre a bola e os benefícios que ela trará á cidade. R$ 300 mil que incluíram gastos com publicidade num jornal que não figura no mesmo panteão no qual estão o Estadão, o Globo ou a Folha, veículos que justifi cam realmente
uma aplicação para divulgar um suposto destino turístico para o Brasil. A bola é tão forte que atraiu até Ricardo Teixeira a Natal.
Saravá. E é tão poderosa que os gastos com a Copa do Mundo 2014 no Brasil serão superiores ao total investido nas últimas três realizadas (Japão-Coréia, Alemanha e África do Sul).
O mais triste dessa história toda envolvendo a bola é que poucos realmente vão tocar nela; vão recebê-la; ter seus benefícios.
São pouquíssimos. Veja os craques da bola que temos.
São poucos que realmente levam. São só eles, suas famílias e alguns chegados. O restante apenas vai pagar. Pagar caro. Pagar e assistir.
E voltar para casa, num fi m de tarde de domingo, dentro de um ônibus lotado, embriagados, enganados, derrotados. E enquanto levarão horas para chegar às suas casas serão faustosamente driblados por carros luxuosos que – em sentido contrário (para a zona sul e além) – avançarão em direção à meta e, donos da bola que são, porão fim a mais uma goleada de muitos zeros.
Viva à bola, essa nossa amada inimiga.
A bola, essa nossa inimiga
Everton Dantas
Novo Jornal, 1º de julho de 2011


Gasta-se muita energia com bola neste país. Todos os dias, o tempo inteiro, há alguém tratando do assunto. Na mídia não é diferente. É pior. São milhares de páginas de jornais e incontáveis minutos de TV e Rádio empregados exclusivamente para falar da bola que rola nesta terra. E é uma bola imensa. E está em todo canto. Corre faceira na rua, na chuva, na fazenda e também nas casinhas de sapê; sejam elas habitadas por parlamentares, administradores e/ou magistrados.
Mesmo quando não rola bola alguma, ela continua presente, onipresente; ditando a agenda de assuntos; alimentandos sonhos de crianças que sonham se tornar craques e de adultos que compõem uma verdadeira nação de pelés, manés, patos e gansos. Não fosse a bola e esse país todo dedicado a ela, talvez tivéssemos mais saúde e educação. Talvez houvesse mais pão, leite, açúcar e farinha no País. Talvez não se perdesse tanto.
Não fosse a bola teríamos mais tempo (levando em consideração o que o tempo realmente é) para cuidar, por exemplo, do planejamento urbano dessa cidade e torná-la (aprimorá-la) um espaço de causar inveja às outras cidades que onde a Copa vai baixar. Mas não.
Por causa da bola, estão preferindo estuprar Natal em obras e promover durante um longo período o surgimento de manhãs e tardes onde vai ser praticamente impossível manter a calma no tráfego desta cidade já empazinada de veículos.
Por causa da bola optou-se recentemente por gastar R$ 300 mil num seminário onde só se falou sobre a bola e os benefícios que ela trará á cidade. R$ 300 mil que incluíram gastos com publicidade num jornal que não figura no mesmo panteão no qual estão o Estadão, o Globo ou a Folha, veículos que justifi cam realmente
uma aplicação para divulgar um suposto destino turístico para o Brasil. A bola é tão forte que atraiu até Ricardo Teixeira a Natal.
Saravá. E é tão poderosa que os gastos com a Copa do Mundo 2014 no Brasil serão superiores ao total investido nas últimas três realizadas (Japão-Coréia, Alemanha e África do Sul).
O mais triste dessa história toda envolvendo a bola é que poucos realmente vão tocar nela; vão recebê-la; ter seus benefícios.
São pouquíssimos. Veja os craques da bola que temos.
São poucos que realmente levam. São só eles, suas famílias e alguns chegados. O restante apenas vai pagar. Pagar caro. Pagar e assistir.
E voltar para casa, num fi m de tarde de domingo, dentro de um ônibus lotado, embriagados, enganados, derrotados. E enquanto levarão horas para chegar às suas casas serão faustosamente driblados por carros luxuosos que – em sentido contrário (para a zona sul e além) – avançarão em direção à meta e, donos da bola que são, porão fi m a mais uma goleada de muitos zeros.
Viva à bola, essa nossa amada inimiga.

