sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Carlos Roberto de Miranda Gomes escreveu:

DUAS GLÓRIAS E DOIS DESTINOS

Natal vive no dia de hoje um momento singular quando, coincidente, comemora o nascimento de duas pessoas que fizeram história: 90 anos de GLORINHA OLIVEIRA, a nossa Diva da música potiguar brasileira e o Centenário de DJALMA MARANHÃO, o nosso Eterno Prefeito.
 

As efemérides merecem uma reflexão especial – GLORINHA, canguleira de raiz, comemora seu aniversário em um espetáculo especial no Teatro Riachuelo, onde homenageia a Grande Poetisa AUTA DE SOUZA, macaibense famosa (18776-1901), onde haverá a gravação de um DVD.
Inúmeros artistas da atualidade prestarão suas homenagens como Khrystal, Dodora (Cardoso), Silvana (Martins), Bruninha (Hetzel), Katarina (Gurgel) e Aécio Queiroz (filho).
A coincidência fica por conta do patrocínio (Morada da Paz, através da Lei Djalma Maranhão) dentro do Projeto “Cancioneiro Auta de Souza”, sob a responsabilidade do nosso escritor Cláudio Galvão.


O outro homenageado é o nosso inesquecível DJALMA MARANHÃO, TAMBÉM CANGULEIRO, o qual represento como o “amante da cidade de Natal”, pela sua dedicação à terra chão, ao seu povo, pelos quais deu sua vida e terminou os seus dias em outras plagas, morrendo de saudade, que terá sessão solene na Câmara dos Vereadores, certamente, com a presença do povo que nunca o esqueceu.

Sua marca é o incremento da Campanha “De pé no chão também se aprende a ler”, cujo projeto ainda pode ser considerado como atual e fundamental para incrementar a cultura e erradicar o analfabetismo, aliado à praticidade do ensino da cidadania.


O SUSTO

Violante Pimentel
Era um tradicional bar do Recife (PE), ponto de encontro de poetas e boêmios, em cuja parede principal se podia ler o belíssimo poema “CHOPP”, do grande poeta Carlos Pena Filho, que diz:
Na avenida Guararapes,
o Recife vai marchando. 
O bairro de Santo Antônio,
tanto se foi transformando
que, agora, às cinco da tarde,
mais se assemelha a um festim,
nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Ah, mas se a gente pudesse
fazer o que tem vontade:
espiar o banho de uma,
a outra amar pela metade
e daquela que é mais linda
quebrar a rija vaidade.
Mas como a gente não pode
fazer o que tem vontade,
o jeito é mudar a vida
num diabólico festim.
Por isso no Bar Savoy,
o refrão é sempre assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
Como o Bar Savoy ficava próximo a um conhecido Órgão de Saúde Pública, vários médicos se reuniam ali, depois do expediente, para trocar ideias e molhar a palavra. O ponto era muito frequentado por esses profissionais, adeptos de uma boa bebida e um ambiente requintado. Entre os frequentadores, havia alguns boêmios apaixonados, médicos ou não, que diariamente ali “assinavam o ponto”. Também havia os namoradores, os que tinham a alma livre e viviam apaixonados. Eram frequentadores tradicionais e de boa situação financeira.
Certa vez, num começo de noite, um cardiologista de meia idade, assíduo frequentador do Bar Savoy, foi incomodado por uma “mariposa”. A mulher viera lhe cobrar um dinheiro prometido numa farra. O profissional mandou, discretamente, que ela se retirasse daquele ambiente, mas a criatura insistiu em escandalizar. Falou alto, chamando a atenção dos frequentadores. O homem, então, pegou, bruscamente, a sua tradicional maleta de médico e gritou:
– Espere aí que você vai ter o que merece!!! – E fez menção de abrir a maleta, dando a impressão de que iria sacar uma arma. A mulher saiu correndo, e meia hora depois retornou, acompanhada de dois policiais, que exigiram que o médico lhes entregasse a tal arma. A mulher insistia em dizer que a mesma estava dentro daquela maleta de médico. Além de exigir que o médico lhes entregasse a arma, os policiais o convidaram a acompanhá-los até a Delegacia de Polícia, no carro da Rádio Patrulha. .
Calmamente, o médico entregou sua inseparável maleta aos policiais, para que os mesmos apreendessem a questionada arma.
Um dos policiais abriu a maleta do médico, mas ficou desapontado, ao verificar que ali estavam apenas um Aparelho de Medir Pressão Arterial, um Estetoscópio, um Termômetro, e nada mais.
De imediato, todos os amigos se aproximaram do médico importunado. Os policiais logo entenderam que estavam diante de um cidadão de bem, um cardiologista de respeito, e que o mesmo não portava arma nenhuma. Com certeza, tinha havido um equívoco, e tudo era fruto da mente doentia daquela mulher destrambelhada.
A mulher foi conduzida até à Delegacia de Polícia no carro da Rádio Patrulha, e o conhecido médico continuou com os amigos no Bar Savoy, comendo, molhando a palavra, e se divertindo com o ocorrido.
Violante Pimentel – Procuradora aposentada e Escritora

