segunda-feira, 26 de março de 2012

PELO AMOR QUE VOCÊ TEM A ARTE MUSICAL E A CULTURA DO RIO GRANDE DO NORTE; REPASSE PARA TODOS SEUS ENDEREÇOS. NÃO DEIXE DE ENVIAR. MOSTRE QUE VC AMA A ARTE.


Recebi a seguinte mensagem de um dos músicos concursados da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte. Por considerar o relato importante, leio o texto na íntegra:

Caríssimo jornalista, Diógenes Dantas.

Venho recorrer a você para pedir sua ajuda, pois sempre acompanhei seu trabalho profícuo como profissional da mídia no nosso Estado, e também como formador de opinião. Assim, venho denunciar a situação decadente que vive a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte.

Na condição de músico efetivo da OSRN, concursado desde 1988, nunca vivi uma situação como a atual. No último dia 05 de março, segunda-feira, ao voltarmos de nossas férias anuais, na nossa primeira reunião de trabalho (ensaio), recebemos a deprimente notícia dada pelo nosso então maestro, Padre Pedro Ferreira, que estaria renunciando ao cargo, ou seja, pedindo exoneração por ter conversado com a Governadora [Rosalba Ciarlini] e esta, por sua vez, não ter dado nenhuma esperança de condições favoráveis de trabalho para a OSRN em 2012. Assim, diante de tal situação o maestro renunciou perante os aproximadamente 50 músicos presentes.

No mesmo ensaio, o subcoordenador administrativo da OSRN, Sr. Marinho, disse que não havia por parte da Fundação José Augusto, Órgão gestor da OSRN, nenhuma proposta ou perspectiva de concertos atualmente, e que, portanto, estaria entregando o cargo também!

Caro jornalista, estamos presenciando um total descaso com uma Orquestra que tanto produziu artisticamente para esse Estado. Pessoas despreparadas e sem o menor conhecimento musical sinfônico estão prestes a acabar com o grupo musical erudito que sempre foi referência no RN e no Nordeste.

A OSRN já fez gloriosos concertos com grandes nomes da música brasileira e realizou grandes espetáculos que maravilharam os mais diversos públicos. Isso é levar cultura de boa qualidade para o povo, o que é uma obrigação constitucional do Estado.

Não escondo a minha indignação diante dessa atual situação. Já tocamos e gravamos CDs com nomes como, Sivuca (in memorian), Moraes Moreira, Dominguinhos, Canhoto, Geraldo Azevedo e outros mais.

No governo anterior fizemos uma turnê levando boa música durante uma semana para o alto oeste do nosso Estado, e lá podemos ver pessoas que nunca haviam visto e ouvido uma orquestra sinfônica chorar de emoção.

Já realizamos centenas de concertos didáticos para a rede pública e privada de ensino. Já emocionamos milhares de mães com concertos na Cidade da criança e no Bosque dos namorados no seu dia. Realizamos maravilhosos concertos de final de ano juntamente com o Coral Canto do Povo - vale ressaltar que por falta de perspectiva de trabalho o Pe. Pedro também renunciou a regência do coral, na última quinta-feira. Eu pergunto: como pode um governo desprestigiar e desprezar grupos musicais de tamanha importância? Só não conhecendo uma orquestra e um coral sinfônicos.

Sou músico profissional desde muito jovem e já tenho 25 anos de OSRN, mas nunca vi uma administração tão sem compromisso com a OSRN. Temos hoje uma Fundação enfraquecida e uma Secretaria de Cultura fictícia que nada faz acontecer.

Peço sua ajuda, caro jornalista. Ajude-nos a continuar fazendo o que sabemos: tocar boa música para o povo.

Natal, 12 de março de 2012.

Paulo Henrique A. Lima
Músico titular da OSRN


Nota do editor: Não adianta exaltar a cultura de um povo apenas em discurso de campanha eleitoral ou na propaganda de TV. É preciso fazer muito mais. A Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte presta relevantes serviços ao povo do Estado. E não deveria passar por instantes de incerteza e de falta de investimentos. O alerta está dado: a Orquestra Sinfônica do Estado pede socorro. Ela vive um de seus piores momentos.

Triste é o povo que não preserva suas tradições culturais!

Marcus Sobrinho

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