terça-feira, 5 de julho de 2011

TRÊS ASSUNTOS DIVULGADOS NO CADERNO "MUITO", DO JORNAL O POTI DO DIA 3 DE JULHO CORRENTE, CUJA EDITORA É ADRIANA AMORIM

Modernidade sem memória
Estudiosos defendem que Natal deveria unir desenvolvimento ao respeito com seu patrimônio arquitetônico
Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br

O diálogo entre o velho e o novo foi marcado por desavenças ao longo da história. Quando a vivacidade do progresso brilha sobre as cores desbotadas da tradição, a sensação é de desenvolvimento, evolução. E na esteira dessas transformações, a identidade cultural construída junto a cada tijolo colocado na edificação se desmorona para ceder lugar a uma nova vida, sem personalidade ou memória. Nas últimas décadas Natal tem destruído sua história. E o obituário da arquitetura moderna da cidade está em vias de registrar mais um "arquiticídio": a demolição do estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o Machadão.

Demolição do Machadão seria um exemplo do desprezo da cidade para com a arquitetura moderna Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Natal segue o exemplo de metrópoles espalhadas pelo mundo Ocidental. Nelas, o caos urbano impera: concentração demográfica, congestionamentos, poluição sonora e visual... Se há peculiaridade na chamada Aldeia de Poti, é a característica de cidade em desenvolvimento. Ou seja: ao contrário das metrópoles onde o "progresso" se instalou sem aviso prévio, ainda há tempopara planejar Natal. Mas a inércia, incompetência ou desapego cultural do poder público tem virado as costas para esse planejamento. É o que apontam alguns dos principais arquitetos da cidade. E um exemplo é o histórico e atual desleixo com seu patrimônio material.

O desafio imposto a Natal é unir o desenvolvimento sustentável ao respeito com seu patrimônio arquitetônico. Este é o mote de artigo escrito pelos professores Maisa Veloso, Natália Miranda Vieira e Marizo Vitor Pereira, intitulado Crônica de uma morte anunciada: Arquitetura moderna em Natal x Copa de 2014. No trabalho, eles frisam: "Preservar o patrimônio arquitetônico não significa congelá-lo, transformá-lo em coisa imutável. Nem tão pouco exercitar 'meia preservação', acarretando prejuízo para a proposta arquitetônica original, em nome de uma pretensa requalificação". Não é o que se tem visto nas últimas décadas.

Os professores - todos eles membros do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFRN e do programa de pós-gradução - comentam que o acervo natalense da arquitetura moderna começa a surgir na década de 1950 influenciado pela "Escola Pernambucana" e de influências externas, a exemplo da "Escola Carioca". "Nesse cenário, destacam-se os arquitetos potiguares Ubirajara Galvão, Daniel Hollanda e Raimundo Gomes, formados pela UFPE; João Maurício Fernandes de Miranda e Moacyr Gomes, formados pela Faculdade Nacional de Arquitetura, então Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro". Mas a obra desses arquitetos, em maioria, foi demolida, desfigurada ou está abandonada.

Sociedade sem voz

O Machadão hoje é considerado descartável pelo governo, sem discussão sobre sua importância simbólica e patrimonial. Em seu lugar será construído um complexo multiuso, contendo uma nova arena esportiva. Na versão inicial, estavam incluídos hotéis, teatro, estacionamentos subterrâneos, prédios comerciais, shopping center e os centros administrativos do governo do Estado e da Prefeitura de Natal.

