domingo, 12 de agosto de 2012


AOS PAIS QUE PARTIRAM,
AOS PAIS QUE NÃO VOLTARAM,
AOS QUE NÃO SE ENCONTRARAM,
AOS PAIS PRESENTES,
NESTE DIA, COM ALEGRIA, OU MESMO COM A DOR E A SAUDADE,
NOSSA HOMENAGEM!



História do "toque de silêncio" (Taps)

Conta-se, que em 1862, durante a guerra civil americana, o Capitão Robert Elly, do Exército da União, em pleno campo de batalha ouviu um gemido de alguém ferido. Era um soldado no campo de luta, entre o fogo cruzado. Acercando-se do homem agonizante, arrastou-o até um lugar seguro onde então faz três constatações: o soldado era do Exército Confederado, estava morto e era o seu próprio filho.
Lembrou-se o militar que o seu filho estudava música em um Estado do sul e ali alistou-se para a guerra. Mas mesmo assim, pleiteou dos seus superiores o direito de realizar um funeral honrado e que lhe fosse permitida a presença de colegas da Banda de Música. O pleito foi parcialmente deferido, permitindo-se-lhe a escolha de um único músico. Preferiu um corneteiro. Este, no instante do sepultamento, executou algumas notas tiradas de uma partitura que o morto trazia em seu uniforme. Nesse instante nasceu o "toque de silêncio" (taps), que tem letra:
"O dia terminou, o sol se foi dos lagos, das colinas e do céu,
tudo está bem, descansa, protegido, DEUS está próximo.
A luz tênue obscurece a visão. E uma estrela embeleza o céu, brilhando, luminosa.
De longe se aproximando, cai a noite.
Graças e louvores para os nossos dias.
Debaixo do sol, debaixo das estrelas, debaixo do céu, enquanto caminhamos, isso nós sabemos, DEUS está próximo."
__________________________
Esta foi uma colaboração do meu leitor Ricardo Guedes




DIA DOS PAIS
Carlos Gomes

Reverenciar meu pai
é retomá-lo em vida
caminhando lento sobre as avenidas
desta terra abençoada que escolheu.

É renovar amor
no seio da família
é ter a sua imagem na nossa casa refletida
no seio daqueles que deixou.

Em outra dimensão do mundo,
bem acompanhado,
com mamãe postada ao seu lado
conservando o carinho que plantou.





AS MÃOS DO MEU PAI

Mário Quintana

As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis

sobre um fundo de manchas já cor de terra
- como são belas as tuas mãos -
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah. Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.
E é, ainda, a vida
que transfigura as tuas mãos nodosas...
essa chama de vida
que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma.
_________________
Colaboração do leitor Walter Gomes


SE EU TIVESSE CONVIVIDO COM O MEU PAI

                                                   Odulio Botelho Medeiros

           
                               Se eu tivesse convivido com o meu pai, certamente eu seria mais feliz. A minha infância teria sido diferente, sem timidez, tristezas ou desencantos. Se eu tivesse convivido com o meu pai, os percalços teriam sido menores, pois o seu ombro fraterno teria me consolado. Se eu tivesse convivido com o meu pai, não teria os pesadelos que ainda hoje os tenho: dormiria um sono mais profundo e reparador.
                 
                               Se eu tivesse convivido com o meu pai, o medo não existiria e uma fortaleza interior guardaria comigo até hoje. Se eu tivesse convivido com o meu pai, teria ouvido e recebido os seus conselhos, as suas lições, e a vida teria sido mais leve, mais benevolente, e, inegavelmente mais virtuosa.
                                
                               Se eu tivesse convivido com o meu pai, teriam sido destruídas todas as fragilidades interiores e, com certeza, haveria de olhar para frente e sempre para o alto. Se eu tivesse convivido com o meu pai eu seria muito mais alegre, ameno e mais tolerante.

                                Se eu tivesse convivido com o meu pai, enfrentaria as dúvidas que ainda restam e as desconfianças que ainda carrego. Se eu tivesse convivido com o meu pai, me revelaria mais humano e mais compreensivo. Se eu tivesse convivido com o meu pai, teria tido mais condições para entender os semelhantes e amá-los com maior profundidade.

                                 Se eu tivesse convivido com o meu pai, a minha gratidão seria mais reconhecida e eu poderia noticiar a todos o meu agradecimento. Se eu tivesse convivido com o meu pai, teria jogado mais peladas de futebol, teria cantado mais, e estudado muito mais e hoje falaria o idioma inglês e teria feito versos como o poeta Castro Alves.

                                 Se eu tivesse convivido com o meu pai, não teria trabalhado tanto, desde os dez anos de idade. Se eu tivesse convivido com o meu pai, acreditaria mais nas pessoas e não haveria desconfiança. Se eu tivesse convivido com o meu pai, possivelmente, assistiria novela de televisão e valorizaria mais as manifestações do povo e entenderia melhor a sua angústia.

                                 Se eu tivesse convivido com o meu pai, teria sido melhor filho, melhor pai, melhor avô, melhor marido, melhor irmão, melhor amigo e até melhor de coração. Se eu tivesse convivido com o meu pai, teria tido infindáveis palavras de agradecimento pelo dom da vida.

                                 Se eu tivesse convivido com meu pai, o levaria ao futebol nas tardes dos domingos, aos bares da vida, armaria para ele a melhor rede de dormir e ficaria a ouvir a sua voz e os seus lamentos. Se eu tivesse convivido com meu pai, o deixaria bem à vontade, contanto que ele ficasse de bem com a vida.

                                  Se eu tivesse convivido com o meu pai, não desperdiçaria o seu convívio, sairia sempre com ele para beber e até namorar. Se eu tivesse convivido com o meu pai, acreditaria mais na sorte, na vida, nas pessoas, no destino e muito mais em DEUS.



NO PASSADO
Ao meu pai
( (Horácio Paiva))


No passado
planto
a eternidade.

Nas razões
inalteráveis
do passado.

Alheio
ao tempo
em ruínas.

Entregue
á perfeição
da imobilidade.

Não penses
que morri
se me vires
sob o olhar estático
de Deus.

À espera
no universo
imóvel

cada momento
se abrirá
ao teu encontro

a cada página
do passado
compartilhada

a cada passo
nos sítios
revisitados.

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Colaboração do leitor Ricardo Guedes


Oliveira Do Cordel
Benção, Seu Oliveira!

* * *

Oi Papai! Nunca te esqueço
Em minha vida um minuto
Guardo comigo teu cheiro
Também o teu jeito astuto
Homem sábio e honesto
Cujo carinho eu atesto
Oh! Meu querido Matuto!

Oliveira do Cordel


Um comentário:

  1. Bonita homenagem, confrade Carlos Gomes. Visões convergentes para homenagear o ser no qual nos espelhamos desde os primórdios para seguirmos confiantes e honrados pela vida afora. Parabéns.

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