sábado, 19 de janeiro de 2013




OS CASARÕES DE SÃO LUÍS

Clóvis Campêlo


Muito tenha sido fundada pelos franceses em 8 de setembro de 1612 (informação esta contestada por alguns historiadores maranhenses), é nos casarões portugueses, alguns com suas fachadas de azulejos, que São Luís estabelece a sua diferenciação.
Segundo a jornalista Dalva Rêgo, em matéria publicada no site da Globo, em 05/9/2012, São Luís possui “um acervo de casarões coloniais que refletem bem como viviam os colonizadores que chegavam à cidade. Esse conjunto arquitetônico é tão importante que foi declarado Patrimônio da Humanidade”. Ainda segundo ela, “talvez, São Luís seja a primeira cidade colonizada por portugueses com características mais fortes de organização do espaço urbano. Os lugares onde os portugueses se instalavam, até então, eram desordenados, não seguiam um padrão de construção. Isso só aconteceu na capital maranhense no início do século XVII”.
E ela tem razão. Diferentemente, por exemplo, do Recife, onde os becos e ruelas sempre desaguam em algum pátio, conforme a concepção urbana ibérica da sua época, São Luís é talvez tenha sido uma das primeiras cidades portuguesas a receber um traçado bem orientado e geométrico, oriundo dos engenheiros militares submetidos às ordenações filipinas, já que Portugal, na época, encontrava-se sob o controle da Espanha.
No entanto, se os casarões e a geometria ludovicense é portuguesa, o nome da cidade foi escolhido pelos franceses seus fundadores em homenagem ao rei da França Luíz IX, também chamado de São Luís. Durante o seu reinado, a França teve um grande poder político, ecônomico, militar e cultural, no chamado “século de ouro de São Luís”.
Segundo a Wikipédia, “a capital maranhense, lembrada hoje pelo enorme casario de arquitetura portuguesa, no início abrigava apenas ocas de madeira e palha e uma paisagem quase intocada. Ali, ficava a aldeia de Upaon-Açu, onde os índios tupinambás viviam da agricultura de subsistência e das ofertas da natureza, caçando, pescando, coletando frutas. Nos arredores, habitava a etnia indígena dos potiguares”.
Em 1987, o governo estadual do Maranhão, iniciou o Projeto Reviver, visando recuperar e revitalizar o conjunto arquitetônico do centro histórico de São Luís. O projeto teve duas fases distintas: a primeira, dedicou-se às obras consideradas prioritárias ou emergenciais; depois, intervenções urbanas mais profundas, revitalizando mais de 200 imóveis, com 107.000 metros quadrados tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional, restaurando o aspecto original dos prédios, através de fotografias antigas, descaracterizado ao longo dos anos. Por outro lado, um desdobramento do Projeto Reviver, o Projeto Habitacional, vem promovendo desde 1993 a fixação de famílias na área da Praia Grande, resgatando a memória histórica da cidade e do seu patrimônio arquitetônico.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013




Com uma participação substancial de representantes do mundo jurídico, realizou-se ontem a solenidade de transmissão do cargo de Presiente da Ordem dos Advogados do Brasil, para o próximo triênio 2013-2015 e a apresentação da nova Diretoria, dos Conselheiros Federais e Estaduais e respectivos suplentes e da Caixa de Assistência dos Advogados (CAARN).
O concorrido evento aconteceu no salão do Olimpo Recepções.

Imagem Interna
Foto: Elpídio Júnior
Estiveram presentes à solenidade a Governadora Rosalba Ciarline, do Presidente do Tribunal de Justiça Aderson Silvino, dos Representantes do Poder Executivo de Natal, dos Poderes Legislativo Estadual e Municipal, do Ministro Garibaldi Alves Filho, Conselheiros da Diretoria do Conselho Federal da OAB, sob a liderança do Presidente Ophir Filgueiras Júnior, outras autoridades dos segmentos jurídicos nacionais e locais, Presidentes de Sub-Seccionais, Conselheiros de outros Estados, familiares e amigos dos novos dirigentes e uma platéia de advogados.
Presentes, em lugar de destaque, os novos Conselheiros Federais e Estaduais e os Membros Honorários Vitalícios.

