sábado, 10 de agosto de 2013

COMBATE ÀS TREVAS – XII


(A QUESTÃO DAS DROGAS: O ÁLCOOL)
   Eduardo Gosson*

Das drogas lícitas o álcool é a mais antiga, remonta a 3.500 a.Cristo na região do Oriente Médio e a 6000 a. C. na Mesopotâmia. No texto bíblico, o primeiro cachaceiro foi Noé que tomou grandes porres com o vinho  das uvas por ele plantada. Na velha Roma o vinho era parceiro das orgias e bacanais. Roma tinha dois comportamentos: rigor  na vida pública e devassidão na privada. O poeta Ovídio conheceu o exílio por ter escrito o livro A Arte de Amar, hoje considerado leve face os valores atuais.
Hoje o jovem é incentivado  a beber desde cedo: família e mídia. Na ânsia de não ficar para trás é empurrado para os braços da bebida. Não sabe ele: de cada 100 jovens 10 desenvolverão o vício. Estima-se que o álcool afeta 15% da população, acarretando elevados custos para a sociedade. A indústria do álcool movimenta 3,5% do Produto Interno Bruto – PIB e o governo gasta 7,3% para cuidar do problema. Dinheiro este que poderia ser investido em  educação ou moradia popular.
Por esse e outros motivos advogamos que o álcool deveria ser abolido da nossa sociedade, a exemplo da Arábia Saudita onde é rigorosamente proibido ( o Alcorão não permite). Estrangeiros que são pego bebendo, imediatamente eles colocam dentro do avião e mandam de volta para o país de origem. Poder-se-ia perguntar:
                    - Por que tamanho radicalismo?
                     - Porque o ser humano até hoje não entendeu o valor da delicadeza e da democracia. A única linguagem que a humanidade entende é a da dureza. Já imaginou se um país como a China, com uma população de 1 bilhão e 500 milhões de habitantes, implantasse a Democracia? Simplesmente  deixaria de funcionar e não estaria na Vanguarda deste Terceiro Milênio. A Democracia implantada no Brasil desde José Sarney resolveu os problemas básicos: saúde,  segurança e educação?
*Eduardo Gosson é poeta. Preside a União Brasileira de Escritores – UBE/RN

Papa Francisco


Papa Francisco e os peregrinos alados:
um pequeno ensaio de avaliação
Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior
depto. Ciência da Religião PUC-SP

