sábado, 16 de julho de 2011

Aprovação e reprovaçãoExame de Ordem não serve para comparar as escolas
Por Adriana Ancona De Faria[Artigo publicado nesta quinta-feira no caderno Tendências/Debates, da Folha de S. Paulo]- fonte: Notícias CONJUR de 14.7.2011

Os índices de aprovação e reprovação nos exames da OAB que vêm sendo apresentados não permitem uma análise comparativa adequada entre os cursos jurídicos do país.

São apresentadas informações alarmantes acerca do índice de reprovação no Exame da OAB, o que aquece o debate sobre o excesso de cursos de Direito existentes, os desafios sobre processos regulatórios e avaliativos e a demanda sobre a necessária qualificação da formação jurídica ofertada.

A seriedade do debate proposto, entretanto, exige que as informações produzidas em relação ao desempenho acadêmico de um curso, à sua capacidade de profissionalização ou à qualidade de seus egressos decorram da análise de dados consistentes e comparáveis.

Todavia, os índices e ranking veiculados devem ser olhados com cuidado, uma vez que a lista das instituições de ensino, com seus respectivos percentuais de aprovação, compara situações muito diversas. Por exemplo, é possível identificar um índice de aprovação de 100%, ou 0%, que conte com a participação de apenas um aluno inscrito em determinado curso.

Seria relevante pensar na construção de um índice consistente, que de fato pudesse comparar situações equivalentes. Se os índices fossem feitos levando em consideração os formandos de cada ano, as universidades, o mercado, o MEC e a própria OAB poderiam ter uma informação real para fazer eventuais ajustes de forma mais efetiva.

É preciso destacar que, a partir do edital de Exame da OAB de junho de 2010, os alunos do último ano de Direito podem prestar exames muito antes de se formarem, com a simples comprovação de matrícula no 5º ano do curso.

O destaque para esse fato é que essa situação agrega novas possibilidades de comparações indevidas quando se fala de índice de aprovação no Exame da Ordem: é possível que um exame conte exclusivamente com candidatos que ainda são alunos e que outro conte com candidatos já formados.

No último Exame da OAB, por exemplo, a Direito GV contava apenas com seis alunos formados em 2010, pois os demais já tinham sido aprovados em exames anteriores, e a grande maioria era de alunos que acabavam de se matricular no quinto ano. Da turma que se formou em 2010, o índice de aprovação da Direito GV é de 95%.

Quantos alunos formados ou em curso compunham o quadro de inscritos das demais faculdades? Os índices que nos foram apresentados não fazem essa distinção.

Pensando na construção de um índice consistente e equivalente, seria interessante que fosse construído um índice de percentual de aprovação que levasse em conta exclusivamente os prováveis formandos de cada ano.

Tal índice consideraria os alunos inscritos/aprovados na soma dos exames feitos a partir do início do quinto ano de curso até o primeiro exame após a formatura da turma.

Evidentemente, a comparação de índices teria que trabalhar por faixas de inscritos.

Afinal, uma instituição que teve mais de 70% da turma de formandos inscrita nos exames autorizados não pode ser comparada com uma que teve um ou poucos alunos inscritos nessa condição.

Essa proposta permitiria o conhecimento do percentual de alunos de cada universidade aprovados no exame da OAB imediatamente após sua formatura.

Ou seja, escolas, mercado, sociedade civil, Ministério da Educação e OAB poderiam saber a cada turma de formandos qual o efetivo percentual de aprovação em cada ano.

A partir dessa nova informação construída seria possível falar na elaboração de uma análise comparativa em relação aos cursos de Direito do país, o que não pode ser aceito hoje, diante da forma como a informação é compilada.

sexta-feira, 15 de julho de 2011


CENTENÁRIO DA LIGA DE ENSINO DO RN
PROGRAMAÇÃO

Em virtude do falecimento da Professora Margarida Morgantini, a LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE, mantenedora do Complexo de Ensino Noilde Ramalho ED/HC/FARN, resolveu alterar a programação do seu centenário de criação, para a realização apenas da parte institucional do evento, canceladas a parte festiva, a saber:

19 de julho - Missa em Ação de Graças pelo centenário da LIGA e DE 7º dia do felecimento da Professora Margarida Morgantini, às 9h, no Centro de Convivência Clara Camarão, celebrada pelo arcebisbo Dom Matias Macedo.

Homenagem a Noilde Ramalho pelos 91 anos que completaria e pela sua dedicação à frente da Escola Doméstica durante 63 anos, além de ter sido a idealizadora do Complexo Educacional Henrique Castriciano e da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte (FARN).

Descerramento de um busto da educadora, nos jardins do HC/FARN, trabalho do artista plástico Eri Medeiros.

20 de julho - Aposição das placas comemorativas do centenário, no totem da entrada da Escola Doméstica (placas ED/HC/FARN e da Associação das Ex-alunas da ED), e inauguração de uma galeria dos ex-presidentes da Liga.

23 de julho - Sessão solene para entrega da medalha Varela Santiago a 15 personalidades que contribuíram para o desenvolvimento econômico, político e cultural do Estado, ou prestaram algum serviço relevante à Liga e ao Complexo ED/HC/FARN.

