segunda-feira, 28 de março de 2016

NOVOS TEMPOS, BELOS DIAS






RESSURREIÇÃO NA TV
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor

Após uma longa noite de programas medíocres, repetitivos, oportunistas e/ou debochados, fui surpreendido com um novo momento para a televisão brasileira – o Programa “The Voice Kids”, do qual tive oportunidade de me reportar em pronunciamentos anteriores.
Inteligentemente procurou-se fazer um programa cativante até pela participação da criança, em toda a sua pureza pessoal e artística, com um repertório bem escolhido e, acima de tudo, com uma naturalidade agradável, sem imitação de ninguém nem clima de rivalidade, muito bem conduzido pelo apresentador Tiago Leifert, que com a sua emoção, deu um toque especial às apresentações.
Tornei-me cativo de todos os domingos e condicionei as minhas obrigações de forma a me dar o direito de assistir todos os programas, o que fiz curtindo as histórias do meu tempo, ainda que vinculado à Era de Ouro do rádio, posto que a televisão era ainda pouco difundida no Brasil.
A seleção dos participantes foi criteriosa e sem discriminações, da mesma forma que a escolha dos artistas técnicos, tutores dos pupilos que iam escolhendo no curso dos programas e lhes aplicavam todos os conhecimentos obtidos numa estrada artística já bem caminhada: Carlinhos Brown, Ivete Sangalo e a dupla Victor e Leo.
O Rio Grande do Norte também esteve presente ao conclave com o jovem Elizaldo, do pequeno município de São Vicente e não fez feio. Enfim, todos os pontos cardiais ali se fizeram representados e ficou evidente a qualidade das apresentações ornadas por novas técnicas que lhes eram ministradas.
Pela primeira vez concordo que não houve derrotados, eis que todos cresceram em sua arte embrionária e se tornaram mais seguros para uma carreira futura, com muita possibilidade de sucesso.
Os finalistas Pérola, Rafa e Wagner Barreto, este último declarado vencedor dessa primeira versão, estiveram brilhantes e qualquer um que ganhasse estaria representando muito bem o objetivo do programa.
Emocionalmente eu estive no palco várias vezes, cantando da forma como, enquanto criança, me apresentava nos palcos do Cinema São Luiz e na Rádio PotÍ, sob as batutas de Genar Wanderley e Luiz Cordeiro, no Teatro Carlos Gomes, nos programas da SAE e em outros de lugares distantes e não menos sagrados para mim.
Fiz as minhas comparações com os meninos do meu tempo, como Edmilson Avelino, Odúlio Botelho, José Filho, Elino Julião, Agnaldo e Selma Rayol, Paulo Molin e poucos outros artistas mirins daquele tempo.
Vejo que as coisas estão mudando para melhor, lá e cá, cá e lá, ressaltando a qualidade dos programas locais “Rota e “Digaí”, apresentados aos sábados, cujo grau de excelência está se aproximando neste primeiro ano de exibição.
Novos tempos, belos dias!

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