O Presidente PAULO EDUARDO TEIXEIRA, que terminou o seu mandato. 

Em discurso emocional, falou o novo Presidente SÉRGIO FREIRE.

O Desembargador ASERSON SILVINO fez um discurso solidário.

A Governadora ROSALBA CIARLINI convocou a todos para uma luta pela grandeza do Estado, dizendo que os advogados faziam parte desse esforço.

Encerrando a solenidade, o Presidente OPHIR FILGUEIRAS JÚNIOR traçou o perfil dos advogados e o seu papel fundamental na vida da sociedade e da democracia brasileira.

Após a sessão especial foi servido um coquetel e houve um show à cargo da artista local CHRISTAL.

MINHA HOMENAGEM PARTICULAR ao meu filho ROCCO JOSÉ ROSSO GOMES, em seu segundo mandato de Conselheiro Estadual, ao lado dos pais. 
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Fotos do blog.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

 


                A Academia Pernambucana de Letras comunicou,  oficialmente,  na data de hoje, que o livro  Anêmonas, de autoria de CIRO JOSÉ TAVARES, foi o vencedor do prêmio EDMIR DOMINGUES DE POESIA, VERSÃO 2012.
                A entrega do prêmio será feita em sessão pública, dia 25 de janeiro de 2013, às 19 horas, durante as comemorações do 112º aniversário da Academia.
                Na mensagem recebida de Ciro, o mesmo acrescentou: "Não poderia deixar de repassar a informação pela amizade que mantemos ao longo do tempo. Aproveito a viagem para ir à Natal, rever os companheiros de lutas literárias e, especialmente, visitar dois amigos que atravessam dias difíceis: Pedro Simões, no Hospital do Coração, e Márcio Pacheco, na Policlínica do Alecrim."
               PARABÉNS meu amigo e colega de infância. Nossa UBE-RN se orgulha de você!
                

CARTAS DE COTOVELO – 2013.6
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor-veranista

E MUDOU ALGUMA COISA?