         O papa Francisco bateu na porta de nosso coração e entrou de mansinho. Sereno e sempre de janelas abertas, se fez peregrino. E o povo carioca o amou de paixão! E Francisco lhes retribuiu com o sorriso que nasce no coração do Cristo Redentor. Quais os frutos a colher? A esperança em oito facetas evangélicas, nascida no amor de Deus, e transmitida de forma visceral por este querido argentino. O futuro exigirá reabilitar a política, a fé e a esperança! Daí o pedido e o imperativo categórico do papa aos jovens na missa final em Copacabana: "Queridos jovens, regressando às suas casas, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho". As felicidades de Francisco são as mesmas bem-aventuranças de Jesus e promovem a cultura do encontro e do diálogo.
            A primeira felicidade vital do papa: "Felizes os pobres de espírito: deles é o Reino dos céus (Mt 5,3)". Os pobres da comunidade de Varginha foram os interlocutores do encontro de Francisco com o povo brasileiro. Entrou em uma casa, abraçou e foi beijado, orou com os evangélicos, tocou e foi tocado. Ganhou a bandeira da pastoral de juventude e o anel de tucum. Faltou elogiar as CEBs e a Teologia da América Latina. O povo ficou encantado com o jeito de Jorge Mario Bergoglio, pois viu nele um compadre fiel de lutas e utopias. Não era mais estrangeiro, mas o amigo do peito, companheiro. Ele se fez um "papa cireneu", que ajuda na peleja do viver a enfrentar as cruzes da injustiça.
            A segunda felicidade do sucessor de Pedro: "Felizes os mansos: receberão a terra em herança (Mt 5,4)". Os mansos são aqueles que o são não tanto por temperamento, mas pela dura necessidade da sua condição social e política. O afago, o abraço de muitas crianças pelas ruas cariocas, chegou ao clímax naquele menino de doze anos, que aos prantos o abraça repleto de felicidade cordial. Os mansos se exercitam na mansidão e se reconhecem. Mansos repletos da candura das crianças. E este pode ser o caminho de uma nova política: "ouvir o povo, dialogar com todos, respeitar as diferenças", com serenidade e mansidão, dando prioridade às crianças, aos anciãos e aos jovens.
            A terceira felicidade de Jorge Mario Bergoglio: "Felizes os que choram: eles serão consolados (Mt 5,5)." Aquele que sofre e é injustiçado, que perde a esperança. Ao ouvir o papa na Via-crucis na praia de Copacabana, parecia-nos ouvir a ária "Una furtiva lacrima", último ato da ópera O elixir do amor, de Gaetano Donizetti, quando canta: "Uma lágrima furtiva irrompe de seus olhos. Jovens festivos parecem invejá-la. O que mais devo eu buscar" Me ama: eu o vejo! Um só instante e o palpitar de seu coração posso sentir. Seus suspiros se confundem com os meus. Ó Céus, posso morrer! Mais eu não peço!" O papa disse haver uma conexão misteriosa entre a cruz de Jesus e a cruz dos jovens. Jesus em sua cruz carrega todos os nossos medos mais profundos e o nosso choro mais doído!
A quarta felicidade de Francisco: "Felizes os que têm fome e sede de justiça: eles serão saciados (Mt 5,6)". Ter fome de justiça é a atitude de quem é um eleito de Deus. Ter fome de justiça é parte fundamental da fé bíblica. O papa não veio para adormecer com discursos melosos e suaves. Veio incomodar as elites e os grupos que oprimem o povo. Veio propor que os jovens caminhem alegres e rebeldes na estrada da justiça. Que façam barulho e mexam com as estruturas obsoletas da sociedade e das Igrejas. Afinal, o sentido ético é um desafio sem precedentes, diz Francisco. O papa foi valente e quer cristãos valentes e sem arrogância. Lutadores e profetas, com memória história, pé no chão e projetos de transformação. Organizados, pois "Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos".
A quinta felicidade do bispo de Roma: "Felizes os misericordiosos: eles alcançarão misericórdia (Mt 5,7)". Esta é a felicidade central da vida e do programa de bispo de Francisco, pois ele sabe que quem possui compaixão assume o outro como irmão de verdade. A misericórdia é filha de Deus. E o amor misericordioso não é raquítico nem efêmero. É amor abundante, generoso, forte, feliz, pleno e transbordante. Deus dá Deus. Como diz a bela melodia de padre Zezinho: "Por um pedaço de pão e um pouquinho de vinho, Deus se tornou refeição e se fez o caminho". Francisco pediu, exigiu, conclamou bispos e padres a saírem das sacristias, a irem para as periferias, para serem impregnados do cheiro das ovelhas e do povo de Deus.
