segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

FACULDADE DE DIREITO DE NATAL



CARTAS DE COTOVELO 09
(versão 2015)
Carlos Roberto de Miranda Gomes

            No cipoal de notícias ruins que ofertam os noticiários locais, uma pelo menos nos chega com pequeno alento: a restauração parcial do prédio histórico da tradicional Faculdade de Direito da Ribeira, como se fez recentemente com o prédio do querido ATHENEU.

Tive a oportunidade, nos últimos anos, de fazer algumas visitas ao velho estabelecimento de educação superior, constatando uma deterioração injustificável, com desabamento da sua entrada lateral direita, o roubo de toda a cobertura, retirada danosa de azulejos, louça sanitária e da escada de metal que dava acesso ao auditório e salas do pavimento superior, deixando acumular água de chuva nos estuques e criando um lodo que mudou a cor de sua pintura original, porém deixando à mostra excrementos humanos, dando um tom de integral abandono.

O assunto da recuperação e utilização daquele prédio tem sido objeto de inúmeros movimentos de professores e alunos do Curso de Direito e também de ex-alunos, que não se conformam com a situação, porquanto perfeitamente viável o abrigo de um museu com as placas históricas de todas as turmas de Direito que passaram pela UFRN, recuperação do auditório para realização de eventos especiais e contínuos na atividade de pós-graduação e extensão universitária.

A notícia jornalística anuncia uma restauração parcial, já evidenciada por quem por ali transita, com a recuperação do seu muro, prestes a desabar e outros cômodos em igual estado.

Em se tratando de um prédio tombado pelo Patrimônio Histórico, cabe uma parcela de responsabilidade ao IPHAN, que já teria alocado recursos do PAC para tal fim, ficando a manutenção a cargo da Universidade.

Aproveito o ensejo para sugerir a utilização do espaço para acondicionar o acervo resgatado pela Comissão da Verdade da UFRN, que o disponibilizará para a consulta pública. Afora isso, seria também o local adequando para se concretizar as sugestões apresentadas à Universidade para a construção de um Memorial às vítimas da repressão de 1964, identificadas no Relatório já ultimado, com a possibilidade de restauração dos locais onde funcionou a cantina e a barbearia, oferecendo refeições ligeiras e o tradicional cafezinho que proporcionou tantos encontros, podendo ser usado para encontros literários, lançamento de livros.

A história não deve ficar estagnada, mas fazer ressurgir o passado vivo, aquele que restou no tempo.

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