MARIA MARGARIDA TEIXEIRA CABRAL MORGANTINI

A sociedade potiguar lamentou o falecimento dessa ilustre educadora, que há pouco tempo substituíra D. Noilde Ramalho na direção da Escola Doméstica.
A Liga de Ensino do Rio Grande do Norte, que se prepara para comemorar os seus 100 anos de existência, foi impactada com o acontecimento e lhe prestará as devidas homenagens, celebrando missa em sufrágio de sua alma, coincidindo com a missa de ação de graças pelo centenário da vetusta instituição, na próxim terça-feira, dia 19, no seu Centro de Convivência.
Neste espaço, fazemos a homenagem deste blog, com a certeza de que o seu merecimento será proclamado por todos.
Com o respeito de Carlos Roberto de Miranda Gomes.

quinta-feira, 14 de julho de 2011


América Futebol Clube

O América Futebol Clube do Rio Grande do Norte, carinhosamente chamado de "Mecão" completa hoje 96 anos de glórias.

Fundado no dia 14 de julho de 1915 na residência do juiz Joaquim Homem de Siqueira, no bairro da Cidade Alta, tem um caminho notável de conquistas e se mantém firme no carinho da sociedade potiguar, como o clube de futebol mais simpático e possuidora de uma das maiores torcidas do nordeste, com destaque nacional, haja vista a sua participação marcante no cenário desportivo do Brasil. Dos clubes do Rio Grande do Norte, foi o único a disputar a série A do Campeonato Brasileiro, Ranking Nacional de Clubes da CBF atualmente. Na sua história contabiliza o primeiro vencedor estadual em 1919 e a participar de uma competição internacional, a extinta Copa Conmebol, e por ser campeão da Copa do Nordeste em 1998, e campeão da Taça Norte-Nordeste em 1973.

"A oficialização jurídica do clube tem uma história curiosa. Sobre isto, existe uma versão que diz que o então Coronel Júlio Canavarro de Negreiros Melo, no dia 3 de junho de 1918, furou a única bola que o clube tinha para treinar e jogar, tendo sido o América obrigado a possuir personalidade jurídica para poder entrar com uma ação indenizatória. Para tanto, os estatutos foram registrados pela primeira vez no dia 3 de julho de 1918, no Primeiro Ofício de Notas, em documento assinado pelo então presidente Oswaldo da Costa Pereira.

Os jogadores do América eram provenientes do bairro da Cidade Alta. Nos seus primeiros sete anos de existência, os recursos financeiros do clube vinham em grande parte do bolso de Aguinaldo Tinôco, um dos seus fundadores e que também era zagueiro e capitão do time.

O primeiro título americano veio em 1919. Foi o segundo campeonato de futebol promovido pela Liga de Desportos Terrestres no estado, primeiro a ser concluído. Em 1920, conseguiu seu primeiro bi-campeonato. Dois anos mais tarde, o clube conquistou seu terceiro troféu, ao ganhar o campeonato daquele ano que foi intitulado Taça da Independência em 1922, em homenagem ao centenário da Independência. Na final, João Maria Furtado, conhecido como "De Maria" fez o único gol da partida frente aos eternos rivais americanos, o ABC Futebol Clube. O América voltou a ganhar um título estadual apenas em 1926, quando abriu o caminho para o segundo bicampeonato da competição. Após o terceiro bi-campeonato de 1930-1931, o América amargou 10 anos sem vitórias locais, voltando a ser campeão só em 1942. Esse período, denominado período negro do futebol potiguar, ficou marcado pelo Deca-campeonato do ABC, graças a atuação nada exemplar do então dirigente do ABC, Vicente Farache. Nos anos 1940 e 1950, a equipe alvirrubra repetiu o bom desempenho em competições estaduais, conquistando o bicampeonato em mais três ocasiões: 1948, 1949, 1951, 1952 e 1956, 1957. O destaque dessa época foi o atacante Saquinho, tido como maior centro-avante que já vestiu a camisa alvirrubra potiguar.

Após um largo período licenciado da Federação (de 1959 a 1966) para construção de sua Sede Social, o América voltou a ser campeão em 1967, contando com um time bastante caseiro, mas com jogadores de destaque como Véscio e Evaldo "Pancinha". Nesse ano, a final foi contra o Riachuelo, do então jovem Marinho Chagas. Essa vitória propiciou a participação do América na Taça Brasil de 1968.

