quinta-feira, 18 de julho de 2013

VIOLÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL

Grupo de manifestantes permanece na frente da Câmara Municipal de Natal (Foto: Antônio Netto/G1) Desocupação da CMN é condição para ampliar debates sobre transporte
 
 
Na manhã desta quinta-feira a Câmara Municipal de Natal deu uma demonstração de total falta de sintonia com os movimentos sociais.
Logo cedo um grupo de manifestantes, na maioria estudantes, buscou levar à Casa que deveria ser do Povo, três reivindicações: reexame da tarifa para redução do preço da passagem dos ônibus para R$ 2,00 por conta das medidas do governo em diminuir a carga tributária; suspender a convocação extraordinária marcada para a próxima semana, onde seria apreciada a questão da licitação para os transportes urbanos, postulando que o assunto fosse objeto de ampla discussão com a sociedade e a última seria a verificação nas finanças do SETURN.
Inicialmente foi impedida a entrada dos participantes do movimento, como o foi, igualmente, dos representantes da OAB/RN e da imprensa.
Posteriormente, já pela tarde, houve a entrada de cerca de 30 participantes do evento e, graças a uma ação dos vereadores Hugo Manso e George Câmara, a OAB/RN teve acesso, e quando já estavam no interior do pátio da Câmara,  testemunharam atos de agressão, enquanto, na rua se postavam outros 80 participantes do movimento.
Ao ver a truculência o Conselheiro Daniel Pessoa, atônito, registrou na câmera do seu celular uma série de agressões da polícia interna da Câmara e outros da guarda ambiental e ainda seguranças à paisana que impingiram aos manifestantes cacetetes, spray de pimenta e aparelho de choque, com pessoas sendo agredidas, inclusive uma pessoa grávida e outra algemada com as mãos para trás e colocado na mala de um carro de passeio.
O representante da OAB/RN filmou também a cena de um guarda fardado dando chutes no portão do estacionamento, exatamente o único bem que foi constatado ter sido quebrado.
Durante todo o período em que ali ficaram e até não existir mais manifestantes, não constataram qualquer depredação. Contudo, poucas pessoas que estavam redigindo uma nota, ouviram barulho de coisas sendo quebradas no prédio e que, certamente, não foram pelos manifestantes.
A pauta por ser legítima, foi acatada pelo Presidente do Legislativo Municipal, que baixou um ato dando conta do atendimento das reivindicações. No entanto, em outra ação paralela, baixa outro ato notificando os manifestantes para deixarem o prédio imediatamente, retirando-se do local, dando ensejo à ação truculenta dos guardas.
A Ordem dos Advogados, em reunião plenária, ouviu os Conselheiros que estiveram presentes no acontecimento e pessoas que foram agredidas, projetando o filme do celular do Dr, Daniel e depois decidindo publicar uma Nota retratando o seu posicionamento, a qual será ainda hoje divulgada.
Atente-se, ainda, que a Polícia Militar esteve no local e chegou a dar tiros para o alto para intimidar as pessoas que participavam daquele movimento.
Lamentável, deplorável, inaceitável esse comportamento, tendente a provocar indignação da sociedade e a violar os direitos constitucionais de livre manifestação, quebrando os preceitos básicos da Democracia.
Parece existir uma orquestração para veicular um estado de caos e fazer comparação com os acontecimentos de 1964. Isso não é tolerável e temos instituições com capacidade de fazer correções sem violação do estado democrático de direito.
Não ao silêncio!

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