Como afirma a tese dos professores da UFRN, "o caso do Machadão é apenasum exemplo dentre muitas outras mortes que não foram sequer anunciadas, ou apenas comunicadas em breves 'notas de falecimento', em rodapés de um novo texto que está sendo escrito, de uma cidade historicamente ansiosa pelo novo e pela novidade".

E pergunta, após decisão de que não seria possível realizar a adaptação do estádio para a Copa. "Mas, como se chegou a esta decisão? Qual o seu fundamento? Que aspectos foram considerados? Que atores sociais foram consultados para uma tomada de decisão tão séria como esta?".

Arquitetura abandonada

A história é um livro aberto. E no capítulo de Natal, algumas folhas têm sido arrancadas, destruídas. O arquiteto Haroldo Maranhão aponta total desprezo na cidade. "Basta comparar com capitais vizinhas. Mesmo Fortaleza, mais jovem, preserva seu centro histórico. Recife, nem se fala. Aqui, a todo momento arrancamos a lembrança marcada em nosso álbum de família". E cita a má conservação dos prédios tombados ou mesmo os sem legislação que assegurem sua integridade.

"Falta política de preservação. A primeira intervação se deu na Rua Chile, em 1995. Depois voltou o abandono. Em 1999 a prefeitura promoveu concurso para revitalização da praça André de Albuquerque. E veja hoje como está. É preciso inserir na agenda da cidade a questão ambiental e cultural. Extinguir o conflito entre capital financeiro e capital cultural. Progresso é a harmonia entre desenvolvimento econômico, cultural e social", ressaltou.

Para ele, falta incentivo aos proprietários de prédios tombados, já que a edificação se desvaloriza pela proibição de reformas radicais, a exemplo da demolição para construção de espigões. Cita o prédio do antigo Arpege, cujo teto desabou pelo abandono. "A história não é só o que foi feito há séculos. A arquitetura moderna vem sendo destruída ou descaracterizada", alerta.


Muito
Edição de domingo, 3 de julho de 2011

"Natal tem mania de construir em cima do já feito"


pSuperintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jeanne Nesi disse enfrentar dficuldades para conservar prédios tombados no bairro da Ribeira e Cidade Alta. "Proprietários são responsáveis pela conservação. Muitos estão abandonados e a fiscalização do Iphan não consegue encontrar os donos para um diálogo amistoso. O prédio do Arpege é um exemplo. Partiremos pra ação judicial".

Não é o caso de outras áreas da cidade, a exemplo de Tirol e Petrópolis, repletos de prédios da arquitetura moderna, sem tombamento e passíveis de demolição. "Em São Paulo também é assim: casarões históricos dão lugar a espigões. Na Europa antiga se preserva; há sentimento preservacionista, iniciado com a Revolução Francesa, quando o povo tomou os monumentos do clero e preservaram. Surgiu ali o tombamento".

Em relação ao Machadão, o Iphan nada pode fazer a respeito. "Os estádios Machadão e Machadinho estão fora da área de tombamento do Iphan, assim como a maioria dos prédios de arquitetura moderna da cidade", comentou, Jeanne Nesi, nora de Humberto Nesi, nome do chamado Machadinho. "É um desrespeito. Lamento essas demolições, sem respeito ao patrimônio e a seus criadores, sem qualquer compensação".

Jeanne Nesi ressalta que falo como cidadã e arquiteta. "É uma cultura nossa. Natal tem mania de construir sobre o já feito. O projeto em Recife é de um estádio novo, belíssimo, mais afastado da cidade e sem mexer nos três estádios tradicionais. Não falta espaço nos arredores de Natal. O entorno do novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante seria uma ideia", sugere.

AMARGURA

Precursor da arquitetura moderna em Natal, Moacyr Gomes vive hoje amargurado aos 84 anos. Desistiu das entrevistas à imprensa que só o procurou após sacramentada a demolição da sua "menina dos olhos" e lhe renegou atenção quando alertou para o "arquiticídio" da ação quando o assunto começava a ser discutido, há três anos. "O Brasil está sendo assaltado pela Fifa, como foi feito na África do Sul. E a Assembleia Legislativa ainda dará título decidadão potiguar ao gangster Ricardo Teixeira (presidente da CBF). Não vi legado em 16 copas que aconteceram. Mas meu esforço é inútil. Não vou mais me expor ao ridículo para riso alheio".