Nos anos 1970 a equipe natalense marcou presença em campeonatos brasileiros.Em 1973, ganhou o troféu Norte-Nordeste, também conhecido como Taça Almir, torneio disputado entre equipes do Norte-Nordeste, valendo-se do confronto entre eles pelo Campeonato Brasileiro. Título inédito ao futebol potiguar e confirmado pela Placar nº 192 de Novembro de 1973. Neste mesmo ano, disputando a primeira divisão do brasileiro, ficou em 25º lugar, dentre os 40 times que disputavam a competição. O time base era: Ubirajara; Ivan Silva, Scala, Mário Braga e Cosme; Paúra, Garcia e Hélcio Jacaré; Almir, Santa Cruz e Gilson Porto. Tec: Sebastião Leônidas. Destaque para Hélcio Jacaré, tido como um dos maiores ídolos do América, Scala, ex-seleção e Ivan Silva, recordista de partidas pelo América: 476 jogos. A melhor participação do América nos antigos campeonatos nacionais foi em 1977, quando conseguiu um 17º lugar entre 62 clubes. O América participou de 11 competições seguidas(de 1973 a 1983), voltando a participar da "Série A" em 1986. A partir daí, o América passou a ser conhecido como Orgulho do RN, após essas campanhas. A partir de 1979, o clube iniciou a sua maior série de vitórias no campeonato estadual, sendo tetracampeão de 1979 a 1982, ficando 2 anos e vários jogos sem perder para nenhuma equipe do Rio Grande do Norte.

Após a decadência do futebol potiguar por quase uma década, o América voltou a ser notícia no cenário do futebol brasileiro, nos anos 1990. Em 1996, Liderado pelo habilidoso meia Moura, a equipe do Rio Grande do Norte conquistou o vice-campeonato nacional da segunda divisão, estando no ano seguinte entre os principais clubes do Brasil, voltando a Série A depois de 11 anos. Em mais uma demonstração de força, a equipe potiguar venceu a Copa do Nordeste de 1998, derrotando o Vitória na final por 3 a 1, gols de Kobayashi, Biro Biro e Carioca. Apesar de o Estádio Machadão estar com uma parte de suas arquibancadas interditada, a torcida rubra lotou o estádio e empurrou o América para mais um título, que lhe deu direito a participação numa competição internacional, a copa conmebol de 1998. O Mecão entrou em campo naquela noite chuvosa de 4 de junho com a seguinte escalação: Gabriel; Gilson, Paulo Roberto, Lima e Rogerinho; Montanha, Carioca, Moura e Biro Biro; Kobayashi e Leonardo. Técnico: Arthur Ferreira.

Em 2000, o time chegou às oitavas de final da Copa do Brasil, desclassificando entre outras equipes o Sport, em plena Ilha do Retiro, perdendo a chance de passar para quartas, ao perder para o São Paulo.

O amargo descenso em 2004 à Série C culminou numa ascensão meteórica, jamais vista no futebol brasileiro. Após conseguir o acesso para a Série B em 2005, sendo vice-campeão do Série C , o América fez uma grande campanha em 2006, liderados pelo maior ídolo da história, o maestro Souza, craque "nascido" no América, que retornou ao seu clube do coração após passagens pelos principais clubes do Brasil, e ficou em quarto lugar, posição que o garantiu no Campeonato Brasileiro de 2007. Nesta competição, o Mecão acabou sofrendo pesadas derrotas, o que acarretou em uma péssima campanha, a pior em pontos corridos, e o consequente rebaixamento à Série B do ano seguinte. Em 2010, o América disputou a Série B e foi Rebaixado à Série C de 2011, sendo o 20º colocado com 41 pontos.
A 9 de dezembro de 2005 pela lei municipal Nº 5.697 foi criado o Dia do América Futebol Clube. A data comemorativa no calendário da cidade homenageia a fundação do clube, sendo comemorada no mesmo dia 14 de julho. No dia 3 de outubro de 2003, foi publicado no Diário Oficial do Município a Lei n° 5.493, de autoria do vereador Hermano Morais, hoje seu Presidente, reconhecendo o América Futebol Clube, como de Utilidade Pública Municipal. Saliente-se que em 7 de Novembro de 1928, através da Lei 707, o clube foi o primeiro a ser reconhecido como de Utilidade Pública Estadual.
Patrimônio - Sede Social - Comprado por iniciativas do presidente José Gomes da Costa, em 1929, juntamente com Orestes Silva, o terreno foi adquirido junto ao estado, por 9 mil cruzeiros, com recursos próprios e doados ao América, todo o quarteirão onde hoje está plantado o seu maior patrimônio, o imponente edifício-sede do clube. Participaram também da transação o Tenente Júlio Perouse Pontes, Clóvis Fernandes Barros e Osmar Lopes Cardoso. O local, que no passado servia também de campo de treinamentos, era considerado muito distante.

O América foi o primeiro clube de futebol do estado do Rio Grande do Norte a possuir sede própria, construída na gestão do Presidente Humberto Nesi e levantada a primeira pedra no dia 14 de julho de 1945, à Avenida Maxaranguape, considerada a primeira e mais antiga sede própria do clube, a inauguração de sua primeira sede se deu na gestão de José Rodrigues, e foi marcado por um amistoso frente ao ABC, ganho pelo América por 6 x 2(gols de Marinho, Pernambuco duas vezes, Alinio, Tico e Gargeiro contra, descontando Albano duas vezes para o ABC) no dia 10/07/1948.