De uma só tirada li o livro “VERDADEIRO – a história do PSD potiguar”, do estimado médico e amigo Lauro Bezerra, que já transitou pelas lides políticas do nosso Estado e testemunhou fatos marcantes e pessoas notáveis.
Ao traçar o caminho do Partido Social Democrático, desde o seu nascedouro em 17 de julho de 1945, a nível nacional, no embalo da redemocratização do Brasil, até a sua extinção com o Ato Institucional nº 2, de 26 de outubro de 1965, resgata a biografia de personagens já esquecidas, mas que deixaram um legado para a nossa história.
Manteve-se no apogeu, elegendo dois Presidentes da República – o General Eurico Gaspar Dutra e o médico Juscelino Kubitschek, em 1945 e 1955, respectivamente, participando do segundo governo Vargas (1951-1954) e elegendo Tancredo Neves como Primeiro Ministro do efêmero Governo parlamentarista.
Suas origens ideológicas pendiam para características conservadoras, pragmáticas e realistas, congregando o clientelismo dos antigos interventores getulistas do Estado Novo, conciliando com os interesses das elites rurais e da burguesia industrial.
Registra os eventuais ressurgimentos da legenda, como aconteceu em 1987, no período de transição do regime militar para o civil, onde foi registrado com o nº 41, mas sem expressão e a terceira investida em 2011, com o nº 55, ainda em fase de formatação.
Em nosso Estado foi criado em 23 de maio de 1945, tendo em João Severiano da Câmara o seu expoente maior, embora por prazo diminuto, haja vista o seu prematuro falecimento, quando era apontado como o futuro governador.
As narrativas do autor me trouxeram lembranças vividas no seio da família, pois “Vanvão” era casado com Dona Maria, irmã mais velha de papai e, tempos depois, com Jessé Freire, casado com minha tia Elza Miranda.
Lembro-me da acirrada campanha que levou Aluízio Alves ao Palácio Potengi, em 1960, o qual foi logo trocado para Palácio da Esperança e, em que pese ter realizado uma gestão de grandes progressos, mas, igualmente, plantou uma semente de discórdia e radicalismo, que fez vítimas, uma das quais um cunhado meu, que era declaradamente  “Dinartista”.
O governador AA empolgava o eleitorado menos esclarecido, cognominado pejorativamente de “gentinha”, utilizando-se de uma dialética populista.
Na campanha eleitoral de 1962 dela se utilizou para promover um estado de tensão política, anunciando uma possível “brejeira” no resultado do pleito, caso não houvesse  a garantia de força federal, providência algumas vezes reivindicadas pelo TRE-RN e não respondida pelo TSE ao ponto de o Tribunal Regional, com o parecer do Procurador Manoel Varela de Albuquerque, ter determinado a suspensão das eleições no RN, oportunidade em que foi interpelado pelo Presidente do TSE sobre o assunto, sendo mantido o seguinte diálogo:
“Senhor Presidente, é verdade que o TRE suspendeu as eleições no RN? Sim, Excelência! Por que? Pela falta de resposta ao nosso pedido de força federal. Mas o General Muricy informou que o Governador do Estado tem condições de garantir o pleito! Senhor Ministro, neste exato momento, em frente ao Palácio da Esperança está sendo realizado um Comício e o Governador aponta para este Tribunal, que fica ao lado, afirmando que ele não quer tropa federal para admitir uma fraude eleitoral.” Termina o diálogo, tendo como conseqüência o chamamento da autoridade militar a Recife, assumindo em seu lugar o Ten-Cel. Rolindino Manso Maciel que determinou o deslocamento da tropa para o interior.
Registre-se que por medida de segurança, houve a determinação para que todas as cédulas fossem autenticadas pelos juízes eleitorais e o pleito transcorreu dentro da normalidade e o fogo foi apagado, mas não a história!


17 de janeiro de 2013

Posse da nova diretoria da OAB Potiguar acontece hoje (17)

por Anne Medeiros
Imagem Interna
Foto: Elpídio Júnior
A solenidade de posse dos diretores e conselheiros da Seccional da OAB no Rio Grande do Norte para o triênio 2013/2015 e dos membros da Caixa de Assistência dos Advogados do Estado (CAARN) acontecerá hoje (17), às 19h, no Olimpo Recepções.

Assumirá a Presidência da entidade potiguar o advogado Sérgio Eduardo da Costa Freire, tendo como vice Marcos José de Castro Guerra. O secretário geral será João Maria Trajano; a secretária geral adjunta será Cristina Daltro Santos Menezes; e, por fim, integra também a diretoria Thiago Galvão Simonetti, como tesoureiro. O presidente a ser substituído no cargo, Paulo Eduardo Teixeira, foi eleito conselheiro federal da OAB, juntamente com Lúcio Teixeira dos Santos e Humberto Costa do Rêgo.

Na eleição da OAB/RN, que aconteceu em 19 de novembro de 2012, Sérgio Freire teve 2.292 votos dos 4.380 advogados que participaram do pleito.

Conheça o perfil do novo presidente da OAB/RN:

Sérgio Eduardo da Costa Freire nasceu em 15 de fevereiro de 1966. É filho de Zilson Eduardo Freire e Evane da Costa Freire, formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 1989.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Presidente da Comissão de Licitação da Fundação de Assistência e Promoção Social – FASP, no período compreendido de 19 de outubro de 1989 a 18 de outubro de 1990.

Prestação de serviço de Assessor Jurídico, no período de 22 de novembro de 1989 a 15 de maio de 1991, junto ao Departamento de Assistência Judiciária “PROFESSOR MANOEL VARELA DE ALBUQUERQUE”, na seccional da OAB/RN.

