sábado, 28 de fevereiro de 2015

CASA DO ESTUDANTE DO RN CONTINUA ESQUECIDA

ÀS PESSOAS DE BOA VONTADE, imploramos atenção.

Apesar do meu empenho para ajudar a Casa do Estudante do Rio Grande do Norte, nenhuma medida objetiva do Poder Público foi efetivada eté agora para amenizar o sofrimento dos residentes, pois a cada dia, a situação mais se agrava. Recebemos um retorno, apenas, do Rotary Clube Natal Sul, que possibilitou uma trégua no sofrimento, mas por uns 20 dias.

Recebi informações recentes dos terríveis acontecimentos neste período de recesso, durante o carnaval e agora se repetindo todos os dias, que aqui reproduzo, em resumo:

1) As providências determinadas pelo Dr. Luciano Ramos, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, no sentido de designação de um servidor da Procuradoria para fazer visita à Casa está a depender entraves burocráticos.

2) O registro da ata de eleição da atual Diretoria ainda não foi realizado. Se depender de pagamento de custas eu mesmo providenciarei na próxima semana, como já o fiz para obter certidões.

3) A Sethas ainda não retornou notícia sobre o paradeiro da documentação que ela retirou da Casa em um momento de crise, quando houve o parcial desabamento de partes do prédio. 

4) Até agora a ação promovida pelo Ministério Público e com ganho de causa para a recuperação do prédio, não teve qualquer movimentação.

5) No período de recesso as panelas da Casa foram roubadas e quando a comida chegar (se chegar), será difícil ter onde cozinhar.  

6) Durante o Carnaval bandidos invadiram a Casa e quebraram a porta da antiga secretaria para roubar algumas coisas de lá. Ainda bem que não levaram os documentos que estavam lá. O pessoal que ali se encontrava nesse período guardou os documentos e está sob a custódia de um morador. Esses documentos guardam parte da história da Casa. 

7) Na última (terça-feira), a Casa sofreu mais um prejuízo. Os dois bandidos que fizeram o arrastão no final do ano passado voltaram, juntos com mais dois, e renderam o pessoal da Casa para roubar seus celulares e dinheiro. Dois estavam com armas de fogo e os outros dois cada um com uma faca. Quatro estudantes foram assaltados e num dos assaltados foi a um rapaz que veio do interior visitar a Casa, pois pretende fazer o ensino médio em Natal e precisa se tornar mais um residente. Todos ficaram muito amedrontados, inclusive o visitante, mas disse que ainda virá lá de qualquer forma. 

8) Sobre o recadastramento determinado pelo Dr. Luciano está sendo dificultado por ameaças e os dirigentes temem represálias. Dessa maneira, fica mais difícil colocar pessoas estranhas para fora da Casa.

9) No último recadastramento foi descoberta a existência de pessoas na Casa que já moram há 10 anos. Pessoas que não estudam, só trabalham ou vivem de bicos usando a Casa como moradia e não querem sair. Pelo andar das coisas, se nada for feito, elas só sairão quando a Casa fechar. 

10) Apesar do contato com o Governador e Vice, com a Chefe da Casa Civil e com parlamentares municipais, nenhuma providência foi tomada. Os moradores declaram que é muito desanimador ver a ausência de medidas, pelo menos, de uma segurança da Polícia para prevenir a continuidade desses assaltos, quase diários. Apesar de tudo, ainda aguardam algum procedimento a curtíssimo prazo. 

11) Por incrível que pareça ainda não se conseguiu contatar com o Presidente do Conselho Regional de Contabilidade para tentar buscar uma ajuda técnica do Dr. João Gregório Júnior sobre a situação do CNPJ da Casa e regularização perante a Receita Federal, para viabilizar a celebração de Convênios. Vamos insistir.
Faço um apelo aos ex-residentes da Casa do Estudante para formarmos uma Comissão que possa agilizar os procedimentos já em andamento. É o que já afirmei antes, é um verdadeiro S.O.S. pois sou aposentado, com a saúde precária e sozinho não posso continuar a luta.
Qualquer interesse nesse sentido contatar com Jorge Danilo ou Serafim na Casa do Estudante ou respondendo este meu apelo via internet.