Para construção da Sede Social, o maior bem do clube, o América esteve licenciado do futebol no período de 1960 a 1965. Construído com muito suor e dinheiro dos americanos, a babilônia rubra, como é carinhosamente chamada, ficou pronta na gestão de Humberto Pignataro (grande responsável por sua construção) em 14/07/1967, num dia festivo para cidade do Natal e, especialmente, para Torcida Americana. Hoje, mesmo após algumas alienações de terrenos da majestosa Sede, calcula-se que a Babilônia Rubra tenha um valor no preço de mais de 20 milhões de reais. Ali houve os maiores carnavais de Natal, as melhores festas da época, o que firmou o América como um clube social e desportivo mais tradicional do Estado do Rio Grande do Norte."
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FONTE: Wikipédia

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Interesse Público
Natal: sede mais atrasada da Copa corre contra o tempo
George Fernandes (*)

No dia 13 de janeiro de 2010, a então governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria, e a prefeita de Natal, Micarla de Sousa, assinaram a Matriz de Responsabilidade para a Copa de 2014.

O documento definia obrigações e cronogramas de cada participante nas obras dos estádio, aeroportos, transporte e terminais turístico-portuários de cada cidade-sede. Um ano e meio depois, nada saiu do papel na capital potiguar.

Mesmo assim, o governo insiste em afirmar que tudo está dentro do prazo. Diferente dos seus colegas, o secretário municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi), o engenheiro civil Dâmocles Pantaleão Lopes Trinta, reconhece que a cidade está no limite.

“Os prazos estão ficando apertados a cada dia que passa e não podemos trabalhar no limite. Precisamos começar as obras já, para que não haja surpresas”, alertou o secretário ao ser entrevistado em um programa de rádio, em Natal.

“O que está licitado já vai começar e o que está para ser licitado vamos licitar”, disse Trinta, referindo-se às obras de mobilidade urbana sob a responsabilidade da prefeitura. O primeiro trecho das obras (três intervenções), que liga a zona norte à Arena das Dunas, passando pela zona oeste, deve começar em setembro, segundo a Semopi.

O segundo trecho (oito intervenções no entorno da Arena das Dunas), que tem licitação prevista para setembro, deve ter as obras em dezembro.

“Ainda temos margem para esticar as obras além de dezembro de 2013 [prazo final exigido pelo Comitê Organizador Local], se for necessário”, disse o secretário.

Doutor em Engenharia de Trânsito, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Enilson Santos, afirma que ainda há prazo razoável para concluir as obras previstas. “Não vejo dificuldades para que estas obras sejam concluídas antes da Copa. Mas vai depender de como serão tocadas.”

Ainda sob a competência da prefeitura de Natal, a construção de um túnel de drenagem que liga a região da Arena das Dunas ao Rio Potengi, está em fase de estudo e com R$ 126 milhões garantidos pelo governo federal via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. A obra deve começar ainda este ano, segundo a Semopi, e tem prazo de conclusão em 12 meses.

Mobilidade urbana

No que diz respeito às cinco obras de mobilidade urbana de responsabilidade do governo do estado, o diretor do DER/RN e secretário especial da Copa no Rio Grande do Norte, Demétrio Torres, informou que os projetos executivos para as três intervenções que serão feitas na Estrada de Ponta Negra, umas das principais vias de acesso aos bairros da Zona Sul e às praias do litoral sul potiguar, estão sendo finalizados.

No entanto, previstas para começarem no segundo semestre deste ano, as obras foram adiadas para 2012.

A secretária de Infraestrutura do estado, Kátia Pinto, disse ao “Diário de Natal” que estas obras devem ser iniciadas entre fevereiro e março de 2012, com a previsão de durarem 24 meses. Ou seja, com término previsto para uma data próxima ao início do Mundial, extrapolando o prazo de dezembro de 2013 exigido pelo governo federal.

“O projeto executivo da obra está na fase final de estudos e deverá ser entregue no fim deste mês”, disse Kátia. O governo também é responsável pela construção da via de acesso que vai ligar o novo Aeroporto de São Gonçalo do Amarante à Arena das Dunas e pelo prolongamento da avenida Prudente de Morais, que liga o Aeroporto Augusto Severo ao estádio.

Torres informou que uma nova licitação está sendo preparada para a construção do túnel, necessário para ligar a Avenida Prudente de Morais, que corta a cidade no sentido norte-sul, ao Aeroporto Augusto Severo, localizado em Parnamirim. A primeira licitação para esta intervenção, ainda em junho, foi deserta. O túnel passará sob a BR-101.

“No caso de haver uma nova licitação deserta, o governo pode contratar empresa sem licitação, em caráter de emergência. Está na lei”, afirmou Torres. A nova licitação está prevista para o final deste mês. A obra de prolongamento da avenida está em fase de conclusão.

O acesso que vai ligar o Aeroporto de S. Gonçalo à Arena das Dunas esbarrou no processo de desapropriações.

Investimentos

As 16 obras de transporte em Natal e Região Metropolitana estão dentro do “PAC da Mobilidade” e contam com recursos federais. Do total de R$ 386 milhões disponibilizados pela Caixa Econômica Federal, R$ 81 milhões serão repassados ao estado e R$ 305 milhões à prefeitura. A assinatura dos contratos está prevista para este mês.

Além dos R$ 305 milhões, a prefeitura anunciou um custo total de R$ 338 milhões para as 11 intervenções sob sua responsabilidade. A prefeitura ainda precisa de R$ 18 milhões para as obras.

