quarta-feira, 18 de abril de 2012

O IMPACTO DA COPA DE 2014 NA ECONOMIA DO RIO GRANDE DO NORTE

Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor

Numa tentativa elogiável de preparar os múltiplos segmentos da economia do Rio Grande do Norte, para a Copa do Mundo de 2014, foi realizada em Natal a 13ª edição do evento “Os Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, seminário realizado pela iniciativa da Tribuna do Norte, Sistema Fiern, Sistema Fecomércio, Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Governo do nosso Estado, tendo por sede a unidade do Pestana Hotel.

Pela indicação proclamada pelo empresário Amaro Sales, Presidente da Federação das Indústrias do RN, a Copa deixará três legados: o da infraestrutura, o social e o legado das oportunidades de negócios.

Sem pretender opor qualquer obstáculo de pessimismo ao Evento Internacional da FIFA, como cidadão, questiono a lentidão dos procedimentos que possam garantir os anseios dos empresários e da população.
Infelizmente, este Fórum devia ter vislumbrado o Mega Evento com mais antecedência, para ter evitado a demolição do Machadão, porquanto plenamente viável a sua adaptação, haja vista as reconhecidas dificuldades econômicas e financeiras do Estado do Rio Grande do Norte e, particularmente, da cidade de Natal. Assunto encerrado por aqui, posto que o Poema de Concreto Armado já foi demolido e a construção da Arena das Dunas ainda não decolou para os olhos dos que passam pelo local, senão para os que contribuíram para a nova construção, notadamente os políticos oportunistas que só pretendem colher dividendos para as futuras campanhas, como aconteceu com o quase trintenário projeto das ZPEs, do quase cinquentenário do projeto de ampliação do porto de Natal, que continuam a render palanque.

Claro está que todos nós agora voltamos nossa atenção para que efetivamente a Copa de 2014 se efetive e que deixe alguma coisa positiva para nosso Estado, em particular para o sistema de mobilidade urbana, principal gargalo do nosso desenvolvimento local, seja pela conservação das estradas estaduais, vias municipais, acessos, transporte coletivo, uma vez que já sentimos as dificuldades do descontrole do fluxo de veículos novos em relação às vias de trânsito e estacionamentos, além dos problemas de segurança e da rede hospitalar.

O assunto não passou despercebido no seminário, quando os palestrantes apontavam que a indicação de Natal para sediar uma das fases da Copa ocorreu no ano de 2009 e o andamento das obras não correspondem à realidade almejada.

É preciso recuperar o tempo perdido. Por enquanto há alguns projetos aprovados, faltando o dinheiro ser liberado; existem desapropriações a serem feitas; obras estruturantes, como o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante carecem conclusão e, nos constrangem os argumentos oficiais, como do Senhor Ricardo Gomyde, quando afirma “o atraso das obras de mobilidade urbana não atrapalha a realização da Copa do Mundo de 2014”.

Mas não foi isso que se alegou para sediar a copa, mas prometido um legado permanente para a cidade, que teria a copa como a oportunidade de sua consecução, pois os três ou quatro jogos da copa não tem maior interesse, pois os ingressos serão dirigidos para os turistas, com mínima oportunidade para os desportistas do Rio Grande do Norte.

Nosso lucro desse Evento é o que ficar como legado. São soluções para a drenagem das águas pluviais, a mobilidade urbana através de novas alternativas de trânsito, conclusão do novo aeroporto, aí sim, teria razão de ser a euforia de Amaro Sales, e garantidos o legado da infraestrutura, o legado social e o legado das oportunidades de negócio.

Até agora só vemos “blá, blá, blá!”. ACORDEM SENHORES EMPRESÁRIOS, estamos aí diante de dificuldades na economia, com uma seca anunciada e o reiterado descumprimento das necessidades básicas prometidas para o povo crédulo e sofrido desta terra potiguar. Vamos fazer o dever de casa e arrumá-la para receber os visitantes em 2014.



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