Respeitosamente, Carlos Roberto de Miranda Gomes 


    A propósito das divergências conceituais sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, resolvi reproduzir uma advertência em forma de artigo, publicada no JH, da autoria do Dr. Ricart César Coelho dos Santos, Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do RN (ricartcesar@yahoo.com.br)

Postado dia 19/04/2012

Direito financeiro, um esquecido

Incentiva-me a escrever estas linhas, a espantosa constatação do quase esquecimento que recai sobre um importante ramo do direito: o…

Incentiva-me a escrever estas linhas, a espantosa constatação do quase esquecimento que recai sobre um importante ramo do direito: o financeiro.
Para aqueles que desconhecem o tema, deve-se, desde já, esclarecer que tal ramo da ciência jurídica estuda, dentre outros aspectos, as normas que disciplinam o gasto público, ou seja, a maneira pela qual o dinheiro público é empregado pelos governos, para utilizarmos de uma conceituação mais simples para o leitor.
Pois bem, a despeito de estudar a forma como o nosso dinheiro é gasto pelos governantes, a disciplina, em geral, não vem recebendo, desde os bancos da academia, a devida atenção. Inobstante a merecida relevância que as demais cadeiras do direito público alcançaram, o direito financeiro, em regra, tem sido relegado a um segundo plano dentre as disciplinas do curso de direito.
O mesmo também ocorre com relação à bibliografia existente sobre o assunto. Em comparação ao direito tributário, disciplina que estuda uma forma de receita pública, o direito financeiro possui literatura resumida, apesar de se constituírem em duas faces da mesma moeda (arrecadação x gasto público).
Do mesma forma, também na internet, uma rápida consulta a ferramentas de busca demonstrará a certa dificuldade de se encontrarem páginas relacionadas ao assunto, apesar da imensidão do mundo virtual.
No entanto, o conhecimento das finanças públicas deveria ser mais incentivado, pois é através dos orçamentos que são previstos os investimentos que merecerão receber verbas públicas. Com efeito, a relação do direito financeiro com a cidadania é inequívoca, já que se trata da disciplina que estuda as leis que regem o modo como é empregado o dinheiro público nos programas sociais, nas obras de infraestrutura (olhe a Copa do Mundo chegando aí) e na manutenção das políticas públicas em geral.
Também faz parte de seu âmbito a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), cuja importância é significativa, por trazer regras claras de como deve ser planejado o gasto público (o que é feito através dos orçamentos) e como devem ser estes executados (ou seja, como devem ser realizadas a receita e a despesa públicas). A LRF também contém normas que inibem o excessivo endividamento dos entes públicos, o que ressai ainda mais relevante nesses tempos de crises de caixa dos governos (veja-se o exemplo da Grécia).
Portanto, pode-se afirma que quanto maior o número de pessoas com conhecimento sobre o direito financeiro, maior e melhor poderá ser o controle social sobre o dinheiro gasto pelo poder público. Disseminar o seu estudo é uma forma inequívoca de proteger a cidadania, uma vez que esta passa, inexoravelmente, por saber como cada real é gasto pelos governos.