Porto e aeroporto

As obras de construção do terminal de passageiros do Porto de Natal e do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante ainda são uma incógnita.

A assessoria de imprensa da Companhia Docas do RN (Codern) informou que a licitação para a construção do terminal de passageiros do Porto de Natal é de responsabilidade da Secretaria Especial dos Portos e que deve sair ainda este ano.

Para atender a demanda por hospedagem na Copa, a Secretaria dos Portos investirá R$ 740 milhões em sete portos brasileiros: Fortaleza, Natal, Salvador, Rio de Janeiro, Santos, Manaus e Recife. No caso de Natal, serão construídas novas estruturas.

Os investimentos permitirão que os navios sejam opção de hospedagem, ampliando a quantidade de leitos durante dos jogos. Os portos nas cidades de Natal, Recife, Fortaleza e Manaus terão ancoradouros para dois navios. Depois do grande fluxo de turistas para a Copa, a estrutura servirá, sobretudo, para a movimentação de carga.

Já o leilão do Aeroporto de São Gonçalo, previsto para ser o maior da América Latina e que será concedido à iniciativa privada, sofreu um atraso de um mês a pedido dos consócios que desejam participar do certame. Antes marcado para o dia 19 de julho, o leilão deve acontecer somente em 22 de agosto.

Mas, diante da incógnita que virou o Aeroporto de São Gonçalo, a Infraero, estatal que administra os aeroportos do país, deu início a um plano B. O órgão anunciou um investimento de R$ 20 milhões na reforma do Aeroporto Internacional Augusto Severo.

“Estamos contando com o Aeroporto Augusto Severo, mas se o de São Gonçalo ficar pronto até lá, melhor ainda”, comentou Wagner Bittencourt, ministro da Secretaria Nacional de Aviação Civil, em entrevista ao portal “G1”.

Arena das Dunas

“Só depois da implosão da parte superior do Machadão é que as obras da Arena das Dunas vão começar pra valer”. A declaração do secretário de Comunicação do estado, Alexandre Mulatinho, deixa claro que as obras do estádio de Natal para a Copa de 2014 só vão começar mesmo em setembro, correndo sério risco de só ficar pronta depois do prazo pré-estabelecido: dezembro de 2013.

Dos 12 estádios, a Arena das Dunas é o mais atrasado para o Mundial.

De acordo com Demétrio Torres, nestes meses de julho e agosto a OAS, empresa responsável pela construção e manutenção da nova praça de esportes de Natal pelos próximos 23 anos (contando o tempo de construção), vai montar o canteiro de obras e realizar os serviços básicos de retirada dos dutos de água e esgoto e rede elétrica, localizados no terreno.

Um grupo de técnicos está sendo mobilizado pela Secretaria estadual da Copa (Secopa) para vistoriar prédios comerciais e residências num raio de 1 km do estádio Machadão, que terá a parte superior (arquibancada e marquise) implodida em setembro.]

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(*) Texto publicado nesta terça-feira, 12, ontem, no portal “Copa 2.014”.
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FONTE: Jornal virtual de Roberto Guedes - edição de 13.7.2011
MAS QUE COISA!!!!!!

Não sei quem é o autor dessa coisa, mas só sei que essa coisa é uma coisa boa de ler... Coisa A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma
utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português. A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?". Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha. Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha. Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas. Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!". Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas. Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa). Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim! Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus". Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava
nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro". Cheio das coisas. As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas. Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa...Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem." Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma. A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas! Coisa à toa. Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa". Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más. Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda. Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas". ENTENDEU O ESPÍRITO DA COISA?
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Colaboração de Zequinha (Zé Correia de Azevedo) e Carlos Rosso

terça-feira, 12 de julho de 2011


União Brasileira de Escritores lança prêmio literário
A União Brasileira de Escritores do Rio Grande do Norte (UBE/RN) lançou a primeira edição do prêmio literário “Escritor Eulício Farias de Lacerda”. O objetivo é premiar os autores potiguares ou, sendo de outros Estados, vinculados à UBE/RN, em trabalho na modalidade “prosa”, sobre pessoas, natureza ou costumes prevalentes na cultura do Rio Grande do Norte.
O local das inscrições e entrega dos trabalhos é na sede provisória da UBE/RN, localizada na rua Padre Manoel, esquina com a rua D. Pedro I, no prédio do Memorial da Justiça Desembargador Vicente Lemos, no horário corrido de 8h às 16h, até o dia 30 de setembro de 2011.
A premiação será da seguinte forma: a) Premiação em dinheiro: 1º lugar: R$ 1.000,00 (mil reais); 2º lugar: R$ 500,00. b) Premiação de publicação em livro do trabalho vencedor (editoração pelo selo “Nave da Palavra”), com tiragem de 300 exemplares. Os premiados receberão diploma com a referência da sua colocação.
Trabalhos e autores vencedores serão conhecidos na cerimônia de premiação, prevista para ocorrer em outubro de 2011, por ocasião do IV Encontro Potiguar de Escritores (IV EPE), com a presença de todos os finalistas.
As condições para a participação no concurso obedecerão aos termos do regulamento afixado no quadro de avisos da UBE/RN e o pedido de inscrição implica na aceitação plena do regulamento, que também pode ser acessado no site www.ubern.org.br Informações outras pelo fone 3616-6513.
DO JORNAL VIRTUAL DE ROBERTO GUEDES (12.7.2011)
NOTÍCIAS DA COPA 2.014