Representante da OAB/RN, na discussão da de Marcas e Patentes, promovida pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA/RN, em dezembro de 1993.

Prestação de Serviço de Assessor Jurídico, no período de 1991 a 1993, junto ao Departamento de Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte.

Membro da banca examinadora da prova objetiva do Exame de Ordem da OAB/RN, no ano de 1996.

Diretor Tesoureiro da OAB/RN, no triênio 1998 a 2000.

Presidente da Comissão de Orçamentos e Contas da OAB/RN, no triênio compreendido de 1998 a 2000.

Representante da OAB/RN no II Encontro Nacional de Diretores Tesoureiros, realizado em Brasília/DF, nos dias 14 e 15 de setembro de 2000.

Conselheiro Federal da OAB/RN, eleito para o triênio 2007 a 2009.

Advogado autônomo militante e Assistente Técnico Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte.

Conselheiro Federal da OAB/RN, eleito para o triênio 2010 a 2012.

ESTIMULADO PELO DESAFIO

Franklin Jorge
Ao término de minha primeira semana à frente da Pinacoteca do Estado, creio que o balanço é positivo. Reencontrei-a, trinta anos depois, no mesmo estágio em que a deixei e com a peculiaridade de ter um corpo funcional exclusivamente formado por “guias”, aos quais vamos atribuir novas funções, pois seria contraproducente manter o quadro atual composto de 21 servidores e todos eles exercendo a mesma função. Para que se tenha uma ideia dessa situação, minha antecessora no cargo era quem varria e limpava a própria sala.
Apesar dos desafios e obstáculos a enfrentar e superar, através da reavaliação do quadro funcional, esses primeiros dias de trabalho desenharam novas perspectivas para a Pinacoteca do Estado que em três décadas, teve uma única mudança significativa: foi reconhecida como tal e mudou de endereço; saiu do prédio do antigo Quartel General, hoje Memorial Câmara Cascudo, para o Palácio Potengi, por muitas décadas a sede do Governo do Estado.
O gesto do deputado estadual José Dias de Souza, comprometendo-se em apresentar uma Emenda Parlamentar ao Orçamento Geral do Estado no valor de 250 mil reais, reveste-se de grande significado para todos nós e, em especial, para a Cultura. Pela primeira vez na história do nosso Parlamento um deputado mostra-se sensível às necessidades e carências crônicas da Pinacoteca do Estado, gesto supervalorizado pelo fato de ser o deputado José Dias líder da oposição e crítico do Governo. Ao fazê-lo, José Dias – homem culto e refinado que defende os interesses populares – sobrepõe-se às mesquinharias provincianas e nos dá um exemplo de cidadania que devemos reconhecer e louvar para que sirva de incentivo a outros parlamentares.
Na última terça-feira (8), em conversa particular com os funcionários, pudemos ter uma visão mais próxima da realidade e a partir desse diagnóstico prévio já podemos saber, em relação aos que trabalham pela manhã,com quem podemos contare o que esperar de cada um. Senti uma grande falta de entusiasmo generalizada.
Na quarta-feira (9) a Secretária Extraordinária de Cultura, professora Isaura Amélia Rosado Maia despachou na Pinacoteca e prometeu-nos fazê-lo uma vez por semana, para discutirmos questões de interesse e agilizarmos ações que clamam urgência e são necessárias à efetivação de nossos projetos que incluem além da reforma do Palácio Potengi, onde estamos instalados, e já prevista antes de minha posse, a refundação da Oficina de Gravura Rossini Quintas Perez que deve reintegrar-se ao complexo da Pinacoteca, conforme a ideia original que previa, para a Pinacoteca, atividades didáticas.
Ontem (quinta-feira, 10) já definimos que a artista plástica Sayonara Pinheiro será a Curadora da Pinacoteca e estamos fazendo gestões para que tenhamos um vice-diretor executivo com perfil de alguém que é do ramo, cosmopolita, tem uma visão de conjunto e sabe fazer. Também estamos atraindo e conquistando a colaboração de voluntários que se dispõem a nos ajudar a fazer da Pinacoteca do Estado aquilo que, no jargão dos museólogos, é chamado de “museu quente”, ou seja, um espaço não estanque, vivo e ativo. Ainda ontem, em contato com o Diretor de Relações Institucionais da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Ivo Mesquita, obtivemos o seu compromisso de nos ajudar na reestruturação da Pinacoteca que tem um largo espectro de desafios e obstáculos a vencer.
O desafio de administrar a Pinacoteca do Estado do RN exige-nos muito mais que estímulos governamentais ou movimentos individualizados da iniciativa privada. Disso temos plena consciência.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013


