domingo, 22 de janeiro de 2017

CARTA ABERTA AO GOVERNADOR





OUTRAS CARTAS DE COTOVELO – 08- 22/janeiro/2017
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes, veranista e escritor
        



        Em formato de CARTA ABERTA, dirijo a minha palavra ao Excelentíssimo Senhor Governador do Rio Grande do Norte, Doutor ROBINSON FARIA, a propósito dos acontecimentos profundamente lamentáveis ocorridos na Penitenciária de Segurança Máxima de Alcaçuz.
Por evidente, não cabe ao seu governo integralmente a culpa pelo descaso com o Sistema Prisional do Estado, mercê de uma chaga aberta há mais de duas décadas, mais exatamente quando se pretendeu construir esse equipamento carcerário, sem a obediência da técnica específica para tal espécie de construção para reclusos.
Não se alegue da impossibilidade de prosperar uma obra construída sobre dunas – não - o problema nem é esse, mas o não atendimento às prescrições exigidas para a espécie de presídio, caracterizando-se o que foi feito como construção comum, de fácil escavação e consequentes fugas.
A quantidade de túneis cavados nas celas de Alcaçuz já foi assunto comentado além-mar e, sem o mínimo cuidado, são realizadas recuperações físicas oriundas de depredação, igualmente sem a obediência à melhor tecnologia.
Neste último e trágico episódio dos presos, separados por facções criminosas, com grande número de mortes brutais, a destruição chegou ao máximo e somente outro presídio teria condições de albergar os apenados, segundo opinião de pessoas do ramo da construção civil.
Paralelamente a esse caos, temos a evidência do contraste ou contradição com o lugar – porta de entrada das praias do sul onde parte da população potiguar se exila para recompor suas forças desgastadas com a labuta cotidiana e, de repente, se vê ameaçada por possível “arrastão” em suas casas e estabelecimentos comerciais ou de prestação de serviços. A viabilidade do turismo já granjeou a sensibilidade do seu Governo que está prestes a inaugurar uma ciclovia de grande porte, atendendo a um anseio de longo curso.
Sem qualquer pretensão de discriminar os que pagam pelos seus pecados contra a sociedade, mas usando uma lógica linear, entendemos que chegou a hora de fazer as coisas certas – relocar os apenados para uma obra a ser construída integralmente obediente às indicações modernas para esse tipo de Penitenciária, com muito mais possibilidade de lograr êxito em sua funcionalidade e trazendo economia para o Estado, aproveitando-se o que restou para a construção de uma Central de Abastecimento de produtos hortifrutigranjeiros, atendendo a dois fatores incontestáveis: o primeiro de que Alcaçuz sempre foi um lugar de cultura agrícola, desde o assentamento de japoneses e brasileiros nos anos 70; b) a atual Central de Abastecimento de Natal já não comporta o fluxo de comercialização e precisa de expansão, sendo Alcaçuz um local adequado para esse papel, sem desativação da CEASA, que ficaria como local de negócios e exposição de amostras da produção.
A ideia da mudança já vem sendo alardeada pela imprensa, pela PROMOVEC (Associação dos proprietários, moradores e veranistas da praia de Cotovelo) e pelos próprios moradores e veranistas, alcançando Cotovelo, Pium, Pirangi, Búzios, Tabatinga, Barreta, Camurupim, Tibau do Sul, Pipa e Barra de Cunhaú, pertencentes aos municípios de Parnamirim, Nísia Floresta, Canguaretama e São José de Mipibu.
Em Cotovelo foi implantado um Plano de Segurança 24 horas, com a colocação de câmeras nas ruas, circulação de motos a cada espaço de uma hora e monitoramento, sob a diretriz da Master Segurança e contato permanente com a Polícia Militar do Estado, que conta com a colaboração dos associados na conservação dos seus equipamentos, reduzindo significativamente o índice de criminalidade e dando tranquilidade aos que aqui habitam numa interação elogiável.
Vamos fazer uma grande assembleia de interessados para a solução definitiva e sustentável de um Projeto de Segurança Pública para as praias do sul, vetores de sustentabilidade econômica do turismo da região?
Contamos com a atenção de Vossa Excelência, que tanto conhece essa realidade, na condição de veranista de Pirangi. Vamos nos reunir? Aguardamos ansiosamente por essa desejada solução!


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