Para Moacyr Gomes, o Machadão é consequência de uma série de equívocos vividos há 20 anos na cidade. O "massacre" provocado pelo mercado imobiliário tem como carro-chefe espigões construídos sem planejamento urbano ou respeito aos bens culturais. "Hoje somos uma cidade ingovernável. Quero viver bastante para ver esse milagre de mobilidade urbana. Hoje às 9 horas não se passa pelas principais avenidas, todas congestionadas. Natal será uma cidade infernal como Saão Paulo, Recife, porque a cidade não se planejou. Não tem mais jeito. Infelizmente o natalense não tem bairrismo, não ama sua cidade. Que sobre a Fortaleza dos Reis Magos".

A solução apontada pelo arquiteto para evitar a verticalização exacerbada encontrada em cidades do mundo com mais de 400 mil habitantes seria dotar as cidades vizinhas de melhor estrutura para atrair o cidadão e evitar a concentração urbana em pequenos espaços e bairros antigos. "Foi o que aconteceu em Petrópolis e Tirol. Já chegou em Lagoa Nova e está indo para Neópolis". E aponta: "No meu tempo de menino, Natal tinha 25 a 30 mil pessoas. Hoje está perto de 1 milhão. Temos prédios enormes, com densidade demográfica exagerada, sem qualidade de vida".

Entrevista >> Demétrio Torres

Demétrio Torres preferiu omitir opiniões e encerrar o assunto quando o tema da importância do patrimônio cultural para a cidade foi abordado. Ainda assim, confessou o motivo para a demolição do Machadão: aspectos técnicos, sem consulta à sociedade ou consideração pelo patrimônio cultural àquele que já foi considerado o "poema de concreto" da cidade. O diretor do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) acumula também a função de secretário da Copa no novo governo estadual, desde 1º de janeiro. Também participou da atual gestão municipal como secretário de Obras e Viação. Tem longo currículo na área da engenharia e na administração pública.

Quais aspectos foram considerados para decidir-se pela demolição do Machadão?

Todos os aspectos foram técnicos: a localização (região central da cidade onde passam 70% das linhas de transporte), a fácil acesso ao aeroporto, aos hoteis, à rede hospitalar de alta complexidade.

A cidade perde parte de sua memória cultural com essa decisão?

Como é uma obra ultrapassada se comparada aos grandes estádios do mundo, penso que o Machadão já cumpriu seu papel.

Quais atores sociais foram consultados para esta decisão?

Olha, a opção foi feita no ano passado. Assumimos o governo e já não cabia mais esse tipo de discussão (a reportagem não conseguiu contato com o primeiro secretário da Copa, Fernando Fernandes).

Qual seria a opinião do senhor se ainda coubesse?
Minha opinião pessoal não vale de nada. A obra já está em andamento.
Se outro patrimônio da arquitetura moderna, a exemplo do prédio do DER, estivesse passível de demolição, o senhor seria a favor?
Como é, homem? Você não disse que o assunto seria o Machadão?
Disse que o tema seria a arquitetura moderna de Natal e o Machadão seria um exemplo.
Bom, pra mim o assunto está encerrado.