Copa 2.014

Severo Gomes
Ao tentar, num tecnocratês enroladíssimo, dos piores do mundo, minimizar a informação de que por ocasião da Copa do Mundo de 2.014 Natal só contará mesmo com o atual aeroporto de Parnamirim, o ministro da Aviação Civil, Wanger Bittencourt, saído não se sabe de qual colégio, mencionou o equipamento como “Severo Gomes”, em lugar de “Augusto Severo”.
Financiamento
A governadora Rosalba Ciarlini espera desatar na tarde desta terça-feira, 12, amanhã, durante audiência, no Rio de Janeiro, com a diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os nós que impedem a instituição de liberar recursos para a construção do estádio “Arena das Dunas”, o cenário idealizado para que Natal acolha jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2.014.
Investigada
Consulta ao “site” do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a Construtora OAS, única que se habilitou em concorrência pública para construir o estádio Arena das Dunas, em Natal, revelou na última sexta-feira, 8, que, até essa data, ela está presente em 282 processos de investigação – entre encerrados e em andamento – por indícios de uso inapropriado de recursos públicos em obras estruturantes em todo o País.
Comitê
Sob a liderança do advogado Marcos Dionísio Caldas, integrantes de diferentes movimentos sociais com base em Natal estão organizando um “Comitê Popular Copa 2014”, com a finalidade de fiscalizar e cobrar transparência dos governantes nas ações que envolvem a atração do certame para esta capital. “Não queremos dizer que existem ilegalidades. Só queremos acompanhar o processo. Afinal de contas, somos nós que pagamos por tudo isso que está acontecendo ou não”, afirma Marcos.

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Contagem regressiva

Faltam 1.062 dias para a abertura da Copa do Mundo de Futebol de 2.014.

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COMENTÁRIO

Governo vê fracasso em São Gonçalo
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Roberto Guedes

Não teve nada a ver com a necessidade de apresentar mais informações a potenciais interessados que o governo federal anunciou na semana passada o adiamento do leilão que promoveria no próximo dia 19, na sede da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), para eleger o grupo privado com o qual montaria parceria visando à construção e exploração, durante trinta anos, do aeroporto internacional de São Gonçalo do Amarante, vizinho a Natal.
Refletindo o que noticiaram a respeito outros espaços da mídia do centro-sul do país, a seção “Panorama” da mais recente edição da revista “Veja” mostra que a empreitada fracassou, recomendando à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), responsáveis pelo certame, a necessidade de adiar o pregão. Fracassou em termos de empreiteiras nacionais, depois de conhecerem o edital do leilão, não terem demonstrado interesse em dele participar. Ou seja: de interessante, como parecia aos olhos governamentais, para a iniciativa privada, o empreendimento se mostrou aquém das expectativas para esta.
A revista pode ter acertado em algo mais sério do que a desimportância da obra, cuja privatização só veio a ser definida pelo governo federal depois que a iniciativa privada revelou o desejo de construir e explorar um grande aeroporto nas proximidades de São Paulo, de longe a maior região metropolitana do país. Acontece que outros grandes empreendimentos governamentais estão a ver navios, pois empreiteiras que em outros tempos se acorreriam atrás de contratos para tocá-las viraram suas costas a estes empreendimentos.
Tanto é assim que o governo cogitaria de abrir suas concorrências para grupos estrangeiros.
A propósito, em Natal nunca constou que as grandes construtoras nacionais se interessassem tanto por São Gonçalo quanto alguns grupos europeus que já vieram falar com autoridades locais sobre o equipamento.

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Interesse Público

O Jeitinho e o Jeitão Bra$ileiro no desleixo com as obra$ da Copa

Gaudêncio Torquato (*)