 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

H O J E


Roberto Guedes da Fonseca
Roberto Guedes da Fonseca
Tente ser perfeito como Deus. 
Você conseguirá 
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Aos olhos de muitos que se consideram entendidos em fé e religião, parece presunção alguém, ou mais precisamente um Cristão, proclamar e procurar demonstrar que tenta atingir a perfeição para a qual Deus nos criou, afirmando mesmo que haverá de se tornar tão perfeito quanto o próprio Criador. No entanto, foi alguém muito credenciado quem nos recomendou nos esforçarmos, sempre, visando atingir a meta da perfeição divina. 
Para refrescar a memória dos que conhecem o texto e oferecê-lo para um primeiro contato aos demais, apresento o texto bíblico em questão:
“Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. — Porque, se somente amardes os que vos amam que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos? — Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? — Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial” (Mateus, capítulo. V, versículos 44, 46 a 48).
O autor da exortação acima é ninguém menos do que Jesus Cristo, e antes que alguém se meta a besta passando a dizer que já está se nivelando em perfeição a Deus, saliento que, é claro, nem o Filho do Homem, na sua grandeza espiritual, ousaria dizer-se neste patamar. Ou, pelo menos, não estava falando na perfeição absoluta do Pai quando dirigiu sua recomendação aos doze apóstolos. 
Se ainda hoje somos ignorantes para que muitos de nós pudessem ler a incitação crística ao pé da letra e entornar o caldo da sapiência em drástica mistura com orgulho inaceitável, imaginemos que há mais de dois mil anos Jesus sabia que não poderia explicar mais sua recomendação, porquanto os habitantes da terra não tinham desenvolvido sua consciência, sua inteligência e seus conhecimentos ao ponto de compreender sua figuração alegórica. 
A perfeição que o Nazareno esgrimiu então foi uma perfeição relativa. 
Inteligência Suprema que nos criou para o Bem, Espírito Perfeitíssimo, eterno, criador do céu e da terra, no catecismo católico apostólico romano, e causa primeira de todas as coisas, e ainda imutável, imaterial, único, todo-poderoso, onipotente e onipresente, e soberanamente justo e bom, Deus, nosso Deus de amor, é infinito em suas perfeições. 
Só Ele possui a perfeição infinita em todas as coisas. 
Diante desta certeza, a proposição “Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial” jamais poderia ser tomada ao pé da letra. Assimilar seu sentido literal pressuporia a possibilidade de atingir-se a perfeição absoluta. Se à criatura fosse dado ser tão perfeita quanto o Criador, tornar-se-ia ela igual a este, o que é inadmissível. Mas, os homens a quem Jesus falava não compreenderiam essa nuança, pelo que ele se limitou a lhes apresentar um modelo e a dizer-lhes que se esforçassem pelo alcançar. Aquelas palavras, portanto, devem entender-se no sentido da perfeição relativa, a de que a Humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade. 
A perfeição que devemos almejar pode ser imaginada como um ponto do horizonte em que os dois trilhos de uma ferrovia se encontram aos nossos olhos distantes. Na medida em que dele nos aproximamos, este ponto vai se adiantando à nossa frente, de sorte que provavelmente jamais o alcancemos, mas sempre o teremos como a meta a ser conquistada. Por isto, para mim, atingir a perfeição espiritual não é chegar a um patamar, é atingir o início de um patamar em que continuarei a me empenhar na busca da perfeição. Ou seja: de substantivo, a perfeição passará a ser um gerúndio, uma agradável conjugação de verbos edificantes, tipo construir, fazer, desenvolver, pois, chegando lá, continuarei meu processo de aprimoramento moral, sempre estarei conduzindo minha reforma íntima. Sempre estarei tentando alcançar a perfeição relativamente semelhante à do Nosso Pai. 
Em que consiste, então, essa perfeição, a perfeição disponível às criaturas?
Consiste em se tornar um homem cada vez melhor, o homem de bem por excelência. 
Teremos chegado a seu campo quando tivermos aprendido a amar nossos inimigos, a fazer o bem aos que nos odeiam, orarmos pelos que nos perseguem, como pregou o Cristo Redentor, apontando a caridade, em sua mais completa e abrangente acepção, como a essência da perfeição, porque implica a prática de todas as virtudes.
Ciente disto e partindo de um levantamento que me mostra riquíssimo em imperfeições, digo-me reiteradamente que chegarei à perfeição esgrimida por Jesus Cristo. Meu intelecto e a aquisição de novas posturas, a prática incipiente de providências salutares à minha progressiva transformação no homem de Bem, no Homem Novo também arquitetado por Deus e descrito por Jesus, me encaminham no sentido de subir a escada do aprimoramento moral e espiritual. 
Posso então dizer-me, sem soberba, porém com certeza, que almejo e me esforço para passar a ser um homem perfeito, melhor dizendo, um espírito perfeito, porque esta construção foge aos parâmetros da carne e transcende aos anos de expectativa de vida numa encarnação, por mais que esta tenha sido expandida pela ciência dos últimos dois séculos. 
Quero ser Perfeito como Deus Pai. Digo-me imperativamente isto, sem nenhuma soberba que enferrujasse os mecanismos de minha reedificação. Digo-o sem nenhuma exaltação. Mas o digo com absoluta certeza de que chegarei lá, mais dia, menos dia, dependendo apenas do quanto me empenhar em avançar nos degraus acima e diante de mim.
Convicto de que Ele nos criou para sermos perfeitos a seu exemplo, como nos recomendou Jesus, e ao me exortar neste sentido, volto-me sempre para o que o Filho do Homem nos recomendou, ciente de que o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza, longe de praticar o mal, depositando toda fé em Deus, confiando em sua imensa bondade, em sua justiça e em sua sabedoria. Baseado nesta convicção, tendo ser bom, amorável, humano, benevolente, indulgente, evitando distinguir entre raças e crenças, vendo irmãos em todos os seres humanos e lutando comigo mesmo para sepultar os resquícios de ódio que eventualmente ainda mostram subsistir em minha alma. 
É pensando em construir este novo homem em mim que afirmo o valor deste empenho também no seu caso, partindo da mesma necessidade que me impulsiona. 
Por isto, ao desejar-lhe uma ótima sexta-feira e um excelente fim de semana, quero fazer-lhe aqui um apelo: também procure melhorar-se continuada e crescentemente, encontrando mais satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, nas lágrimas que enxugar em rostos alheios, nas consolações que cada vez mais distribuir, matando o egoísmo que ainda se manifesta em você e substituindo-o pelo amor fraternal mais capaz de situá-lo como grande partícipe da melhora de toda a humanidade. 
Estarei falando em utopia? Perseguir a perfeição espiritual é, porém, o melhor combustível para me tornar melhor a cada novo momento. O mesmo se aplica a você. Quer ver? Tente começar. 
Assim seja. 
Em Nova Parnamirim, Parnamirim (RN), 27 de fevereiro de 2015.
Roberto Guedes da Fonseca. 
PS. Não escrevi na madrugada de quarta-feira para ontem devido a um problema de saúde que chegou a me levar a um pronto-socorro e felizmente parece estar sendo eliminado. Mantenho o propósito de toda madrugada brindá-los com uma mensagem capaz de ajudar os amigos internautas de fé a se guiarem nos passos de Jesus.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015