A sexta felicidade do papa argentino: "Felizes os corações puros: eles verão a Deus (Mt 5, 8)". A limpeza e pureza de coração é o coração sincero. Francisco falou para a presidente da Republica, aos indígenas, ao prefeito do Rio, para a elite e para os milhões nas ruas. Aos 500 mil jovens da Jornada e aos 1500 clérigos e religiosas na Catedral. Não foi jogo de marketing, nem teologia da prosperidade. Não propôs proselitismo e muito menos confronto com os irmãos evangélicos. Apresentou o Evangelho de Cristo, como testemunho pessoal e qualitativo de um cristão e pastor engajado pela fé e na fé. Francisco quis estar na verdade mais do que afirmar-se dono ou possuidor exclusivo dos tesouros da revelação.
A sétima felicidade do filho de imigrantes: "Felizes os que agem em prol da paz: eles serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9)". O papa Francisco não proclamou a paz covarde ou uma ausência de conflitos. Não rezou por uma paz de cemitério ou pela covarde e resignada religião de subserviência ou de preces fundamentalistas. Propôs uma paz inquieta, rebelde, criativa, sonhadora. Paz onde a pessoa humana é o método, a chave e a meta. A dignidade humana como critério divino: a glória de Deus é que o pobre tenha vida! Gritou a cada momento nesta semana no Brasil, contra a corrupção das elites e das instituições e clamou por uma justa distribuição das riquezas no mundo. E disse ao clero brasileiro: tenham a coragem de ir contra a corrente que transforma pessoas em objetos descartáveis. A idolatria é fruto da injustiça social e um maldito sinal que nega vida ao povo negro, aos moradores das periferias e aos camponeses, mulheres, idosos e às crianças.
A oitava felicidade do devoto de Maria: "Felizes os perseguidos por causa da justiça: deles é o Reino dos Céus (Mt 5, 10)". Na sua primeira visita internacional nos lembrou do vigor profético de dom Helder Camara e do amor preferencial de Luciano Mendes de Almeida. Hoje o papa Francisco fortalece a fé de quem ficou ao lado dos empobrecidos, ao lado do Cristo crucificado pelo regime ditatorial. Falou da teimosia evangélica. Celebrou a vida dos que deram a vida: vidas pela vida. Faltou recordar a entrega de tantos mártires de nossa Igreja latino-americana como dom Oscar Arnulfo Romero y Gadamez, Frei Tito Alencar Lima, padre Henrique Pereira Neto, irmã Dorothy Stang, Santo Dias da Silva e o jovem torturado Alexandre Vannucchi Leme, entre centenas que entregaram a vida pelos pobres. Será preciso viver obedientes no amor e na fidelidade sem olvidar as testemunhas. Amor verdadeiro é memória celebrada do sangue derramado, como Cristo na cruz.
Santa Teresinha de Lisieux escrevia para sua irmã Léonie: "A única felicidade na terra é aplicar-se em achar deliciosa a parte que Jesus nos dá (12.08.1897)". O papa Francisco abriu o nosso imenso apetite para degustar os deliciosos quitutes de Deus. Ao tocar nossa carne, nossa pele, nossa vida, nossa praia ele mexeu com o nosso coração. Ao andar pelas ruas no meio de inverno glacial esquentou a nossa esperança. Nunca mais o Brasil será o mesmo. Os cristãos puderam degustar um gostoso aperitivo da fé. Façamos agora a nossa feijoada. Os ingredientes já temos. Basta botar fogo na panela e água no feijão, para que ninguém fique excluído! Ninguém mais fora da vida pública!  Ninguém fora da mesa da cidadania. Cada qual tornando a fé livre e libertadora, com jeitinho franciscano e sotaque carioca. Ouvimos um convite quente: seguir a Jesus. De forma convicta e apaixonada! O coração da mensagem do papa: sair do centro para a margem, rompendo casulos, para alçar vôo de peregrino destemido, envolto no mistério de Deus. Como cantava o poema musical de Ednardo: "Pavão misterioso/ Pássaro formoso/ Tudo é mistério/ Nesse teu voar/ Ai se eu corresse assim/ Tantos céus assim/ Muita história/ Eu tinha pra contar...".
Vai com Deus papa Francisco, te cuida! Volta logo, pois sentiremos muitas saudades de Tu, "mermão Chico"! Tu és sangue-bom! Por enquanto, até Cracóvia, em 2016.
                                                                                                          (adaptação Pe Antônio)