A explicação, que parece risível, é dada de maneira séria por autoridades: as obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016 não sofrerão atrasos. Vai dar tudo certo. Aos fatos: a Arena das Dunas, em Natal (RN), aguarda propostas de parceria. Outros empreendimentos estão em fase inicial. E mais: dos 12 estádios que serão construídos, 5 correm o risco de se transformar em “elefantes brancos” por falta de torcedores suficientes e pelos altos custos de manutenção.
A novela sobre a preparação do Brasil para sediar os dois maiores eventos esportivos mundiais segue um enredo que tem tudo para se tornar sucesso de público e de mídia, por exibir vasto painel do temperamento nacional. Abriga traços do caráter, a começar pelo desleixo, passando pela improvisação, entrando pelo jeitinho e chegando à malandragem, pela inferência de que o atraso no calendário de obras é algo deliberado. Teria o fito de driblar a montanhosa burocracia e, desse modo, livrar a licitação de projetos de complicações, liberar recursos de forma ágil e no fluxo adequado, garantindo a satisfação de todos os “jogadores” da copa preparatória. O afogadilho seria sinônimo de esperteza, e não de improvisação, sob a lógica invertida de “não fazer hoje o que pode ser feito amanhã”. E assim o Brasil pode levar a taça de campeão de novo escopo da administração: “a emergência programática”.
De início, a lembrança: o Brasil foi escolhido para ser a sede da Copa do Mundo de Futebol em 30 de outubro de 2007. De lá para cá, em termos práticos o resultado fica próximo de zero. É evidente que, sendo a paixão nacional, o futebol abre intenso foro de debates, acende fogueiras de vaidades e impulsiona visões conflitantes entre os atores envolvidos na organização do megaevento: times e torcidas, cartolas, cidades-sede da Copa, autoridades governamentais, políticos, empreiteiras e a formidável malha de prestadores de serviços. Cada qual quer tirar proveitos – e proventos – da gigantesca teia de interesses, sabendo-se que não haverá rigidez no controle dos orçamentos.
Lembre-se de que as obras para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, foram orçadas inicialmente em R$ 400 milhões. Acabaram em R$ 3,4 bilhões, deixando, ainda, extensos espaços ocupados por “elefantes brancos”. E qual será o orçamento para os dois eventos? Uma incógnita. A decisão de tornar esse orçamento sigiloso – aprovada pela Medida Provisória 527, que cria o Regime Diferenciado de Contratações – faz parte da estratégia de evitar obstruções, o que, para uns (empreiteiros, por exemplo), seria medida de bom senso e, para outros (organizações não governamentais), brecha para os dutos da corrupção
Se houver recursos a rodo, é evidente que o cronograma de obras, mesmo sob aperto, deverá ser cumprido. Tecnologia, gestores e parceiros, isso é o que não falta para tocar o conjunto. Mas, sob o prisma do rigor técnico – dentro do qual se inserem os projetos executivos, a quantidade e a qualidade de materiais, o controle das etapas, a lupa sobre preços e o superfaturamento, a rígida obediência aos parâmetros socioambientais, a preparação da infraestrutura e, obviamente, a análise sobre uso futuro dos equipamentos -, há um imenso acervo a ser examinado. O que exigiria muito tempo.
Na esteira da pressa, o risco Brasil sobe aos píncaros. Veremos na paisagem um portentoso conjunto de obras, algumas chamando a atenção pela pujança estética, mas, no obscuro limite entre os territórios do público e do privado, vicejarão sementes de improvisação, que produzirão colheitas de irresponsabilidade nas frentes das obras. Essa é a química que explica no nosso ethos traços de negligência, desleixo, displicência, relaxamento, bagunça e vivacidade.
A pergunta emerge naturalmente: ante tão flagrante constatação, por que não se muda o ritual? Por que não se fez um planejamento em prazo adequado? Ora, o Brasil cultiva o gosto pelo instantâneo, pelo provisório. Prefere-se, por aqui, administrar o varejo, e não o atacado. É mais vantajoso apagar incêndios do que preveni-los. Coisas planejadas com muita antecedência parecem não combinar com a alma lúdica brasileira, brincalhona, irreverente. Se não fosse obrigado a enfrentar o batente para sobreviver, o brasileiro adoraria passar o ano inteiro na folia. Oswald de Andrade traduziu, um dia, tal estado de espírito ao versejar: “Quando dá uma vontade louca de trabalhar, eu sento quietinho num canto, e espero a vontade passar”. Ademais, como se procurou argumentar, é perceptível uma aliança entre parceiros para deixar para a “última meia hora” o que poderia ser feito “na última hora”. Haverá menos fiscalização, menos burocracia, menos senões e mais apoios.
Da parte de cima da pirâmide social, a expectativa é de que o Estado continue a equilibrar o triângulo que lhe dá sustentação: o poder político, a gestão pública e os círculos de negócios. No caso dos eventos esportivos, o triângulo é formado pela Autoridade Olímpica e pelo Comitê Olímpico, que farão a administração; pelo poder político, que ditará as regras do jogo (por exemplo, votação do regime diferenciado de licitações); e pelos negócios, onde estão os parceiros privados dos empreendimentos. E quanto aos “cinco elefantes brancos” (estádios de Brasília, Cuiabá, Manaus, Natal e Recife), que após a Copa poderão gerar grande prejuízo por falta de contingentes necessários para torná-los autossustentáveis? No país que aprecia o status provisório, essa questão será analisada nas calendas. Cada imbróglio no seu devido tempo. Quando aquele momento chegar, os figurantes pegarão carona no jeitinho e arrumarão verbas para dar nova finalidade às edificações, incluída a sua derrubada.
E, assim, o Brasil vai rolando a bola e brandindo o slogan “antes tarde do que nunca”. Afinal, fazê-las “antes cedo do que tarde” daria muito na vista. E isso, convenhamos, prejudica a visão (e os negócios) dos parceiros.
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(*) Norte-rio-grandense de Luiz Gomes, na “Tromba do Elefante”, o jornalista Gaudêncio Torquato é colunista do matutino “O Estado de São Paulo” e professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).