CASA GRANDE DO GUAPORÉ

Artigo do Acadêmico JOSÉ DE ANCHIETA CAVALCANTI (Cadeira número 11)

Encravada em uma protuberância de um terreno que se elevava em frente à encosta de um monte onde se situa a cidade de Ceará-Mirim em uma distância aproximada de dois quilômetros ergue-se ainda majestosa a Casa... Grande do Guaporé diante de um imenso mundo verde entrecortado do límpido “rio azul” e acercada de árvores realmente colossais repleta de vasta folhagem, dando ao ambiente clima verdadeiramente paradisíaco.
O fidalgo Dr. Vicente Inácio Pereira era seu proprietário e, ali, realizaram-se acontecimentos da mais alta importância para a sociedade de Ceará-Mirim.
A Casa Grande do Guaporé, possuidora de amplas salas e corredores, prestava-se, maravilhosamente, para tertúlias e saraus, os quais com certa constância eram ali realizados.
Minha falecida sogra Maria Nazaré Antunes Furtado em conversas familiares falou-me várias vezes de tertúlias ali realizadas, assim como dos saraus com a participação da exímia pianista Dona Augusta Pereira, cujas valsas inesquecíveis interpretadas ao piano enchiam o ambiente das mais ternas melodias.
Que passado glorioso o do velho “Guaporé”!
Além das tertúlias familiares onde eram analisados os mais modernos textos da literatura da época houve um acontecimento da maior importância para aquela casa de engenho que foi a recepção feita a D. José, bispo com sede em Recife, mas que supervisionava as paróquias da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
A Casa do Guaporé recebeu com as mais honrosas pompas aquele prelado, quando de sua visita a cidade de Ceará-Mirim, promovendo um lauto almoço para a comitiva visitante chefiada pelo sr. Bispo D. José. Ao almoço estiveram presentes a Exma. Sra. Baronesa de Ceará-Mirim e a Exma. Sra. Dona Isabel, esposa do Dr. Vicente Inácio Pereira e filha da Baronesa.
Comissão de senhoras de fina sociedade local recepcionou o príncipe da Igreja com chuva de pétalas de rosas em meio à beleza do jardim florido sob o espocar de fogos de artifício e ao som da banda de música municipal.
Como que a espreitar toda aquela movimentação, dois galgos de louça branca, quais sentinelas, espreitavam tudo em silêncio.
A Casa Grande do Guaporé viveu, realmente, seus momentos de glória e de fausto, em um período glorioso onde predominou a aristocracia rural.
Porém toda glória tem seu fim e, esse fim vai muito bem retratado nessa frade de Dona Maria Madalena Antunes Pereira:
“Anos depois, entrei pela primeira vez na casa do Guaporé.
Nada mais existia do fausto antigo.
As flores do jardim murcharam como os que lá habitaram.
Apenas os galgos ainda conservavam na fisionomia a ilusão de estar guardando uma riqueza que passou...”.
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Nosso comentário:
A ACLA PEDRO SIMÕES NETO vem desenvolvendo uma atividade efetivamente promissora, divulgando as letras da Terra dos Canaviais e evidenciando as suas belezas e mazelas. Esse trabalho deve merecer aplauso e ser motivo para que outras Academias desenvolvam igual atividade. Parabéns aos Amigos da ACLA Pedro Simões Neto, da qual, com muito orgulho, sou sócio honorário.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015











