segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Meu caro Ormuz,
 
lendo no seu blog uma das "Cartas de Cotovelo", de nosso amigo Carlos Gomes, aqui no sossego da várzea do Pium, mas também diante do mar de Cotovelo, lembrei-me de um poema que lhe dediquei e que tem o título de "Genealogia". Nele fiz pequenas alterações de texto. Segue o "novo" original, com a velha dedicatória.
Com um abraço fraterno,
 
Horácio Paiva. 

GENEALOGIA


                                   A Ormuz Simonetti


Dos Oliveiras                   
sefarditas ibéricos
trago o sangue judaico
mas sou cristão
- nem novo nem velho –
por convicção.


Das margens do São Francisco
vejo as terras mais próximas
que lhes deu o sonho:
o planalto da Borborema
e o rio Espinharas
que bebe a seca dos sertões.


Dos Paivas                                    
que antes foram Baião
vem-me o sopro da poesia        
de João Soares de Paiva
o trovador primevo
que herdou do rio o seu nome.


Portanto posso dizer
que a dialética das águas
sempre me acompanhou
e que nem sempre sou o mesmo
embora meu destino
seja o mar.


                                   (Horácio Paiva, na ribeira do rio Pium)


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