quinta-feira, 20 de agosto de 2015

AMOSTRA DE XICO SANTEIRO COMEÇA HOJE


Exposição da UFRN homenageia obra de Xico Santeiro

Mostra estará em cartaz no Museu Câmara Cascudo da UFRN de 20 de agosto a 28 de novembro de 2015



Por Redação

Museu retornará às atividades na próxima semana (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)
Museu retornará às atividades na próxima semana (Foto: Alberto Leandro/PortalNoar)

Em agosto, mês em que se comemora a Cultura Popular, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) promove o maior evento já realizado em homenagem a um dos mais importantes ícones da arte popular potiguar e brasileira: Xico Santeiro.
Joaquim Manoel de Oliveira (que assinava suas obras como Xico Santeiro, com “x” mesmo), nasceu em 1898, no município de Santo Antônio do Salto da Onça/RN. Começou esculpindo imagens religiosas em madeira para Igrejas, capelas e oratórios domésticos, tendo aprendido a profissão com o pai, que também era “imaginário”. Na década de 1940 fixou residência em Natal e começou a criar para colecionadores e turistas, expandindo o repertório para os temas regionais (Lampião e Maria Bonita, retirantes, carro de boi, etc.) e iniciando membros de sua família no ofício da escultura. Tornou-se, então, um dos primeiros artistas populares reconhecidos e valorizados em todo o Brasil e também no exterior, ao lado de nomes como Mestre Vitalino, ceramista de Pernambuco.
Após sua morte em 1966, a lembrança de Xico Santeiro foi, no entanto, diminuindo gradativamente, a ponto das novas gerações não saberem mais quem ele foi e que importância teve para a cultura potiguar. No intuito de mudar essa situação, a UFRN, através do Museu Câmara Cascudo e do Projeto Vernáculo, organizou uma grande homenagem ao escultor popular, incluindo diferentes atividades.
Uma coleção
Na década de 1960 e 1970, o Museu Câmara Cascudo da UFRN (MCC) constituiu um acervo de obras de Xico Santeiro, através de compras e doações. Tratava-se de um acervo modesto, se comparado a coleções como a da Escola Doméstica de Natal e do Museu de Arte da Universidade do Ceará (em Fortaleza), bem mais numerosas.
Em 2013, um fato extraordinário veio reverter esse cenário: a doação da coleção do extinto Diário de Natal ao Museu Câmara Cascudo, que passou, assim, a conservar o maior acervo público de obras do escultor popular e de seus discípulos.
Esse acervo excepcional poderá ser admirado, juntamente com as prestigiosas coleções particulares de Antônio Marques e de Wani Pereira, na exposição Xico Santeiro – Uma escola de arte popular, que fica em cartaz no Museu Câmara Cascudo da UFRN de 20 de agosto a 28 de novembro de 2015. Com curadoria do historiador da arte Everardo Ramos, professor e pesquisador do Departamento de Artes da UFRN (DEART), a exposição apresenta cerca de 170 peças de Xico Santeiro e de seus discípulos, retraçando suas vidas e suas obras. A cenografia está a cargo do designer Olavo Bessa, também professor e pesquisador do DEART.
Um Estudo Inovador
Desde que passou a interessar o mundo acadêmico, a arte popular quase sempre foi abordada do ponto de vista do Folclore e da Antropologia. Os estudos consideraram muito mais o homem que o artista, muito mais o documento que a obra de arte. Para alargar as perspectivas e abrir novas pistas de investigação, era preciso abordar o tema do ponto de vista da História da Arte, analisando os processos de criação e as características das obras (técnicas, temas e formas).
O livro Xico Santeiro – Uma escola de arte popular, que será lançado no Museu Câmara Cascudo no dia 20 de agosto de 2015, foi concebido sob essa nova perspectiva. Partindo dos importantes estudos de Veríssimo de Melo, principal biógrafo de Xico Santeiro, Everardo Ramos se detém no trabalho do escultor popular e de seus seguidores, aprofundando a análise sobre suas obras. O resultado é uma visão mais completa do tema, que permite conhecer mais e compreender melhor não só a escola criada por Xico Santeiro, mas a criação dos artistas não acadêmicos em geral.
O livro se destaca também por sua qualidade visual e material. O projeto gráfico é assinado pela designer Helena Rugai, professora e pesquisadora do DEART, que inspirou-se na arte de Xico Santeiro para conceber as características do impresso. As imagens são das lentes de Alexandre Santos, fotógrafo do Departamento de Comunicação Social da UFRN e colaborador do Projeto Vernáculo, além de artista com exposições no currículo. A apresentação fica a cargo de Antônio Marques, colecionador e grande conhecedor da arte popular potiguar e brasileira.
Xico Santeiro em Música
Em seus escritos, Veríssimo de Melo revela que Xico Santeiro também era músico, tendo participado de bandas e orquestras.
Na homenagem ao artista popular, a música será presente de maneira especial, com a estreia mundial da peça O Santeiro de Tinguijada, de Danilo Guanais, professor e pesquisador da Escola de Música da UFRN. Conhecido e respeitado por suas criações inspiradas de temas regionais, como a Missa de Alcaçus, o compositor se volta dessa vez para Xico Santeiro, trazendo sua arte e seu imaginário para os instrumentos de corda. A peça será interpretada pelo Café Quarteto da Escola de Música, formado por Anderson Hudson e Malu Sabar (violinos), Geraldo Júnior (viola) e Marcela Graziane (violoncelo).
SERVIÇO
Homenagem a Xico Santeiro no Mês da Cultura Popular
Realização: Museu Câmara Cascudo (MCC) e Projeto Vernáculo da UFRN
Onde: MCC – Avenida Hermes da Fonseca, 1398 – Tirol – Natal/RN
Quando: 20 de maio de 2015 (exposição até 28 de novembro de 2015)
Horário: 19h (exposição de terça à sexta, das 9h às 17h; sábados, das 13h às 17h)
Entrada: gratuita

FONTE: PORTAL NO AR

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