Caarn



Roberto Guedes da Fonseca
Roberto Guedes da Fonseca  
Maria, a maior entre todas as pioneiras
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Filho de Natal, Rio Grande do Norte, Estado pródigo em pioneirismos femininos, pois foi a primeira unidade federativa a conceder o direito de voto à mulher, foi onde primeiramente uma mulher se fez eleitora e onde outra se fez a primeira prefeita do Brasil, deveria estar preparado para registrar em dia o transcurso, ontem, do aniversário de um dia memorável para a causa do gênero. Foi a 24 de fevereiro de 1932 que, seguindo o exemplo do nosso Estado, o Brasil oficializou o voto feminino. No entanto, a data foi-me lembrada já no avançar do dia pela amiga Carla Roberta Duarte, natalense nascida e de novo residente em Fortaleza, Ceará.
Sua informação me trouxe à mente a necessidade de revermos os avanços que as mulheres lograram nas últimas décadas sem nos esquecermos de que ao lado de ganhos auferiram muito desgaste, pois sem prejuízo da grande responsabilidade de seu papel no lar assumiram outras ao adentrarem o mercado de trabalho antes exclusividade masculina.
O exame dos muitos avanços terminou me remetendo ao início dos pioneirismos femininos e nele desembarquei prontamente na constatação de que Maria de Nazaré, humilde judia da Galiléia, foi quem mais se destacou, na história de toda a humanidade, como quem abre portas para seu gênero. É certo que antes de seu nascimento a história dos hebreus falava em mulheres que foram proeminências, desde Eva, mitológica para muitos, passando por Sara, Raquel, Rute, Judite, Lia, Dafne, Betsabá. Porém, respeitadas as singularidades com que estas viraram história, cabe lembrar e proclamar que nenhuma, antes ou depois dela, chegou perto daquela mulher que Deus elegeu para mãe de Jesus e cujo corpo foi levado para o céu conforme consta do Evangelho.
Campo do primeiro milagre vinculado à missão de Jesus na terra, a Virgem Criada do Senhor que deu seu corpo a Deus para o cumprimento da profecia relativa à chegada do Ungido, concebeu-O, cobriu-O com sua carne, deu-Lhe seu sangue e seu leite e fez tanto mais que se tornaria incomparavelmente importante para a evolução do conhecimento do homem sobre os desígnios do Criador.
Para começar, segundo consta, Maria de Nazaré foi o único de seus rebentos ao qual Ele consultou sobre o que lhe destinara. Nada mais do que isto foi o que ocorreu quando, ainda saindo da puberdade, ela recebeu o anjo Gabriel e deste a notícia de que, por escolha Divina, seria a mãe do Messias aguardado havia séculos.
Concordando ao dizer que se fizesse nela a vontade do Pai ao saber que Este havia decidido levar Seu corpo impoluto até o dela, através do nascimento do Cristo, assim como levaria o dela até o Seu, nas alturas Celestiais, através da ascensão que ainda hoje, dois mil anos depois, não encontrou similar, e permitindo-lhe várias aparições ao longo dos séculos, sempre a renovar os ensinamentos divinos e a pregar a renovação moral dos homens.
Só a pobre Maria gerou Jesus e O nutriu em seu seio, ensinou-O a andar e a falar, ouviu Suas primeiras palavras infantis, fez Suas roupas, embalou-O em seus braços, conversou com Ele como as boas mães sabem fazer ternamente com seus nascituros, ajudando-O a se desenvolver como o homem sério e feliz que se revelaria precocemente como o divisor da história da humanidade através da introdução, em nossas consciências, de valores antes desconsiderados.
A missão, porém, não seria um oceano de alegrias. Como estava escrito, não surpreenderia que às alegrias da maternidade se somasse o imenso sofrimento que lhe havia sido reservado. Da mesma forma como veio a ser a primeira pessoa a obter de Jesus um milagre, na boda de Caná, Maria teve que acompanhar, vivenciando uma dor inenarrável, a Paixão do Cristo até o falecimento da carne, para então adotar como seus filhos todos os discípulos Dele, reagrupando-os, orientando-os, encorajando-os e exortando, tanto quanto possível à sua cultura, para difundirem a Boa Nova, a palavra e a exemplificação do Filho singularíssimo.
A mesma Maria que cozinhou os alimentos de Jesus, fez Seu pão, colheu frutas e tirou leite de cabras para Ele, teve o privilégio de acompanhá-lo ao longo dos trinta anos em que o filho se preparou para os três de pregação com destino ao calvário na praça dos Crâneos, em Jerusalem. De quantas maravilhas não participou, e quantas outras Ele não lhe revelou sem tê-lo feito a mais ninguém! Como deve ter chorado silenciosamente, em algumas ocasiões, decerto, com Ele no colo, convencendo-se reiteradamente de que um dia Jesus largaria seu lar para cumprir Seu desiderato e imaginando, tanto quanto possível, o sofrimento que O esperava.
Elegendo-a Mãe de Seu Filho, Deus apontou Maria como Mãe de Todos os Homens, e foi isto que Jesus disse na Cruz infame ao apontá-la ao único apóstolo presente:
“Mulher, eis o teu filho!”, disse Jesus, dirigindo Sua voz a Maria e Seu olhar ao discípulo, para em seguida falar a João: “Meu filho, eis a tua mãe”.
Amada por Jesus antes que este viesse a amar a outros em nossa forma humana, Maria não encerrou sua missão com o Calvário. Sua preponderância no roteiro do Cristianismo se manifestou quando ela procurou se avultou ainda durante Pentecostes, quando o fogo sagrado se abateu sobre os apóstolos chorosos, maravilhando-os com o Conhecimento que passariam a disseminar pelos quatro cantos do mundo.
Jesus amou e honrou Maria legando-nos a missão maravilhosa de seqüenciar-Lhe este tratamento. Invariavelmente, as mulheres encontram em Maria de Nazaré o exemplo a seguir na busca do melhor comportamento, da melhor conduta, da construção da paz e da harmonia em suas vidas, em seus lares, em seu derredor, sem que nenhuma outra se nivele ao seu modelo.
Por isto, num dia marcante da história da evolução das mulheres no campo social brasileiro, em lugar de visitar os vários exemplos que a história oficial poderia nos apresentar, vi-me de repente batendo à porta do mais completo e perfeito de todos, o de Maria de Nazaré, apresentando-o aqui exatamente para a renovação da observância de seus méritos maravilhosos por quantos, homens e mulheres, queiram de fato se tornar cada vez melhores na vida com Jesus.
É esta reflexão que lhes proponho nesta quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015, a partir de Parnamirim (RN), Brasil, lembrando-lhes ainda de que, como ensinou o filho de Maria, longe da Caridade não há salvação.
Roberto Guedes da Fonseca.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