Calendário de Atividades – 2013 (*)
.  Janeiro
01 a 30 - Recesso

. Fevereiro
07 – Reunião de Planejamento do  ano de 2013
11 – Audiência  com o Prefeito Carlos Eduardo com finalidade de estabelecer a celebração de um Convênio PMN x UBE/RN

. Março
14 - Dia da Poesia   (mesa redonda)
28 -  Lançamento do livro Crônicas da família Gosson do Sócio Fundador  Eduardo Antonio Gosson  pelo selo editorial Nave da Palavra- Coleção Bartolomeu Correia de Melo (Prosa)

. Abril
04 –  Reunião da Diretoria da UBE
11 –  Assembleia Geral Ordinária da UBE (prestação de contas)
18 — Assembleia Geral Extraordinária (reforma Estatutária)
25 –  Lançamento do livro Nos Contornos do Rio Potengi do Sócio Fundador Manoel Marques Filho

. Maio
02 –  Reunião da Diretoria da UBE
30 – Lançamento do livro   Símbolos Nacionas (2ª edição) do Sócio Efetivo Claudionor Barroso –  pelo selo editorial  Nave da Palavra, Col. Enélio Petrovich(Memória).

.  Junho
06 – Reunião da Diretoria da UBE
27 – Lançamento do livro Do Picadeiro ao Céu: o riso no teatro de Ariano Suassuna  do Sócio Efetivo Paulo Caldas Neto pelo selo editorial Nave da Palavra, Col. Deífilo Gurgel

.  Julho
04 – Reunião da Diretoria da UBE
31 – lançamento da 2ª edição do livro Talhe Rupestre do Sócio Efetivo Paulo de Tarso Correia de Melo, Col. Antônio Pinto de Medeiros (Poesia).

. Agosto
01 – Reunião da Diretoria da UBE
14 –  14 de agosto de 1959 (fundação da UBE: 54 anos). Ciclo de Palestras e lançamento da Revista da UBE/RN

. Setembro
05 –  Reunião da Diretoria da UBE

. Outubro
03 –  Reunião da Diretoria da UBE
29,30 e 31 – VI Encontro Potiguar de Escritores – VI EPE


. Novembro
07 –  Reunião da Diretoria da UBE
28 – Eleições para renovação da Diretoria da UBE (2014-2016)

. Dezembro
05 - lançamento do livro  A Obra Completa de Eulício Faria de Lacerda – pelo selo editorial Nave da Palavra
12 – Jantar de Confraternização dos sócios da UBE