Saiba mais
Arquitetura moderna surgida na década de 50 em Natal
l Faculdade de Odontologia
2 Terminal Rodoviário Presidente Kennedy
3 Clube da Assem
4 Edifício Sede do Tribunal Regional Eleitoral
5 Sede do América Futebol Clube
6 Edifício do INSS/Ribeira

Arquitetura moderna surgida na década de 70 em Natal
l Hospital Geral e Pronto Socorro (atual Walfredo Gurgel)
2 Estádio Machadão
3 Edifício da Cosern
4 Capela do Campus Central da UFRN
5 Catedral Metropolitana de Natal
6 AABB

Patrimônio arquitetônico moderno demolido
l Sede do ABC Futebol Clube
2 Hotel Tirol

Patrimônio abandonado ou desfigurado
l Hotel Reis Magos
2 Edifício Sede do Saneamento
3 Cine Nordeste
4 Cinema Rio Grande

segunda-feira, 4 de julho de 2011


Explicações que faltam
QUE VENHA A COPA E COM ELA
AS EXPLICAÇÕES QUE FALTAM
Albimar Furtado
Novo Jornal, 1º de julho de 2011


A PARTICIPAÇÃO DE Natal como uma das
sedes da Copa do Mundo de 2014 tem
rendido muitos comentários, opiniões,
artigos, discursos pessimistas e otimistas.
Entre os prós, o argumento mais eloqüente
é o de que a cidade receberá um
grande legado, que passado o evento a
capital não será mais a mesma pelo tanto
de investimento que receberá, em especial
nos projetos destinados à mobilidade
urbana. Pode ser. Mas muita coisa
ainda precisa de uma boa explicação, até
mesmo para deixar de ser mistério distante
das pessoas às quais serão destinados
os benefícios anunciados e louvados.
Há uma discussão, certamente a
maior delas, mesmo já vencida. É a derrubada
do Machadão. Virá um estádio
novo e é bom que chegue, que seja um
novo equipamento para servir à cidade e
ao cidadão. Mas o que a população não
entendeu ainda é porque para construilo
se exige a derrubada do outro. Quer dizer,
dinheiro gasto, e muito, para destruir
um e mais investimento para construir o
outro. América, Alecrim e os demais times
de futebol do Estado terão dinheiro
para bancar seus jogos na futura arena?
No Machadão, tinham. E por que não
construir o novo em outra área, abrindo
alternativas de tráfego, arejando a cidade,
criando um novo polo urbano? Simplesmente
porque a Fifa disse que deveria ser
ali e, obedientes, aceitamos? Se aquele lugar
é imprescindível , que sejam dadas as
razões, se existirem.
Isso não fi cou bem explicado e sem a
justifi cativa convincente, vem a reação.
Não é só a derrubada de um bem público
que se questiona, mas também o custo
que isso signifi ca. Não se é contra a construção
de um novo monumento, mas a
solução única apontada: um tem que
morrer para nascer o outro.
E os tais projetos de mobilidade urbana
como serão, como estão? Evidente que
os carros, ônibus, caminhões terão seus
espaços garantidos e planejados. Existirão
áreas para as ciclovias? Esta é uma preocupação
mundial e em se tratando de Brasil
nós já somos um dos cinco maiores
produtores de bicicletas. Já é grande o contingente
de pessoas que usam esse meio
de transporte para ir ao trabalho e escolas,
apesar da pouca preocupação em destinar
a ele o espaço devido. O momento é oportuno,
se investimentos vão existir, para se
trocar as brincadeiras de fi nais de semana
em vias feitas para carros, por ciclovias.
Em nosso trânsito, hoje, usar bicicletas é
correr risco de morte.
Movimentos de defensores desses
projetos já existem, mas ainda são tímidos.
Prefeitos anunciaram projetos mas
deles nunca passaram das intenções. Nas
campanhas eleitorais o assunto sempre
aparece, mas têm a data para sair dos
discursos: o dia da eleição. O tema Copa
do Mundo pode trazer a questão de volta.
E nessa levada que também venham
as explicações, que são muitas e que, da
mesma forma que se quer para as licitações
do mesmo evento, ainda permanecem
em segredo. Pelo menos para nós,
que estamos na planície.

domingo, 3 de julho de 2011


FONTE: Fottus.com - Fotos e imagens. Por Rafael Henrique(INTERNET)