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Novamente DRUMMOND



O poema das mãos soluçantes, que se erguem num desejo e numa súplica

Como são belas as tuas mãos, como são belas as tuas mãos pálidas como uma canção em surdina...
As tuas mãos dançam a dança incerta do desejo, e afagam, e beijam e apertam...
As tuas mãos procuram no alto a lâmpada invisível, a lâmpada que nunca será tocada...
As tuas mãos procuram no alto a flor silenciosa, a flor que nunca será colhida...
Como é bela a volúpia inútil de teus dedos...

O poema das mãos que não terão outras mãos numa tarde fria de Junho

Pobres das mãos viúvas, mãos compridas e desoladas, que procuram em vão, desejam em vão...
Há em torno a elas a tristeza infinita de qualquer coisa que se perdeu para sempre...
E as mãos viúvas se encarquilham, trêmulas, cheias de rugas, vazias de outras mãos...
E as mãos viúvas tateiam, insones, - as friorentas mãos viúvas...

O poema dos olhos que adormeceram vendo a beleza da terra


Tudo eles viram, viram as águas quietas e suaves, as águas inquietas e sombrias...
E viram a alma das paisagens sob o outono, o voo dos pássaros vadios, e os crepúsculos sanguejantes...
E viram toda a beleza da terra, esparsa nas flores e nas nuvens, nos recantos de sombra e no dorso voluptuoso das colinas...
E a beleza da terra se fechou sobre eles e adormeceram vendo a beleza da terra...

Carlos Drummond
 
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Colaboração de Odúlio Botelho

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

FRANKLIN JORGE PRESTIGIADO EM GOIÂNIA




  O CÉU DE GOIÂNIA

O titular da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia, escritor e artista plástico Ivanor Florêncio, cuja gestão tem se pautado pelo intercâmbio cultural e a publicação de livros de autores goianos ou de interesse para a divulgação dos valores goianos, decidiu incluir Franklin Jorge entre os publicados da Coleção Verso & Prosa, em reconhecimento aos serviços prestados pelo escritor e editor norte-rio-grandense à Cultura  Goiana. Grandes escritores goianos, como Heleno Godoy, já foram publicados nessa coleção que tem como objetivo prestigiar os mestres e revelar os novos talentos. Em cinco anos, mais de 200 títulos foram publicados até agora pela Secretaria de Cultura de Goiânia.
O secretário de cultura manifestou interesse na reedição de "O Ouro de Goiás", lançado em 2012 pelo Instituto José Mendonça Teles/Editora Kelps, em pequena tiragem rapidamente esgotada e desde então de difícil consulta, o que faz desse livro sem dúvida uma raridade bibliográfica. Franklin sugeriu-lhe, no entanto, que em vez desse livro publicasse um outro, inédito, contendo um conjunto de crônicas inspiradas em suas leituras e contatos com autores da terra de Anhanguera.
"O Céu de Goiânia" [título provisório] reunirá nove textos curtos de autoria de Franklin Jorge, que ao longo dos anos tem estudado e divulgado a produção cultural de Goiás, desde que, em 1978, passou a estudá-la, por influencia da escritora Alcyone Abrahão, que viveu por um ano em Natal e promoveu, desinteressadamente, os valores culturais do Centro-Oeste brasileiro. O título alude a uma declaração do célebre naif goiano nascido em Portugal, Antonio Poteiro, já falecido, em seu depoimento a "O Ouro de Goiás", que afirmou às páginas 22 e 23 do referido livro, há mais , o Jardim América, onde moro. Aqui você me encontra nos botecos da redondeza, na convivência com os amigos, no Cine Cultura, saboreando a galinhada feita com galinha caipira, o empadão goiano recheado com palmito amargo, passeando, enfim por toda a cidade".
 