HÁ 80 ANOS


  
Vivemos, na noite de ontem, um momento de singular alegria, quando abraçamos a estimada amiga MARIA DAS DORES COSTA, Professora "Dorinha", nas comemorações dos seus 80 anos. Alegria e congraçamento foram as tônicas da festa. Descontraída, na presença de parentes e amigos, declamou esse poema abaixo reproduzido e dançou, docemente, um tango argentino. Parabéns. VIVER É PRECISO! 


Celebração do “Terceiro Ato da Minha Vida”

Eu queria fazer uma poesia, mas não sou poeta.
Eu queria expressar o meu sentir neste dia.
Eu queria compartilhar com cada um, aqui presente.
A alegria do viver, da minha vida aos 80 anos!
Eu queria expressar um louvor à terceira etapa do meu viver
À instituição do novo idoso que cresce, que toma forma,
Não como a figura caquética d´outrora,
Mas como a que se assume na sociedade
Como cidadão de direitos e de fato!
Na ausência de dons poéticos, busquei nos versos daqueles que me tocam
o tecido para celebrar “o terceiro ato da vida”, de que fala Jane Fonda.
Da vida que, para Mário Quintana,
“...É o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já uma octo...genária!
Por isso, “Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está à minha frente e diria que eu o amo...
E semearia no canteiro de todos vocês: ”não deixe de fazer algo de que
Gosta à falta de tempo.”
Diria mais, como Clarice Lispector:
“Sonhe com aquilo que você quiser.
Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
E nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz.”
Com ela, “Compreendi que viver é ser livre...
Que lutar é manter-se vivo.”
Também, “Aprendi que tudo depende da vontade,
Que o melhor é sermos nós mesmos,
Que ter amigos é necessário.
Que o SEGREDO da vida é VIVER!!!
Compreendi que as palavras têm força,
Que fazer é melhor que falar.”
Que o segredo de viver tem o vigor de Cora Coralina quando afirma:
“O que vale na vida não é o ponto de partida, e sim a caminhada.
Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”.
Dessa semeadura, ecoam os versos da poeta:
“Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade,
Despedaçando dentro de mim tudo o que é velho e morto,
Pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plan...tar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé.
Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende!:
Aprender a cada dia entoando como Charles Chaplin que:
“A vida me ensinou...
A lutar contra as injustiças: sorrir quando o que mais desejo é gritar
Todas as minhas dores para o mundo...
A ver o encanto do pôr-do-sol;” do meu pôr-do-sol
“Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
Como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante
Que eu mesmo tenha que lapidar,
Lhe dando forma da maneira que eu escolher”.
Do tempo, me acodem os versos de Mário de Andrade:
“contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
Para a frente do que já vivi até agora.
Tenho mais passado do que futuro.
Só há que caminhar perto das coisas e pessoas de verdade.
E para mim, basta o essencial”.
Mas vivi!
E ainda vivo!
Com o sentimento de que não passo pela vida passando, mas sim marcando
E, seguindo as pegadas de Fernando Pessoa, posso dizer:
“Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue”.
DORINHA COSTA, 09.08.2013

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ELEIÇÃO NA ALEJURN

   Ilustres Acadêmicos
Reitero a Vossas Excelências  o convite para comparecerem no dia 22 de agosto de 2013, a partir das 10 horas até às 17 horas, no Auditório da Procuradoria Geral do Estado, situado à Av. Afonso Pena, 1155, Tirol, a fim de elegerem o novo ocupante da cadeira de número 35 desta Academia de Letras Jurídicas/RN, que tem como Patrono o jurista Otto Guerra.
Os candidatos à vaga existente são os juristas ANA HELOISA RODRIGUES MAUX e ANTENOR PEREIRA MADRUGA FILHO, cujos currículos e obras jurídicas estão disponíveis na Corregedoria da PGE-RN para consultas e análises por parte de todos os acadêmicos interessados.
Lembro, por oportuno, que quaisquer dúvidas poderão ser solucionadas pelo Secretário Geral, Dr Carlos Gomes, através do email mirandagomes1939@yahoo.com.br  ou fone 9451-2560
A Comissão eleitoral é composta pelos Acadêmicos Josoniel Fonseca da Silva (Presidente), Luiz Antonio Marinho da Silva e José de Ribamar de Aguiar, os quais poderão flexibilizar e atenuar a liturgia da votação, preservado o sigilo do voto.
Tríplice abraço
           Adalberto Targino
          - Presidente -
ALEJURN
Telefax (84)3232-2898 
 alejurn2007@gmail.com

