terça-feira, 19 de fevereiro de 2013



UM ABRAÇO FRATERNO
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor
Neste sábado que passou estava em minhas peregrinações triviais de um dia de nada fazer, quando, em uma loja adentram dois jovens, um casal, e indagam se eu aceitava um abraço. O gesto, num misto de surpresa e alegria tocou-me profundamente e, com emoção aceitei aquela afetuosa e sincera oferta, sem que nada fosse solicitado de volta, que aliviou o meu caminhar.
Não sei se estavam a serviço de alguma religião, talvez da campanha da fraternidade, ou não, mas isso não importa, o que vele é o desprendimento, o propósito, a iniciativa, verdadeira semente para elevar o espírito, notadamente de criaturas que já carregam o peso da canseira do dia a dia ou do tempo presente, prenho de maldade, de violência e de busca de vantagens nem sempre elogiáveis.
Aproveitei, então, para meditar um pouco sobre aquele proceder e,em silêncio roguei a Deus que aumentasse esse exército de amor, principalmente neste momento propício da quaresma, preparação para a páscoa e no limiar da renúncia do Chefe maior da Igreja Católica, Papa Bento XVI..
Dentro desse clima, fiz breve reflexão sobre o papel das religiões e fui obrigado a reconhecer a importância da Igreja Católica no correr do tempo, mantendo vivos os escritos dos nossos ancestrais, berço da sabedoria e do conhecimento teológico e mesmo científico de dois milênios, desde os monges copistas que, sob a pressão dos bárbaros, souberam preservar nos mosteiros todos os escritos, desde fragmentos da Bíblia, Cartas, Sermões, Atos e instrumentos da conservação da grandeza de Jesus e dos seus seguidores até os dias presentes.
Não fosse a Igreja Católica, também através das Escolas e Universidades criadas em todos os recantos da terra, estaríamos amargando a ignorância da criação e da vida santa dos nossos obreiros.
Diante disso meditei a atitude repulsiva de alguns cristãos de outras igrejas, embora do mesmo credo, que insistem em postergar valores das santas criaturas que carregaram física e emocionalmente, os ensinamentos teológicos através dos tempos, que merecem ser reverenciados como heróis e aos quais devemos ser eternamente gratos.
Não compreendo como alguns rejeitam o culto a Maria, mãe do Nosso Senhor Jesus Cristo, consagrada por Deus para gerar o Redentor da Humanidade. Também não vejo explicações para a crítica ao culto aos nossos ancestrais, representados por imagens esculpidas, como poderiam ser através de fotografias, que somente nos permitem lembrá-los para um agradecimento justo pelo papel que exerceram, com risco da própria vida.
Irmãos em Cristo, vamos nos unir para fortalecer a fé, a caridade e o amor pelo próximo, cada um adotando a formalística que cada igreja praticar, mas sem ressentimentos, sem fanatismo, com racionalidade.
Certa vez enviei para uma aluna uma bela mensagem de Chico Xavier e ela depois me informou que nem chegou a abrir o e-mail, pois mencionado o nome daquele bom cristão, ela não ousaria sua leitura, por ser um agente do demônio.
Apenas, intimamente, lamentei o ocorrido e constatei como alguns não sabem interpretar a mensagem do Senhor e cada dia mais se afastam da máxima de uma igreja única e um só Pastor para dar sequência à nossa vida religiosa,ainda que em casas diferentes.
Uni-vos Igrejas de todos os matizes e vamos trabalhar pelos necessitados, sem disputa de quem dá ou faz mais, mas quem reparte com mais intensidade o amor.
Rogo ao Cristo Jesus, como poderá ser a Buda, Maomé ou Alá pela paz entre os povos e pela erradicação da dor, da fome, da ignorância e da miséria, para que todos os irmãos se abracem todos os dias, fortalecendo e valorizando a vida e possibilitando uma páscoa universal ad aeternum.
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Comentário:


AMOR FRATERNO

(quartetos em decassílabos)

Eu vejo a vida por um outro prisma:
Pela beleza fraternal do amor,
Que não tem credo e muito menos cor,
E nem se curva a qualquer sofisma.

E não comporta, nele, qualquer cisma.
Amor amigo, não vê nenhum defeito.
É sentimento sublime, e com efeito,
Se sobrepõe a tudo o que há na terra.

Disse Jesus, e sua palavra encerra:
Que nos amemos “a perder de vista”,
Pois é amando, assim, que se conquista,
A paz nos corações, e não a “guerra”.

Wellington Leiros
(12.12.2012)     

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