NECROLÓGIO DOS DESILUDIDOS DO AMOR
 
 
Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.
Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.
Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia.
Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e de segunda classe).
Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho 
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.
 
 

DAVID LEITE LANÇA LIVRO EM 25 DE NOVEMBRO


Foto de David De Medeiros Leite.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

80 ANOS DA INTENTONA COMUNISTA




Getúlio nunca aderiu a qualquer doutrina ideológica. Conforme as conveniências manipulava este ou qualquer aspecto de todas elas afastado de ambos os extremos.
Otávio Frias Filho - Folha de São Paulo 18/8/2013 (Crítica)

Mais uma vez a repressão policial renova os desencantos e protestos acontecem no mês de março de 1932 nas ruas de São Paulo, notadamente em 07 de julho, com resultado de quatro estudantes mortos. Plínio Salgado criava a Ação Integralista Nacional, de cunho fascista, de extrema direita que combatia o fervor do comunismo, embora não contasse com a adesão da população brasileira.

Em 1935 eclode novo e mais forte movimento de rebeldia, conhecido como Insurreição Comunista ou Revolta Vermelha em novembro de 1935 nas cidades de Natal – que se instalou entre os dias 23 a 25. Na verdade o levante contra o governo fascista tinha o apoio do Partido Comunista em nome da Aliança Nacional Libertadora, não necessariamente comunista, com repercussão ainda em Recife e Rio de Janeiro, que findou conhecido como “Intentona Comunista”.

A Revolta Vermelha de 1935 inscreve-se como conspiração de natureza político-militar, pelas suas reivindicações políticas imediatas (de protesto político-institucional contra um governo autoritário), tendo como objetivos:

·  O não pagamento da dívida externa;

·  A nacionalização das empresas estrangeiras;

·  O combate ao fascismo;

·  A reforma agrária.

Por deficiência na condução das ações por Carlos Prestes e Agildo Barata, resultou num movimento precipitado, de vida efêmera, tendo como resultado 22 mortes, deixando um lastro sempre aproveitado para servir de marco forçado de um fantasma e pretexto contra a esquerda e que perdura até os dias presentes fazendo, imediatamente (10 de novembro), nascer o Estado Novo em 1937, com duração de 8 (oito) anos (1937-1945). Estava implantada a ditadura getulista, marco de um período reacionário, de cunho autoritário.
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Carlos de Miranda Gomes, escritor

DEBATE - DIA 25 (MCDH)

CONVITE para participar da mesa de debate da MCDH 
que acontecerá dia 25 de novembro (quarta
), no IFRN
Cidade Alta, as 09h.


debate será sobre o filme 
Memórias Para o Uso Diário
cujo tema é relacionado ao Direito à memória 
e verdade, que será exibido na Mostra antes do debate, as 09h.


Tuyanne Medeiros.


