quinta-feira, 19 de junho de 2014

Augusto Coelho Leal
Para Augusto Coelho Leal
Hoje em 6:20 AM

                                     Alisa no país das maravilhas

            Era uma vez (aliás, muitas vezes) uma pobre menina chamada Alisa. Morava em um país muito bonito, privilegiado pela natureza, com lindas praias, montanhas, rios etc. Alisa resolveu ir à luta, sair de casa e conhecer seu pais. Começou uma longa caminhada, andou muito e cansou, parou embaixo de uma árvore muito grande para descansar e alimentar-se. Comeu um pedaço de pão duro, bebeu água e dormiu.  Teve um longo sonho. Sonhou que seu país, era cheio de mágicos, existiam pessoas que tinham a magia de enriquecerem do dia pra noite, bastava ter um cargo eletivo ou juntar-se a essas pessoas que enriqueciam. O dinheiro de onde vinha? Vinha de uma mina de ouro situada em uma fazenda, chamada Fazenda Pública (Pública só o nome). O país era dirigido por uma rainha, comandada por um animal barbudo que parecia um sapo que dizia sempre não saber de nada, pois ouvia pelas orelhas (nós ouvimos pelos ouvidos), daí sua surdez mórbida. Mas era muito popular entre os famintos.
Perto do palácio da rainha, ficava uma casa, toda rodeada de plantas do tipo ápio, (plantas herbáceas) onde “trabalhavam” os políticos, que eram cartas de baralho (tudo era carta marcada). Lá só tinham cartas do naipe de ouro, pois as outras principalmente as de paus não tinham acesso. Devido às plantas, os freqüentadores dessa casa eram conhecidos como dos “Lar Ápios”. A maioria da população analfabeta chamava com os dois nomes juntos, larápios e assim ficou. Eram pessoas distintas para rainha barbuda, usavam macacões com listras horizontais pretas e brancas. Os Larápios se diziam defensores do povo. Existiam espalhados pelos pais milhares de Larápios que moravam em outras p casas, com poderes de tirar dinheiro da Fazenda Publica.
 No sonho de Alisa, um coelho, muito meigo, passivo, que aceitava tudo calado, sem poder de reação, chamado Zé Povo. Pois bem, este coelho viu Alisa, achou a menina muito bonita e ficou ao lado dela. Nisto passa a caravana da rainha, com os Larápios e repreenderam Alisa, que estava dividindo seu pão com o coelho. Eles são condenados a prisão (lá também só pobre ia preso). Alisa pede ajuda a uma senhora muito bonita e muito pomposa chamada Justiça, que responde dizendo nada poder fazer, pois era cega e as leis eram feitas pelos Larápios. Zé Povo (o coelho) cria coragem e dar uma vaia na rainha. Isto foi o começo para que outros coelhos fossem as ruas, dessem vaias e protestassem contra os desmandos da rainha. Seis meses depois de cumprirem a pena, foram soltos.
Mas, a caminhada de Alisa e o coelho, era muito grande e sofrida. Os dois tinham que sobreviverem. Pensaram em botar um pequeno comércio de vendas de cenouras e flores, mas a carga tributária era altíssima, ia toda para fazenda pública e daí distribuída para os Larápios, que ficavam cada dia mais ricos. Aliás, o capataz da fazenda, era o chefão dos Larápios e chamava-se Renão Carneiros e sabia muito bem aplicar o dinheiro da fazenda. Criava bois e vacas que davam crias todos os dias, uma coisa fantástica. Ao contrário, Alisa e o coelho, não tinham dinheiro para nada, não sobreviveriam. Era época de eleição os Larápios, ofereceram emprego para os dois, ganhariam treze salários, mas teriam que deixar quase a metade (seis salários) para a Fazenda Pública, se não quisessem, teriam que ganhar um mísero salário, e ficariam privados de segurança, saúde e educação, entrariam no fome zero e se casassem e tivessem filhos no bolsa família Alisa sentiu uma grande pancada e acordou. Viu que aquilo era um pesadelo e aquele país não existia, mas pensou. Será que existe? Ficou na dúvida, o sonho foi muito real.

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