RECADOS EMOCIONAIS

POEMA PARA THIAGO GOSSON

Por: Eduardo Antônio Gosson



 Após o retorno antecipado 
 do seu irmão para casa do Pai Celestial,
 veio-me a sensação de estar 
 no deserto e, após atravessar todo o Saara,
vejo que esta travessia
está mais longa do que a do povo judeu
quando partiu em busca de Canaã 
quero que me ajude nessa estrada,
 Agora que tenho a certeza de que sou pai 
 De um filho único - você 
 Por acreditar na Promessa,
 deposito em você um imenso amor de pai/de avô/de amigo. 
Permita-me que eu seja feliz com você ao meu lado.

 (Eduardo Gosson)

H O J E


A cooperativa cultural e a Editora Livraria da Física tem o prazer de convida-lo para o lançamento do livro” MOVIMENTOS E MEMÓRIAS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: 40 HORAS DE ANGICOS e CAMPANHA DE PÉ NO CHÃO TAMBÉM SE APRENDE A LER", das autoras Marisa Narcizo e Rosa Pinheiro .
Nesta Terça -feira (24 de fevereiro) as 17 horas na cooperativa cultural. Em anexo segue o convite:

domingo, 22 de fevereiro de 2015






O texto é grande, mas vale a pena ler. Foi escrito pelo meu irmão, Pedro Simões Neto, um homem que teve 7 filhos e que também criava 5 cachorros. É de se pensar sobre o assunto...


Esta foto é da sua cadela Dara, uma akita que morreu no mesmo dia em que ele partiu, a 01/02/2013.



"Estou ao lado dos que lutam pela defesa dos animais e da natureza. 


Mas, como sempre faço, pauto a minha atuação pelo equilíbrio, sem exageros, nem fanatismos. Meu pai me dizia que o equilíbrio estava no meio e o que ofendia a saúde física e mental era o abuso, nunca o uso.


Amo os animais, especialmente os cachorros, os pássaros, as lagartixas (não tenho explicação para esta última afeição) e os vegetais, em particular as flores. Até onde posso intervir, não permito nenhum saque à natureza. Respeito as rocambolescas investidas do Green Peace em favor das baleias e contra a matança dos animais em geral, das Ongs que recolhem animais abandonados, cuidam das espécies em extinção e montam casas de recuperação para tratar dos bichos feridos. Dedico sincera admiração por aqueles que chegam às lágrimas diante de cenários dramáticos de extinção em massa de algumas espécies e dos que põem em risco a própria vida na defesa desses ideais.