Natal/RN,  31 de Janeiro de 2013
Eduardo Antonio Gosson
Presidente
(*) Toda  a programação da UBE/RN neste ano de 2013 será  na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras
Rua Mipibu, 443 – Petrópolis
Natal/RN
Contatos:
E-mail:  eagosson@gmail.com

terça-feira, 15 de janeiro de 2013


Por Yuno Silva l Viver/TN Online
A ida de Franklin Jorge para a Pinacoteca do Estado só foi cristalizada no mês de outubro, quando o gravurista potiguar Rossini Perez, 80, radicado há décadas no Rio de Janeiro, visitou o RN. Considerado um dos gravadores mais importantes do mundo da atualidade, Rossini esteve em Natal para sondar se havia alguma instituição com condição de abrigar obras que ele pretende doar. “Rossini ficou escandalizado com o que viu e não viu na reserva técnica. Redigi o relatório que ele fez sobre as condições da Pinacoteca e é esse documento que irá nortear minhas primeiras ações”.
Quando esteve no RN, Rossini Perez identificou uma série de gravuras ainda embaladas na reserva da Pinacoteca. “No acervo guardado há também gravuras que (o artista plástico baiano) Calazans Neto fez para ilustrar o livro ‘Tieta do Agreste’ de Jorge Amado. Quero expor isso ainda este ano”, planeja Franklin, que defende a adoção de uma política cultural voltada para ressaltar “um cosmopolitismo que nos falta, quero lutar para o fortalecimento da cultura popular urbana”.
Manutenção
Com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 o Ministério da Cultura abriu linhas de crédito para melhorias em museus, e a Pinacoteca do Estado está entre as instituições do RN que serão contempladas com recursos federais. Segundo Franklin Jorge, a previsão é que sejam investidos cerca de R$ 40 milhões nos próximos dois anos. “Este é o primeiro grande investimento e não faltam demandas: restauração do piso, iluminação adequada, aquisição de equipamentos para a reserva técnica”.
O gestor descarta a climatização de todo o Palácio Potengi, “até porque o lugar é ventilado, e garantir a conservação de espaços culturais nunca foi o forte do poder público de um modo geral”, critica. Franklin Jorge acredita ser prudente evitar a criação de demandas desnecessárias como manutenção dos equipamentos de ar-condicionado e aumento na conta de luz. “São gastos que podem ser descontinuados”, antecipa, lembrando que quando a Pinacoteca foi criada há cerca de 30 anos, o projeto incluía o funcionamento de uma oficina de gravura – fechada por falta de insumos e reposição.
Tecnologia
Pequenos detalhes, mas de extrema importância, também estão na dianteira e sob os olhares de Franklin Jorge, como a troca da iluminação das galerias. Também faz parte do projeto de reestruturação da Pinacoteca a intenção de abrir o espaço para a promoção de seminários, palestras, cursos, oficinas, simpósios e debates. Nesse sentido, já estão certas palestras com o professor Antenor Laurentino Ramos, que abordará a plástica existente na obra do escritor José Lins do Rego.
Para o gestor, a política cultural no Rio Grande do Norte ainda está em um estágio “muito primitivo e é preciso dar passos mais ousados. Não digo que serei eu a fazer isso, mas vou buscar corrigir algumas coisas e não vejo mal nenhum em se espelhar em iniciativas que deram certo em outros lugares”.
Entre as ‘correções’ ressaltadas pelo novo diretor da Pinacoteca, está a necessidade de se criar um setor para incorporar a produção e difusão da arte tecnológica (ou ciberarte), linguagem capaz de despertar o interesse dos jovens e oxigenar o público. “Nosso papel também é de estímulo, de formação e educação”, garante.
Incrementar o fluxo de visitantes locais e alavancar o chamado turismo cultural são outros desafios considerados. “É necessário que a Pinacoteca se insira na comunidade, que contribua com a formação de público apreciador”, analisa.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


CARTAS DE COTOVELO 2013.5
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor-veranista

Lamparina De Cobre Antiga!!!