Reitor da UEPB instala Comissão da Verdade


assinatura rangel e paulo1
A Comissão da Verdade e da Preservação da Memória da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) foi oficialmente instituída nesta sexta-feira (19), em solenidade presidida pelo reitor Rangel Junior, que assinou a Portaria de criação da comissão. O ato aconteceu na Sala da Universidade Aberta à Maturidade (UAMA), no Campus de Bodocongó, e contou com a presença do vice-reitor Ethan Barbosa; do presidente da Comissão Estadual da Verdade, Paulo Giovani Antônio Nunes; do chefe de Gabinete do Governador, Waldir Porfírio; e do professor da UFCG, Fábio Freitas, também integrante da Comissão Estadual.
benjamim1Presidida pelo professor José Benjamim, a Comissão terá o prazo de um ano para realizar os seus trabalhos, dando a sua contribuição para esclarecer os casos de abusos praticados contra estudantes, professores e funcionários da UEPB no período da ditatura. A comissão permitirá o acesso às informações para os fins de consecução dos trabalhos e transparência de conhecimentos, tanto para fins de investigação e reparação, quanto para capacitação recíproca de agentes de Estado e da sociedade civil.
A comissão tem, ainda, como membros os professores Edmundo de Oliveira Gaudêncio, e Gilbergues Santos Soares; o técnico administrativo da UEPB, Luan da Costa Medeiros e o estudante do curso de Direito, Camilo de Lélis Diniz de Farias. Duas novas portarias serão publicadas para contemplar as mulheres nos trabalhos.
paulo giovani1Na solenidade, o reitor Rangel Junior observou que a escolha dos nomes para compor a Comissão teve critérios e levou em conta, entre outros aspectos, a história e o comprometimento dos professores e do estudante com a busca da verdade. Ele disse que não é fácil escavar a história e trazer à tona episódios deprimentes envolvendo pessoas que foram castigadas e torturadas pelo regime ditatorial. “No entanto, as novas gerações precisam reencontrar essa história e lutar para que esse período não volte mais”, frisou.
O reitor lembrou que na UEPB muitos estudantes e professores foram vítimas dos abusos praticados pelos militares. “No caso da UEPB, ainda na época da URNe, muitos estudantes foram vítimas de atos arbitrários e queremos revirar os arquivos e resgatar esses fatos”, destacou Rangel Junior. A ideia é contribuir com informações para o trabalho da Comissão Estadual e a Comissão Nacional da Verdade.
Presidente da Comissão, o professor Benjamim fez um relato histórico. Também lembrou que muitos professores e estudantes da UEPB foram perseguidos e citou como exemplo o então presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), José Filho, que teve sua vida cerceada pelos militares. “Vamos fazer um elo entre o passado e o presente, atualizando dados para as novas gerações”, disse.
Voltando no tempo, Benjamim citou como exemplo a intervenção feita pelos militarem em Campina Grande e que desencadeou uma das grandes crises financeiras da UEPB, só superadas anos depois, com a Estadualização. “A ditatura sangrou a então URNe, levando a Instituição a atravessar uma crise histórica. Foi uma perseguição feroz”, definiu.
waldir1O chefe de Gabinete do governador, Waldir Porfírio, também mostrou a importância dos trabalhos que os membros da Comissão terão nos próximos 12 meses. Como membro da comissão estadual, Waldir citou alguns episódios envolvendo professores e estudantes da UEPB na época do regime. Ele se dispôs a contribuir com a Comissão fornecendo, inclusive, o seu arquivo pessoal para estudo dos membros.
fabio freitas1O presidente da Comissão Estadual, Paulo Giovani Antônio Nunes, destacou a importância dos trabalhos da UEPB para esclarecer as violações do regime e também se dispôs a contribuir com os membros da comissão, fornecendo documentos e relatórios de pessoas torturadas pelo regime. Por sua vez, o professor da UFCG, Fábio Freitas, fez um discurso efusivo e disse que as comissões surgiram para fazer justiça à história, começando pelas lutas memoráveis que resultaram na Lei da Anistia.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

HERIBERTO BEZERRA, um símbolo da Medicina

Médico Heriberto Bezerra

morre aos 88 anos

Publicação: 08 de Agosto de 2013 às 09:52
O médico pediatra Heriberto Bezerra, ex-presidente do América Futebol Clube, ex-governador do Rotary Club e ex-presidente do Conselho Regional de Medicina, morreu na madrugada desta quinta-feira (8), por volta das 2h, aos 88 anos. Ele estava internado há quatro meses e meio no hospital São Lucas e, segundo Lauro Bezerra, também médico e primo de Heriberto, ele sofria de problemas antigos de saúde. O velório ocorre no Clube do América e, às 16h, haverá o sepultamento, no Cemitério Morada da Paz, em Emaús.
Arquivo TNHeriberto Bezerra, ex-presidente do CRM e do América, faleceu após quatro meses e meio de internamentoHeriberto Bezerra, ex-presidente do CRM e do América, faleceu após quatro meses e meio de internamento

Já tendo passado por problemas cardíacos, por cirurgias de ponte de safena e problemas no baço, Heriberto Bezerra faleceu após um problema renal aliado à idade avançada. Filho do industrial Justino Bezerra, Heriberto nasceu em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, e lá morou até os 11 anos, quando foi estudar em Recife.

De Recife, o futuro médico foi estudar na Bahia, onde se qualificou profissionalmente e conheceu Maria Bezerra, baiana com quem casou antes de retornar ao RN. Em 1949, formado e casado, Heriberto retornou ao estado que nasceu e morou os 64 anos seguintes na capital potiguar.
Médico faleceu aos 88 anos
Médico atuante e com intensa participação na sociedade, Heriberto Bezerra presidiu o Conselho Regional de Medicina e o América, além de ter estado à frente do Rotary Club. "Ele deixou de atuar como médico por volta dos 78 ou 79 anos devido à idade, mas ainda lúcido", conta o primo.