Até concordo com a destinação das reservas ambientais nas áreas potencialmente dedicadas à agricultura e, especialmente, à agricultura de subsistência, embora acredite que o planeta é o habitat do ser humano e que, à parte o exagero ou o abuso, só cumprirá essa função na medida em que é sua serventia.


Afinal, em última análise, não é somente a consciência preservacionista ou o instinto de sobrevivência que nos impele à militância ecológica, é o compromisso que temos com os nossos descendentes de instituir o legado de um mundo defeso do caos.


Mas, creio, no recôndito da minha consciência, que a espécie mais ameaçada é a humana. Porque, desgraçadamente, somos antropófagos. No topo da cadeia alimentar, entretanto, somos dizimados pelos semelhantes. Entredevoramo-nos. Por isso, questiono-me porque não salvamos a espécie sujeita à nossa própria sanha? Precisa de alguma justificativa moral mais vigorosa que a prevenção ao extermínio patrocinado por nós mesmos? 


Então? Por que não recolhemos as crianças abandonadas, atiradas nas ruas à própria sorte, porque não alimentamos os que vão morrer de fome porque estão abaixo da linha da pobreza, cuidamos dos que vão a óbito porque não têm assistência médica ou vivem ao relento, sem um teto para morar, os desempregados que morrem de vergonha pela dignidade que lhes foi negada...será que é mais difícil lutar pelos semelhantes?


É possível que haja certa dificuldade em ampará-los, porque, diferentemente dos animais, os seres dessa espécie pensam, reagem, emitem valores às vezes não condizentes com os nossos, ou porque são independentes e valem-se do seu próprio arbítrio. Ao invés, os animais são tão submissos na sua irracionalidade, tão devotados a nós pela sua fidelidade incondicional, tão subservientes aos nossos humores... Já houve quem me mandasse um PPS amostrando as vantagens de se adotar um cãozinho ao invés de decidir-se pelo casamento, exatamente pela máxima sujeição do animal em contraposição à rebeldia das mulheres.


Devemos dotar-nos de uma consciência humanística, e não somente a ecológica. Aprendendo a conhecer, respeitar e conviver com as diferenças existentes entre nós. Exercitar a tolerância e um sincero sentimento de fraternidade. Não temer ficar em “off” em relação aos modismos. É..., porque há quem pense que o humanismo é coisa do passado, é criação ideal dos pensadores medievais, coisa da igreja do Betinho e do Boff, remodelada do Jacques Maritain... uma doença do “esquerdismo” que teima em sobreviver ao maremoto neo-liberal.


Vamos resistir a essas (perdoem-me a expressão) idiossincrasias porque a proposta humanística é boa e tem tudo a ver com a febre salvacionista do planeta defendida pelos ambientalistas. 


Comecemos pela adoção de uma nova vertente na temática dos direitos humanos - o estatuto psicossocial das vítimas, a consideração de uma vitimologia, tal como fazemos com os animais, dando precedência às vítimas em confronto com os seus predadores. Por que estar sempre atento à defesa dos direitos dos agressores, sem qualquer consideração aos direitos das vítimas? 

Sejam quais forem os transgressores - bandidos, policiais, maridos que agridem as esposas, pais que maltratam e matam os filhos - eles escolheram o seu lado no contexto sócio-humanitário, exatamente à margem da sociedade, e por isso são propriamente denominados marginais. Reconhecê-los como sujeitos de direitos é uma coisa, outra é elegê-los como se fossem eles os agredidos, negligenciando ou subalternizando as verdadeiras vítimas.

Mantendo o foco e guardando as proporções, confundir os extremos seria o mesmo que premiar aquele que executa um animal de estimação, ou o submete a maus tratos, ou o abandona.

(Bem a propósito, só para esclarecer, evitando que se cometa equívocos, o dicionário eletrônico Houaiss, no verbete “vítima”, define-a como sendo: “pessoa ferida, violentada, torturada, assassinada ou executada por outra”, ou, “pessoa que é sujeita a opressão, maus-tratos, arbitrariedades”.)

Perdoem-me os sociólogos, antropólogos, cientistas sociais e economistas, mas cansei-me da tese que nos coloca permanentemente em estado de culpa - aquela que denuncia a sociedade como responsável pela gênese das transgressões. Seria então a injustiça social a criadora dos Frankensteins. Mas, meu Deus do céu, onde há justiça social neste planeta, e se houver um simulacro desse modelo, digam-me se nesse paraíso a criminalidade é inexistente? 