OUTROS POETAS POTIGUARES

cachalote

(Foto de MANUEL FERNANDES)






contra o dia
se jogou.
maremotos,
barco cheio
e avarias.
sem alvíssaras,
rota bandeira,
bússolas loucas,
arpões armados.
a chuva intensa,
tempestade,
brutas ordens,
travessia.
– capitão, capitão,
nada ainda da baleia branca!
– diga-me, então, imediato:
que nome darei ao meu ódio
que manca?
_________
Lívio Oliveira (Blog o Teorema da Feira)

ROBERTO NOIR-Professor; Filósofo; Poeta
Natal/Rio Grande do Norte, apresentado por Ceicinha Câmara (Notícias da Lusofonia), oferece algumas quadras da sua poética:

AMANHÃ:
Tornar-me-ei um ser deveras silente
Como se fosse uma suave brisa
Que não se vê, apenas se sente
E que todas as dores suaviza!

A DÚVIDA SOBRE O JARDIM
Em meu jardim de rosas
Nasceu uma flor estranha e bela
Não sei como ela ali surgiu:
A semente foi minha ou dela?

Jamais
Tua pálida tez reflete o brilho lunar
Assim como teus níveos cabelos
Meus dedos desejam tanto tê-los
Mas deste feito nunca irei me orgulhar!

SOLUÇÃO
Sabes por que entreguei-me à anorexia?
Devido ao teu vício de me devorar!
Assim quando novamente sentires anemia
Apenas encontrarás um esqueleto a te observar!

LEVEZA
Meus passos estão mais leves
Pois muito eu já sofri
Meu corpo está muito mais leve
Pois várias vezes eu já morri

SAFO
Estou fraca e ocupada
Escrevendo para minha amada
Encontro-me muito debilitada
Por algo que é...NADA!


A EXPRESSÃO POÉTICA DO PROFESSOR FRANCISCO CÂNDIDO



HOMENAGEM AO MEU PAI
Zé Milanês: o poeta cidadão*

Na cantoria de vida e viola,
Em noite de lua e madrugada
O poeta motivado não amola,
Nem entorta o ritmo da toada.

Lá fora o canto da passarada
Que em sinfonia, ninava a noite
Nos porões o estalar de açoite
E o canto afinado da rapaziada:

Vai-se um amor e vem outro
A andorinha só não faz verão
Não quero ser como pau torto
Vem e te dou meu coração!

Só o amor à cultura prevalecia
Havia comunhão entre amigos
E o cantador com maestria,
Louvava Dona Flor e seus maridos.

Cantava a dor e a esperança
No raiar de um novo tempo
Feito de justiça e de bonança,
Não podia ser jogado ao vento.

Idealizava um novo mundo
Onde não houvesse exploração.
A amizade fosse um bem profundo
E em tudo prevalecesse à união.

A saúde, o pão e a educação
Seria direito básico e não favor
Assegurados a toda população
Sem discriminação de religião e cor

Era conhecido como Zé Milanês,
Sindicalista e poeta popular,
Um homem de indiscutível altivez
Só queria aos trabalhadores ajudar.

Tive a honra de conhecê-lo, um dia
Numa noite de animada cantoria
O Pé de Serra se enchia de alegria
Ao som da viola, o povo sorria.

Deixou um grande legado
De coragem, justiça e lealdade.
Deixo aqui o amor poematizado
Por uma questão de fraternidade.

Versejo abraçado a minha terra,
Celebrando os caminhos da vida
Que às vezes a terra seca aterra
Ao lado do sagrado berço da lida.

Seu coração guardava segredos
De vida e viola, gado e gente
Desenrolando, dá mil enredos
De um conto ao descontente.

Sinto prazer em observar e cantar
As belezas raras do Nordeste
Só a zabumba me faz rebolar,
Sendo um valente cabra da peste.

* Poeta e líder sindical, barbaramente assinado, na cidade de Currais Novos (RN), em função de sua luta em defesa dos trabalhadores rurais.
¬_________________________
Do blog de GERALDA EFIGÊNIA