"A família [mulher, dois filhos, cinco netos e três bisnetos] ficou muito chocada, mas é o resumo natural da vida. Quando é da família, a gente sempre se choca, sempre fica a saudade", disse Lauro Bezerra.

"Ele era uma pessoa muito ligada ao esporte, à classe médica e à sociedade, além de um médico muito humanitário. Essa é a lembrança que vai ficar", lamentou Lauro.

EXÓTICOS

Vídeo sobre uma pequena parte da história da Pipa


PIPA - litoral do Rio Grande do Norte

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

LANÇAMENTO DO LIVRO "VERBENAS" - UFRN


Convite
 
A Azymuth convida você para o lançamento do livro Verbenas da autora Anna Lima (1882-1918). Publicado originalmente em 1901 com prefácio de Pedro Avelino. Trata-se de uma edição fac-similar; com introdução de Santa Guerra.

Um sucesso editorial com mais de 300 exemplares vendidos. 
 
Local e data do Lançamento
 
Dia 09/08/2013 das 17hs às 20hs. Cooperativa Cultural UFRN – Centro de Convivência.
Av. Sen. Salgado Filho, 3000, Lagoa Nova - Natal - RN, 59078-900.
Telefone: (84) 3211-9230
 
Valor e formas de Pagamento
 
R$ 30,00 – Pagamento em dinheiro ou Cartões de Crédito e Débito.
 
Parte das vendas ajudará o Hospital Infantil Varela Santiago.
 
Contato
 
editoraazymuth@yahoo.com.br

Orosz Zoltan

ONDE CANTAM OS LÍRIOS - POR LÚCIA HELENA PEREIRA.

PEDRO SIMÕES NETO
LÍRIOS
LÍRIOS E LÍRIOS
PEDRINHO SIMÕES

ONDE CANTAM OS LÍRIOS
 Lúcia Helena Pereira 

 Anos se passaram, distanciando-nos, esquecendo-nos um do outro, por longo tempo. Caminhos separados, vidas tão diversas! 
Eu tinha quase sete anos quando deixei o meu vale encantado. E deixava nele a minha página de amor, lembranças amenas, o trem “Buá” apitando a cada amanhecer. Piô e Maroca, contadoras de estórias, Quincas e Lebre (empregados da casa, ingênuos, brigando e resmungando, logo cedo, por uma janela, das cinco ou seis do casarão dos meus pais, só para assistirem o trem passar)..., dona Biluca, rendeira de almofadas de bilro, o rio Água Azul (feiticeiro), os olheiros do vale, a paisagem mística e mítica de um vale encantado. 
Uma manhã, num descuido de Babá, saí sem destino. Passei pela Estação de Trem e subi a rua que leva aos engenhos. Queria ficar sobre a pequena ponte e pescar tilápias. Esse o mundo adormecido na legenda romântica dos cantores líricos. 
Em minha casa, um verdadeiro rebuliço, até o “compadre” Joaquim Gomes, tocador de rabeca, que morava num lugarejo perto de Ceará-Mirim, ouviu a notícia e comentava de instante a instante, se engasgando e fungando: “corrí pra cá, mode vê o qui tá acontecendo na casa da minina Luça”... 
Todo esse rebuliço teve origem por julgarem que eu havia desaparecido. 
Regressei ao meu lar, cheia de felicidade, após umas 3 horas, creio, e vinha contente , trazendo na cestinha, quatro tilápias pequeninas. Nas mãos um buquê de lírios que colhi, derramados do muro da casa de minha amiguinha: Dindinha Dedé (uma velinha simpática), que tinha um beija-flor chamado Rico. 

Ao chegar na calçada da minha casa avistei Pedrinho e seus pais: dona Esmeralda e o Dr. Percílio Alves de Oliveira e dona Esmeralda, e muita gente, solidária à minha família. Dr. Percílio resplendia no olhar toda a sua imensa bondade e expectativa. Pedrinho sorriu, piscou o olho num gesto simples de cumplicidade infantil. Lembro-me da roupa que usava: calção tipo bermuda, camisa listrada e alpargatas de couro. Passou por mim e disse: “dona Áurea está aperreada demais”... 

