segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O TROTE


trote estudantil (ou simplesmente trote) é um movimento iniciado nas mais tradicionais universidades da Europa, tendo por objetivo recepcionar os alunos calouros, mediante exigências hilariantes ou mesmo vexatórias. O Brasil, que teve sua base universitária no estilo europeu, adotou o movimento que, ao longo do tempo, tem servido a outros interesses.
No meu ingresso na UFRN, em fevereiro de 1964 (foto acima), já encontramos uma mudança para participar de um desfile pelas ruas principais da cidade, "melados" com tintas e adereços, portando cartazes alusivos a fatos políticos, críticas e protestos, seguidos de discursos. (Às vezes repelidos pela Polícia Militar).
Com o hiato no caminho democrático do período dos governos militares, o trote foi obrigado a tomar outros rumos, praticamente no âmbito interno e, quando retornamos à plenitude da abertura democrática, ocorreu deturpação visível, pois a calourada passou a ter um tratamento violento, aviltante, exigindo dos calouros uma jornada de mendicância pelas ruas, até em horários inadequados e com violência física, o que obrigou às Universidades a adotarem medidas coercitivas, oficializando a calourada de uma forma mais construtiva e severamente fiscalizada, transformando-se no chamado trote solidário, um modo mais útil e menos agressivo de recepção a novos alunos..
Costuma acontecer logo no início de um semestre ou ano letivo, pelos estudantes mais antigos, chamados de veteranos, em relação aos recém-chegados, conhecidos como calouros ou "bixos". 
É preciso conciliar esse tipo de recepção, mas nunca extingui-lo, pois é sempre prazeroso ser recepcionado ao ingressar num novo momento da vida acadêmica, como forma de confraternização.
Hoje a UFRN promove a sua calourada - espera-se seja construtiva e fraterna!



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