     A PROPÓSITO DE LUZ DE LAMPARINA
Foi um domingo movimentado – manhã de maré baixa, propícia para uma boa caminhada com Thereza. Um chuvisco inesperado, de uma nuvem passageira, não atrapalhou nosso passeio.
Um mergulho rápido e retorno à casa para despojar do corpo o sal do mar. Uma cerveja gelada e o aguardo para o churrasco que Ernesto prepara como ninguém.
No compasso da espera, subo ao alpendre do meu quarto e, no “ventre da minha rede” continuo as leituras cotidianas. Desta feita “O Vendedor de Poesias”, de Iveraldo Guimarães, edição Sebo Vermelho, do finalzinho de 2012.
Cumpridas as tarefas culinárias a “madorna” de fim de almoço e o retorno às leituras. Dopo, antes do sol buscar o seu aconchego, meditei um pouco sobre o que li do livro de Iveraldo e, tomando por empréstimo o prefácio de Vicente Serejo, me transportei para um passado bem distante, na velha Redinha dos anos 50, a qual me pertenceu por umas dez temporadas, onde a luz elétrica cessava pelas 20 horas dando lugar às lamparinas e candeeiros, geradores de sombras distorcidas da realidade, permitindo o descortinar mágico das luzes de Natal.
Dominava os seus contornos e as suas pedras mesmo nas noites sem luar, no percurso Maruim – Redinha Clube, que era iluminado por lâmpadas “Colleman”até às 22,30 horas, num tempo de pardais no verde dos quintais, para lá ouvir as estórias do “fogo fátuo” e aparições, fazendo com que o retorno à casa se fizesse com arrepios adrenalínicos.
Na Redinha, com outros meninos da minha idade – lembro de Gotardo Emerenciano, pegávamos siris nas gamboas dos manguezais que ficavam a poucos metros dos fundos das nossas casas.
Compartilhavam daquele recanto, que eu me lembro, Seu Aldemário e seu Nelson (vizinhos dos dois lados), Seu Pitota, Dr. Dante de Melo Lima, Professor Ildefonso Emerenciano, Seu Maranhão, pai de Neilson (foi Juiz e morreu em um desastre de automóvel num dia 20 de janeiro do ano que não lembro), com quem fazíamos a travessia no barco de Ferrinho para assistir o futebol em Natal. Recentemente estive no Maruim e só encontrei duas casas de pé, a que foi nossa e a de Seu Nelson.
Em nossos passeios de bicicleta até o rio doce (hoje a decadente Redinha nova), onde só existia a natureza, era possível “brechar” encontros amorosos.
O empinamento de corujas frágeis era o esporte predileto da meninada, concorrendo com pipas possantes dos meninos maiores. Os adultos preferiam o voleibol em frente ao Redinha Clube.
Mas não foi só reminiscências da praia, cuja casa foi vendida por papai por dois motivos relevantes – uma aventura num barco que me pôs em perigo de vida e a morte do meu cunhado José Gondim, que também era veranista. Lembrei-me, também, da “rua descalça” (Meira e Sá) onde morava, das batalhas de carrapateiras nos esconderijos formados pela erosão das chuvas, deixando à mostra os canos do Saneamento; das sessões das sextas-feiras no cinema São Luiz, transportado pelos bondes do Alecrim, cuja linha findava na Rua Amaro Barreto, proximidades de onde hoje existe o relógio da Praça Gentil Ferreira.
Papai fixava o retorno para as 21,30 horas e, quando o filme era mais longo e o seriado vinha em seguida, a contragosto era forçado a abortar o capítulo para cumprir o horário e, se ao chegar à Amaro Barreto não vislumbrava sinal do bonde, colocava sebo nas canelas e vinha mesmo na “pedagogia”. Papai no portão aguardava-me para fechar o cadeado e o resto da casa para o sono noturno.
Foi nesse tempo que encontrei a minha Anajá e conheci algumas Zúlias. Contudo, o tempo foi muito breve, pois logo me voltei para coisa séria e então compreendi “como dói o amor quando ele fica maior que o coração”.
As sombras estão chegando com pouca mansuetude, “misturando-se com a claridade moribunda”, permitindo ver a silhueta dos pássaros que retornam para os seus ninhos no restinho de Mata Atlântica que remanesce nas cercanias de Cotovelo.
Não dá mais para enxergar com luz natural e acender a lâmpada não vale, perde a graça! 
POESIAS AMENAS DESTE DOMINGO