CPC

Company Logo

A Parte Geral do NCPC e a busca constante pela resolução do mérito.
Olá CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES!
     Para você que nos acompanha, a hora é de começar o estudo daquilo tudo que foi consolidado na Lei Federal nº 13.105/2015, que entrará em vigor no dia 18 de março de 2016. 
     Estaremos juntos nessa jornada! 
     Para começar, é bom lembrar a advertência: “Não se quis, com o novo Código, ‘zerar’ o direito processual, fazer ‘tabula rasa’ de tudo o que existe. Quis-se, sim, inovar, a partir do que já existe, respeitando as conquistas. Dando-se passos à frente. Assim é que devem ocorrer as mudanças das ciências ditas sociais, da lei, da jurisprudência: devagar. Porque também devagar mudam as sociedades. Nada de mudanças bruscas, que não correspondem àquilo que se quer, que assustam, atordoam e normalmente não são satisfatoriamente assimiladas. Não há razão para não se manter tudo o que de positivo já tínhamos concebido. Nada como se engendrar um novo sistema, de forma equilibrada, entre conservação e inovação.” (WAMBIER, Teresa; RIBEIRO, Leonardo Ferres da Silva; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins e; MELLO, Rogério Licastro Torres de. Primeiros comentários ao Novo CPC. Artigo por artigo. São Paulo: RT, 2015). 
     De fato, o Novo Código pretende encerrar muitas discussões doutrinário-jurisprudenciais, tomando posições firmes acerca de determinados temas ainda polêmicos, além de inovar em matérias não positivadas, como é o caso, por exemplo, da disciplina própria para o amicus curiae, agora visto como uma das formas de intervenção de terceiros (NCPC, art. 138). 
Assim, de início, cumpre destacar que o CPC de 2015, atendendo a um antigo reclamo da doutrina, tem uma Parte Geral, a consolidar as normas (princípios e regras) fundamentais do processo civil (arts. 1º a 12). 
     A par de consagrar o modelo constitucional do processo civil, repetindo normas constitucionais que tratam, por exemplo, da inafastabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV e NCPC, art. 3º, caput), da razoável duração do processo (CF, art. 5º, LXXVIII e NCPC, art. 4º, caput), do contraditório e da ampla defesa (CF, art. 5º, LV e NCPC, art. 7º), da proteção à dignidade da pessoa humana e dos princípios da legalidade, publicidade e eficiência (CF, art. 1º, III e 37, caput, e NCPC, art. 8º) e da fundamentação das decisões judiciais (CF, art. 93, IX e NCPC, art. 11), a Parte Geral também inova, especificando e aclarando a verdadeira finalidade social do processo civil: a pacificação social. 
     Nesse sentido é que, ao repetir a norma constitucional que trata da razoável duração do processo, o Novo Código vai além, ressaltando que se deve buscar, em prazo razoável, “a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa” (art. 4º). Ao tratar do princípio da cooperação processual, novamente se tem o mesmo destaque: “Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva” (art. 6º). 
     Percebe-se, portanto, que a resolução do mérito passa a ser sinônimo de efetividade, pois é o que, de fato, resolve a questão de direito material e contribui para a pacificação social. No entanto, contraditoriamente, por muito tempo o processo vem sendo utilizado como subterfúgio para não conhecer o mérito, invertendo a lógica e destoando das aclamadas instrumentalidade e efetividade processuais. 
     Essa posição política, por assim dizer, do CPC de 2015 fica muito clara em inúmeros outros dispositivos, que exigem uma postura proativa do magistrado na busca constante da correção das nulidades e do julgamento do mérito da demanda (NCPC, arts. 76, 139, inciso IX, 317, 321, 357, inciso IV, 370, 932, parágrafo único, 938, §1º, 1.007, §7º, 1.017, §3º e 1.029, §3º). 
  Continue acompanhando conosco as novidades do NCPC. 
Um abraço, 
Rafael Alvim e Felipe MoreiraIDC
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segunda-feira, 23 de novembro de 2015



Caros amigos da cultura do RN,



AZYMUTH  acaba de publicar mais um título. Trata-se do livro "Retalhos do Meu Sertão" do autor José Fernandes Bezerra (1905-1980), publicado originalmente em 1979. 

Uma obra célebre, há muitos anos esgotada. Consta os principais vaqueiros e fazendeiros norte-rio-grandenses, com suas biografias, como Pedro Pereira de Araújo, Rainel Pereira e outros. Além de biografias dos mais famosos cantadores do Rio Grande do Norte, dentre os quais, Fabião das Queimadas. 

Essa edição é comemorativa dos 105 anos de nascimento do autor. Traz a introdução do pesquisador Kydelmir Dantas. Além do prefácio original de Waldson Pinheiro.

Valor do livro: R$ 45,00. Parte das vendas ajudará o Hospital Infantil Varela Santiago. Lançamento em breve.

Locais de Venda: 

Azymuth

editoraazymuth@yahoo.com.br

Casa do Cordel




COOPERATIVA CULTURA UFRN



Grato.

AZYMUTH