quarta-feira, 6 de janeiro de 2016


CARTAS DE COTOVELO 02/2016
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, veranista

O QUE POR UM NETO NÃO SE FAZ!

          Passava das 24h30m da véspera do Dia dos Santos Reis quando o meu neto Guilherme acordou chorando, com dor de ouvido.

          Fizermos pequena massagem, pois certamente o sofrimento era resultante de excesso de banhos de mar. Após isso colocamos o medicamento adequado e, a Zero hora de hoje ele adormeceu.

          Uma hora depois retorna chorando - queria colo e caiu na rede deste avô, ali ficando acomodado, embora provocando o inverso ao velho, que suportou o mal jeito até 2h40m.

          Sorrateiramente conseguimos sair da rede, deixando o netinho quieto. E agora? se todos dormiam e não vislumbramos lugar para dormir, pois no quarto não tinha mais armadores.

          Tiramos duas redes de um saco de roupas e colocamos no chão com travesseiros altos e aí deu para dar um jeitinho. Contudo, a nossa escassa musculatura ditada pelos anos deixava vulnerável a estrutura óssea e então vieram os incômodos.

          Pelas 4h da matina, Dona Therezinha, minha companheira, acordou e horrorizada protestou contra aquela dormida no chão e compartilhou o colchão, como já fazia há 52 anos e nesse aconchego conseguimos dormir por cerca de uma hora, pois às 5 já começa a labuta doméstica.

          No entanto,  a noite indormida teve os seus lances construtivos, permitindo avaliar situações como dos moradores de rua e dos plantonistas nos hospitais.

           Para que reclamar - foi só uma noite.

           O que por um neto não se faz!

          

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