Vivíamos num lugar lindo e verde. Tínhamos dois belos despertadores: o apito do trem às seis da manhã e o dobre dos sinos da Matriz, tocando concomitantemente. Esse som, provindo das entranhas do tempo, até hoje soa e ressoa, como canção eterna. 
Pedrinho era um menino bonito. Arrancava suspiros das meninas, inclusive uma prima minha que só o chamava de Pedrão, quando o via, revirava os olhos. Éramos tão crianças... Mas ele “tirava de letra” esses arroubos da infância, esses eflúvios que a idade permite, num tempo feliz e despreocupado, na infância inocente e bela. Por outro lado ele só tinha olhos para uma certa guria dos cabelos de ouro. 
Aquele era um tempo de felicidade. 

Um dia, estávamos na Matriz de N.Sra. da conceição, para a Primeira Comunhão de uma conterrânea, filha de amigos dos nossos pais. Na hora da comunhão, Pedrinho e eu fomos comungar sob os olhares severos dos nossos pais. Ora, fizemos um jeitinho e o Pároco colocou a hóstia em nossos lábios. Corremos para sentarmo-nos, onde estavam nossos familiares que apavorados pediam que colocássemos a hóstia em suas mãos. Que nada, mastigamos e engolimos e lembro-me de Pedrinho dizer: “Tem gosto de cavaco chinês”... 
De outra feita, anos depois, naquela rua onde morou dona Dulce Wanderley, em Natal (rua lateral do cinema Nordeste) creio, onde ficava o escritório do então advogado Pedro Simões Neto, e ele vinha no seu carro e me viu passando na calçada. Franziu o cenho e pensou alto: “será Lucinha”? Não parei, ia correndo para o cinema Nordeste, para assistir um filme daqueles que jamais esquecemos: “A ponte de Waterloo”.

O tempo passou, em 2010 reencontramo-nos numa reunião no Instituto Histórico e Geográfico do RN. O meu querido Enélio Petrovich ao me ver, exclamou: “chegou a nossa poetisa do Ceará-Mirim”. Pedrinho virou-se e ao me ver levantou-se e disse: “Lucinha? Lucinha do sr. Abel e dona Áurea? Mas, olha, como você está bem”... Santo Deus, uma surpresa às dez da manhã. Não consegui dizer nada, estava impactada ao rever o menino que ficou no vale, cumprindo o resto de sua infância, enquanto eu partia... trocando os meus brinquedos e o meu mundo lobateano, por um novo mundo.
 Pedrinho significou, acima de tudo, na minha nomenclatura, uma raiz de lírio que o vento trouxe para o vale verde e o vale, sem egoísmo, deixou que se expandisse mundo afora. Afinal, ele morou em muitos lugares, era um cidadão do mundo, um homem dotado de inteligência invulgar e cultura geral. Escritor notável, de estilo belo e raro, marcou a “ Escola Literária” de Ceará-Mirim, de Natal e de outros lugares, onde a sua pena d`oiro realçou as letras. Seus escritos eram como lírios desabrochando num jardim tropical. O lirismo era a sua tônica criadora, a cor essencial da vida, sempre pronta a desabrochar e transpor outras dimensões, onde o escritor se encontrava, pela sua alma luminosa, com todos os anjos.
 Tenho certeza de que a sombra luminosa dos seus passos, todas as noites aclara o vale! E o canavial faz a sua dança romântica ao soprar do vento noturno, como um ritual de louvação ao filho pródigo.
 Pedro Simões Neto era uma alma sensível. Imaginação criativa e memória infalível. Um homem sábio, virtuoso. Tornou-se, em pouco tempo, inspirador de muitos dos meus pobres escritos. Ele sabia, como poucos, sentir a força do coração no sentimento de cada hora e lugar. Ele era a palmeira do deserto, onde cantam os lírios na florada da sua alma.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

LÚCIA HELENA REGISTRA NOSSO TRABALHO



  • HOJE, 05-08-2013, NO PRÉDIO ANEXO DO IHG/RN, REUNIÃO DA DIRETORIA COM EXTENSA PAUTA, MAS, BASTANTE PRODUTIVA.

    O PRESIDENTE VALÉRIO MESQUITA NÃO POUCA ESFORÇOS PARA DAR AO INSTITUTO, A SUA MELHORIA EM TODOS OS SETORES, PARA ISSO NÃO LHE FALTAM OS CABEDAIS DA INTELIGÊNCIA E DO CORAÇÃO, PELA MAIS ANTIGA CASA DE MEMÓRIA E CULTURA DO RN.
     - com Eduardo Antonio Gosson Gosson e outras 2 pessoas.