Cansei-me também daquela desculpa amarela, que nos é conveniente, segundo a qual cabe aos governos cuidar dos necessitados. Bullshit. Nós somos o governo. Nós somos responsáveis pela tessitura humana semelhante à nossa. Então, façamos a nossa parte, como os defensores da ecologia que não aguardam e não requisitam os governos.

O ser humano é predador por natureza. Foi o processo civilizatório que reprimiu esse instinto, a partir do despertar de um procedimento racional. Mas, dentro de nós mesmos, habita um animal que, feito certas doenças, mantém-se em estado latente, aguardando um momento para se manifestar.

Vamos agir com os humanos como o fazemos em relação aos animais. Avançando, afoitos, contra os predadores, agindo sem preconceitos. 

Alguém já discriminou um animal por sua cor – branca, preta, amarela, parda? Por ser macho ou fêmea? 


Observe-se que a legislação ambiental é mais severa com os detratores do meio-ambiente que a ordenação criminal com os homicidas, seqüestradores, estupradores, pedófilos e traficantes de drogas. 

Essa constatação trouxe-me à memória um episódio ocorrido em pleno Estado Novo. Quando Luiz Carlos Prestes amargava as mais cruéis torturas, confinado a um dos porões da ditadura, o advogado Sobral Pinto, sem alternativas para a defesa do seu cliente, por verificar que os seus pedidos de habeas corpus de nada adiantavam, com a suspensão do Estado de Direito, em desespero, decidiu invocar a Lei de Proteção aos Animais para preservar a incolumidade física do seu maltratado constituinte.

Vamos “adotar” as crianças sem lar, famintas, desamparadas, dedicadas aprendizes da escola do vício e do crime; apoiar o assistencialismo, sim! Por que deixar de dar um pedaço de pão, um copo d´água ou a ajuda financeira para a compra de um remédio aos esmoleres que tanto se curvam à humilhação da mendicância para sobreviverem? Será que aqueles que são implacáveis com os pedintes, chamando-os de vagabundos ou lhes acenando, por pura provocação um serviço doméstico que não tem a intenção de oferecer, fazem o mesmo com os animais abandonados, negam comida e socorro aos gatinhos e cachorros desgarrados, aos peixinhos do aquário?

Que tese “desenvolvimentista” pode prosperar às custas da inanição, e muitas vezes da morte dos necessitados que buscam um socorro imediato para a sua emergência? E, se a morte é anunciada, como a do personagem de Garcia Márquez, por inevitável fatalidade, argumento usado como desculpa útil para os que entendem a inutilidade do apoio, então que ao menos seja adiada. Um dia a mais fará muita diferença para quem não quer morrer.

Recorro sempre a um episódio relatado por Helena, mulher do notável pensador humanista e escritor grego (Cretense) Nikos Kazantzakis, que, em fase terminal de uma leucemia agressiva e impiedosa, teria dito que gostaria de se postar diante de uma imponente catedral para poder esmolar dos transeuntes e fiéis, um minuto de suas vidas, para que tivesse tempo suficiente para concluir a sua obra. 

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Pedro Simões (Professor de Direito aposentado. Advogado. Escritor. Cristão e Humanista, principalmente)"
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Ciro José Tavares
20 de fevereiro às 07:24
 
O crepúsculo de Dara Fidelíssima na sua irracionalidade, Dara, a cadela Akita do meu amigo Pedro Simões, levou-me a refletir sobre dois diálogos da peça Hamlet, de William Shakespeare. O primeiro, Ato I, Cena V, quando o príncipe faz a Horácio a seguinte observação: “Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que pode sonhar tua filosofia.” O outro, na última cena do Ato V, quando diante do corpo inerte de Hamlet, Horácio exclama: ”Assim estala um nobre coração! Boa noite, gentil príncipe! Que legiões de anjos te conduzam, cantando, ao eterno descanso!” o que aconteceu com Dara é comovente e faz chorar. Mais de um ano distante de Pedro a quem era muito apegada, resistiu numa bravura que desconheço. Na semana decisiva parece que sentindo o abatimento de Jailza, Joventina, Adriana, Maria e Pedrito, Dara deu sinais de que compreendia que o lume da vela enfraquecia perigosamente. Buscou os cantos solitários, recusando o alimento, como se estivesse doando ao dono a própria vida, num gesto solidário que me faz estremecer de emoção. No dia das exéquias, Dara não respondeu ao chamado das pessoas da casa porque acompanhara o falcão no seu voo ao sol. Impossível esquecê-la, branca, linda, meiga, quieta, deitada no terraço enquanto conversávamos. Agora, nos labirintos do universo Pedro e Dara caminham juntos procurando desvendar mistérios.