                        À TARDE VAMOS À PRAIA

nunca sabemos quando o mar nos quer


à tarde vamos à praia
e desafiamos as ondas
que bebem nossos planos de conquista


também procuramos encontrar
o rosto do sol
mas este segue o poente
e se esconde aos não iniciados


assim jamais obtemos resposta
e à nossa revelia o destino
vagos enigmas planta na areia


o vento os confunde e os refaz
e de novo indecifráveis
aos sonhos do coração agonizante

                                               (Horácio Paiva)

> <
PARADOXO
David de Medeiros Leite
(Incerto Caminhar)

Fotografias amareladas
nunca (re)vistas
Guardadas na caixa do sapato
que n
ao é mais usado.
Aquela cena atormenta.
E vem a vontade de
prosseguir o momento vivido ...
A saudade acalenta.
Será melhor rasgá-las?
Ou emoldurá-las?


CLÁSSICO BALÉ

David de Medeiros Leite
(Incerto Caminhar)

Para Alice

A bailarina faz plié
ao som de Chopin.

Rond de jambe à terre
ao som de Schumann.

Riimados saltos e piruetas
sempre arrimada na arte delicada.

E quando ao público
reverência fazia,
uma emocionada
e quase imperceptível lágrima
suavemente tocou o verniz do tablado.


                        ALDEBARÃ
                   Ciro José Tavares
“The keen stars were twinkling
And the fair moon was rising among Them.”
Percy bisshe Shelley
Época das sementes acontecida um dia,
época de seguir as Plêiades sem saber.
Na rede branca, à tarde, contemplando ocasos,
era o dia queimando olhos e horizonte.
A Ponta do Giz, na chegada, Bojador da infância
ao contorná-la esquecidos da fadiga,
a visão da gameleira vigiando dunas,
idade irrevelada, nunca ninguém soube
da resistência nem mesmo de mentira.
Não fossem os candeiros, empregados conversando,
barulho de pratos e talheres nas bacias de ágata,
seríamos isolados e solitários peregrinos.
Concluída a mesa, a casa toda alumiada,

tínhamos os alpendres, a roda de toscos tamboretes
partida pela régia rede branca balançando.

No lado levante sentava-se a rendeira,
feições de Átropos chamada de Constança.
Eu adormecia no colo da pastora ouvindo os bilros,
a tosse seca interrompendo estórias,
 o forte ruído da maré cheia ao quebrar nos arrecifes.
O tempo interligado aos padrões convencionais,
galos anunciavam e os cães acordavam madrugadas,
mas apenas o sol marcava o princípio e o fim.
Um dia, no breu da noite, o contemplador
pegou-me pela mão e no caminho da Ponta do Giz
vestiu lembranças nos sussurro  inaudíveis.
Sentou-se na proa da jangada de velas arriadas
e diante dos meus olhos a cena inesquecível:
Mãos em concha, pulsos ancorados nos joelhos,
chocavam-se os dedos num vaivém de ondas inquebráveis.
Cabeça pendida mergulhada em sonhos
que não deviam ser interrompidos quando de repente
emergiu colossal, olhos marejados,
 cálices de Parsifal transbordando  antigas aflições.
Como shanachie falou de Berlim,
de Viena, de Paris, de Calais na Normandia,
dos ventos gelados de Boulogne –sur-Mer,
calças de flanela, abrigo de tweed cerzidos pela pressa,
trens,navios, porto, do despachante Huet,
do mar aberto depois do enrocamento única saída.
Miríades de estrelas derramavam
tênue claridade sobre os arrecifes
que conosco dividiam enorme solidão.
O búzio da praieira rompeu a quietude num instante,
um som plangente que saudoso posso ouvir.
No regresso a casa, apagados os lampiões,

cegos prometemos seguir as Plêiades outra vez.
Não aconteceu. Vencidos pelo tempo nunca mais voltamos.