sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

OUTRAS CARTAS DE COTOVELO 06
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, advogado e escritor

          Ontem foi um dia mais ou menos chuvoso. Não ensejaria, teoricamente, nenhuma novidade.
          Thereza convalesce de uma gripe e, por isso, fiquei mais caseiro, para não lhe faltar assistência.
          Cadeiras postas no alpendre do primeiro andar para “desparecer”, tendo por visão os tantos coqueiros existentes na vizinhança, coisas próprias de praia.
          Súbito surge altaneiro o beija-flor do meu jardim. Foi nosso primeiro encontro do ano, ocorrido já ao despedir da tarde, como que para dar um cumprimento de boa noite.
          Confesso que isso mexeu comigo. Em seguida o séquito de outros passarinhos – bem-te-vi, andorinhas, pardais e lavadeiras (havia outros, mas eu não entendo desse riscado!).
          Para comemorar o reencontro, resolvi colocar para tocar um cd – ‘Nossos Grandes Seresteiros’ – vol. I, com 20 faixas e cantores variados, que me fizeram recuar no tempo, desde as minhas serenatas, onde cantava, entre outras, as canções que estão no cd: ‘Arranha Céu’ e ‘Vestido das Lágrimas’, criações do imortal Sílvio Caldas.
          Mas, emoção mesma, foi quando escutamos a faixa 9 – ‘Só nós dois no salão (e esta valsa)’, da autoria de Lamartine Babo e interpretação do Rei da Voz, a exata melodia escolhida pela minha filha mais velha, Rosa Ligia, para servir como sua primeira valsa ao completar 15 anos (20 de janeiro de 1979) e que causou enorme impacto em papai que teve de ser atendido pelo Dr. Almir Onofre, médico e amigo que estava na festa.
          Todos comentaram o inusitado da escolha daquela peça musical, pois o comum era a execução de famosas valsas vienenses.
          Este fato, agora narrado, constitui uma grata coincidência, pois neste dia 20 de janeiro de 2012 Rosa está completando 48 anos, que serão comemorados, em família, aqui em Cotovelo, oportunidade em que, outra vez, dançaremos:

Só nos dois num salão e esta valsa
E uma orquestra de anjos divinos
Uns acordes de um toque de sinos
Nos finais desta valsa de amor.

Pelo chão
Umas pétalas de flor
Luz azul percorrendo o salão
Só nós dois
Mais ninguém
Mais ninguém
Só nós dois
A saudade virá depois.

(20/01/2012) - Dia de São Sebastião

Um comentário:

  1. Diz o dito popular que "quem sai aos seus não degenera"... E Rosa Lígia trouxe a virtude de sua raiz. A insólita escolha da valsa "Só nós dois no salão", para a sua festa de debutante, traduziu, perfeitamente, o ambiente familiar que lhe conferiu tamanho bom gosto musical.
    Parabéns a Rosa Lígia pela sensibilidade musical, pelo seu aniversário e pelos pais maravilhosos.
    Abçs.
    DIDI AVELINO - Rio de Janeiro

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