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Correspondência (02)

Construção da Copa, só a demolição da creche

Boa Noite Roberto Guedes:
Esta semana, passei em frente ao que era ha pouco mais de um ano a Escolinha Kátia Garcia, a escola em que meu filho aprendeu a ler e a escrever, antes de estudar no Hipócrates.
Ainda não consigo acreditar que a Escola tenha sido realmente demolida; na época, recorri à Justiça, tentando evitar o que houve, mas o Poder Judiciário não evitou a demolição. O interessante é que Educação e o Esporte devem caminhar em conjunto, lado a lado. Não faz sentido o que ocorreu.
Passo pelas ruas de Natal e vejo os montes de lixo tomando conta de tudo, e lembro do projeto do lixo reciclável que eu apresentei em 1996 quando candidato a Prefeito de Natal. Vejo uma Universidade ainda limitada ao Campus, embora tenha bons profissionais.
Gosto tanto de Natal, uma cidade linda de pessoas fantásticas, mas ela continua andando de forma desgovernada. Tentei por seis vezes representar o povo de nossa Cidade, mas não fui eleito. Tive, porém, a oportunidade de conhecer muitas boas pessoas em Natal, amigos, pessoas carinhosas.
Bom, Roberto, ler sua Coluna me alimenta, alimenta-me de informações; obrigado pelo seu bom trabalho no Jornalismo de nosso Estado.
Por enquanto estou aqui, cuidando da família, trabalhando e fazendo meus poemas.
Bom Trabalho.
José Geraldo Forte.

segunda-feira, 11 de julho de 2011


Por que não aceitei o prêmio do PNBE

Oi,

Nesta segunda, o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai entregar o prêmio “Brasileiros de Valor 2011″. O júri me escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio.
Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha luta é outra.
Espero que a carta sirva para debatermos a privatização do ensino e o papel de organizações e campanhas que se dizem “amigas da escola”.
Amanda


Natal, 02 de julho de 2011

Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, “pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação”. A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.

Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald’s, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.

A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.

Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas “organizações da sociedade civil de interesse público” (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.

Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.

Saudações,
Professora Amanda Gurgel

O INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA-INRG, instituição cultural, sem fins econômicos, foi fundado na Assembléia Geral do dia 17 de setembro de 2009 tem registro no Segundo Ofício de Notas da Comarca de Natal sob o n° de ordem 7515, Livro A-n° 106, fls. 06/19, em data de 08 de julho de 2010. CNPJ n° 12.382.295/0001-97, é reconhecido como de utilidade pública pelo Estado do Rio Grande do Norte (LEI NR. 9.411 DE 25 DE NOVEMBRO de 2010) e Município de Natal. Seu lema: AD PERPETUAM FAMILIAE MEMORIAM.
DIRETORIA ATUAL
Presidente: ORMUZ BARBALHO SIMONETTI;
Vice-Presidente: JOÃO FELIPE DA TRINDADE;
Secretário: ARYSSON SOARES DA SILVA;
Tesoureiro: ANTONIO LUÍS DE MEDEIROS.
CONSELHO FISCAL
Titulares: JOSÉ HÉLIO DE MEDEIROS; CLOTILDE SANTA CRUZ TAVARES; e JOAQUIM JOSÉ DE MEDEIROS NETO; Suplente: ÁLVARO ANÍDIO BATISTA.
A sua sede provisória é na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras-ANRL, rua Mipibú, 443 - Petrópolis, nesta Capital.
Com particular alegria informamos a criação do nosso blog, que vem sendo acessado de forma surpreendente. Seja também nosso leitor e colaborador
Contato: e-mail genealogian@gmail.com
Endereço do blog http://www.genealogiadorn.blogspot.com

domingo, 10 de julho de 2011

TRÊS GERAÇÕES DE POETISAS POTIGUARES




BEM-TE-VI

Palmyra Wanderley

Todas as tardes, sempre à mesma hora,
vem visitar-me um passarinho amigo...
canta cantigas que eu cantava outrora,
canta coisas que eu sinto, mas não digo.
De onde ele vem, não sei; nem onde mora;
se lembranças me traz, guarda-as consigo.
Sinto, no entanto, quando vai-se embora,
que a minha alma não quer ficar comigo.
Hoje tardou... Há chuva nos caminhos,
mas chuva não faz mal aos passarinhos
e ele há de vir, a tarde festejando...
Lá vem ele, ligeiro como um sonho...
canta coisas tão minhas, que eu suponho
ser o meu coração que vem cantando.



ONDE

Zila Mamede

Entre a ânsia
e a distância
onde me ocultar?
Entre o medo
e o multiapego
onde me atirar?
Entre a querência
e a clarausência
onde me morrer?
Entre a razão
e tal paixão
onde me cumprir?



CERTAS MULHERES

Diva Cunha

Certas mulheres catam coisas pequeninas
conchas, feijões, letras

outras distraem-se nos espelhos
contam rugas

algumas contam nuvens
criam cachorros e gatos como crianças

certas mulheres guardam mágoas
ressentimentos, botões, elásticos

algumas são como certos homens
não contam nada
ocupadas com coisas incontáveis.