terça-feira, 16 de junho de 2015


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OTONIEL MENEZES E A SERENATA DO PESCADOR: PRAIEIRA, UM POEMA DE AMOR INCONDICIONAL À NATAL.
Por Mário Trajano.
Existem músicas que, de tão lindas e memoráveis, jamais perdem o significado e o encanto, tornando-se canções imortais, imprescindíveis e que jamais deixam de emocionar aos que as ouvem.
“Praieira” com certeza é uma delas, posto que nunca é demais escutar essa pérola do cancioneiro norte rio grandense, a inesquecível canção "Serenata do Pescador", belíssima declaração de amor à Natal, verdadeiro hino espiritual e afetivo da capital potiguar.
A riqueza e a sofisticação poética dos versos de tão linda obra, típicas do neo parnasianismo, gênero literário a qual pertence a Serenata do Pescador, não conseguem eclipsar a simplicidade e a dureza da vida, daqueles que se dedicam, na luta pela sobrevivência, a lutar contra os rigores do mar bravio, sem esquecer, contudo, do amor que sentem pela terra Natal, recanto de encantos e de amores vividos e da qual se sente saudade e vontade de voltar.
Escrita pelo poeta Otoniel Menezes, com música de Eduardo Medeiros, " Praieira",transbordante de beleza e de lirismo, enche de orgulho e sentimento, não apenas os filhos de Natal,mas todos aqueles que têm pulsando no peito um emocionado coração norte rio grandense.
Otoniel, jornalista e escritor norte potiguar, expoente do neo parnasianismo e do modernismo, nascido em Natal, morador do bairro de Santos Reis, tendo vivido parte de sua existência no Sertão do Seridó, ao qual foi dedicado o livro " Sertão de Espinho e de Flor",imortalizou-se como o autor de "Praieira", poema que virou canção e canção que virou hino, memorável hino de amor a Natal, cidade praieira e cheia de encantos, que enche de nostalgia o coração dos seus filhos, como o nauta que parte na imensidão do mar.
A letra da " Serenata do Pescador" foi escrita pelo seu brilhante autor, em 1922, na noite que antecedeu a chegada de um grupo de pescadores natalenses que empreendeu, de jangada, uma fantástica viagem , de ida e volta, ao Rio de Janeiro, então Capital Federal, para celebrar o centenário da independência do Brasil e fala, de forma profundamente lírica, das dores e dos amores, daqueles que, enfrentando os rigores da lida junto ao mar, e a saudade cruciante da terra querida e do amor por lá deixado, anseiam pelo retorno, pela volta ao amado berço da sua praieira, de amores e encantos, as margens verdes do rio Potengi.
Dizem que Otoniel, já em sua velhice, passada de forma austera em sua cidade querida, na Praieira por ele tão liricamente cantada e na qual viveu, segundo as suas palavras como homem " pobre e probo", tinha como motivo de maior satisfação ouvir nas madrugadas natalenses, o povo a cantar a sua " Serenata do Pescador".
Os olhos do poeta marejavam-se de emoção e sua alma enchia-se de especial felicidade, quando pelas ruas e becos da capital potiguar, ouvia “Praieira” ser cantada por gente simples do povo, por pessoas como os personagens, cujo estilo de vida, humilde, duro, porém poético, cuja saudade e querer bem à Cidade dos Reis Magos, inspiraram o escritor a compor Praieira, verdadeiro poema de amor incondicional à Natal.

Caicó, 09.06.2015

Video da música "Serenata do Pescador", ou também conhecida como "Praieira"
youtube.com


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