sábado, 11 de março de 2017

NOVA ACADÊMICA

No pleito ontem realizado pela ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE, para preenchimento da cadeira nº 03, da qual é Patrono ALVAMAR FURTADO DE MENDONÇA, foi vencedora a advogada ISABEL HELENA MARINHO.
PARABÉNS À NOVA IMORTAL.



A POSSE DE LÍVIO OLIVEIRA


 A noite de 10 de março marcou um dia de esplendor para a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras com a posse do novo imortal LÍVIO OLIVEIRA.
Bons discursos, solenidade amena e grande público, abrilhantado com a participação do  OCTO VOCI GRUPO VOCAL DA UFRN, FORMADO PELOS CANTORES:
(IANNE SILVA, THAISE MATIAS, RAQUEL SOUZA, DANILO FERRAZ, DIOGO NASCIMENTO E DAVI MELO), COM DIREÇÃO MUSICAL DO MAESTRO ERINCKINSOM BEZERRA.
E ACOMPANHAMENTO INSTRUMENTAL DO GRUPO UFRN CELLOS SOB A   REGÊNCIA DO MAESTRO FÁBIO PRESGRAVE.
FORMAÇÃO:
 (DIEGO PAIXÃO, LUCAS OLIVEIRA, BRUNO DAVID, GABRIEL VASCO, HAZIEL CÂNDIDO, IVSON MARTINS, FELIPE MASCOLI, WEACLEY SOUSA, JACTON SANTOS E LETÍCIA FERNANDES.








Fotos de Eduardo Alexandre Garcia
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sexta-feira, 10 de março de 2017

H O J E



ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE
A L E J U R N

COMUNICAÇÃO                                            Natal, 03 de fevereiro de 2017

Estimado Confrade,

            Comunicamos que no próximo dia 10 do mês março próximo vindouro, no período de 9 às 17 horas estaremos recebendo os votos para a eleição do novo (a) acadêmico (a) para a cadeira nº 03 – Patrono ALVAMAR FURTADO DE MENDONÇA,  para a qual se inscreveram dois candidatos: FRANCISCO HONÓRIO DE MEDEIROS FILHO e ISABEL HELENA MARINHO.
Por oportuno, informamos que o voto poderá ser sufragado por correspondência, nos termos do Regimento Interno vigente, desde que entregue à Comissão Eleitoral dentro do prazo do processo de votação ou pelo processo eletrônico aos cuidados do Presidente da Comissão Eleitoral JURANDYR NAVARRO DA COSTA, através do endereço: alejurn2007@gmail.com


Qualquer dúvida poderá ser esclarecida através do telefone 3232-2890.

Respeitosamente

________________________________
LÚCIO TEIXEIRA DOS SANTOS

Presidente da ALEJURN

H O J E







Curta-metragem revisita vida e obra do ator Fernando Athayde

O documentário de curta-metragem “Athayde” revisita  vida e obra do ator natalense Fernando Athayde, que ultrapassou as divisas do Rio Grande do Norte para conquistar os palcos do Brasil. Roteirizado e dirigido pelo realizador audiovisual Paulo Dumaresq, a obra fílmica é uma produção independente, que lança luzes sobre a trajetória do artista, com depoimentos de familiares e amigos.
Com o apoio do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e da Cinemateca Potiguar, o curta será lançado no dia 10 de março, às 20 horas, no auditório do IFRN Cidade Alta. A entrada é gratuita e a classificação indicativa é de 10 anos.
Foram convidados e aceitaram participar do documentário a mãe Terezinha Costa e o irmão Fábio Henrique, além dos amigos Ana Cristina, produtores culturais Lula Belmont, Marcos Sá e Ricardo Nelson, dramaturgo Jobel Costa, atriz Kinha Costa, e o diretor teatral João Marcelino.
No evento, serão exibidos, ainda, os curtas-metragens “Não faça silêncio” (preto & branco e cor, 11’, 2014), de Suerda Morais, e “Reformatório Krenak” (cor, 21’, 2016), de Rogério Corrêa.

Trajetória
Fernando inicia a carreira no teatro natalense nos anos 1970, integrando a Companhia de Teatro Jesiel Figueiredo, onde atua na peça “O santo inquérito”, de Dias Gomes. Em seguida, transfere-se para o Grupo Aquarius de Teatro, representando nos espetáculos “As aventuras de Simbad, o Marinheiro”, “Ponto de partida” e “Os andantes”.
Ao conhecer Raul Cortez, em Natal, a carreira de Fernando Athayde dá uma guinada. Por intermédio do consagrado ator, ele migra para São Paulo. Em 1980, integra o elenco do espetáculo “Tratado geral sobre a fofoca”, dirigido por Zécarlos Andrade. Contracena com Selma Egrei e Cristina Pereira.
No ano seguinte, atua no infantil “No reino da palhaçada”, texto e direção de José Roberto Caprarole. Ainda em São Paulo, faz curso no CPT do SESC, sob a batuta do diretor Antunes Filho.
Entre idas e vindas, interpreta personagem na comédia “As três Marias”, com direção de Gilberto Sérgio, e “A greve”, do Grupo Estandarte de Teatro, em 1988. Fernando atinge o ápice da carreira com o espetáculo “A missão” (1989), de Heiner Müller, uma montagem da Stabanada Companhia de Repertório, com direção de Carlos Nereu. O espetáculo circula pelo país e Athayde conquista o prêmio de Melhor Ator em todos os festivais de teatro que participa.
Pela sua destacada atuação, é convidado pelo diretor Paulo de Moraes, da Armazém Companhia de Teatro, para fazer uma homenagem ao escritor Oswald de Andrade, no espetáculo “Périplo, o Ideograma da obsessão”, e numa coletânea de textos de William Shakespeare, intitulada “A construção do olhar”, juntamente com o ator e diretor potiguar João Marcelino.
O último trabalho de Athayde foi na peça “Pantaleão e as visitadoras”, dirigida por Ulisses Cruz, onde contracena com a atriz Cássia Kiss. Fernando Luis Costa Athayde de Almeida faleceu em 16 de agosto de 1993, em São Paulo, após complicações decorrentes da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA).
“Athayde” é uma realização do Coletivo Audiovisual Vaga-lume e da produtora Du’mar Cinematográfica, com o apoio da Ágil Fotografia e da CaSu Filmes. Integram a equipe de “Athayde” os profissionais Alex Régis (diretor de fotografia), cineasta Suerda Morais (editora), Camilla Natasha e Davis Josino (produtores de set), Nilson Eloy (som direto e mixagem), Adriano Azambuja (composições e direção musical) e os estagiários Anderson Régis e Ravena Henrique.

SERVIÇO:
O quê? Lançamento do curta-metragem “Athayde”.
Quando? Dia 10 de março, às 20 horas.
Onde? Auditório do IFRN Cidade Alta.
Quanto? Gratuito.
Classificação indicativa? 10 anos.


quinta-feira, 9 de março de 2017


08/03/17  AS MULHERES QUE QUERO

(Lívio Oliveira)

Não quero mulheres em
preto-e-branco,
nem em cinza.
Quero mulheres a cores,
mulheres com o brilho
das manhãs de sol
de Tabatinga
ou de Honolulu.

Mulheres que deitam
e dormem, de repente,
não se doam,
doem-se,
doença do tédio.

Quero as mulheres verdes,
mulheres cor-de-rosa,
mulheres azuis,
como o céu do sertão
do Cauaçu.

Quero a mulher que vibra,
a mulher com tremores,
a mulher sem pudores,
a mulher que me crava os dentes,
aquela que parte suas unhas
nas minhas costas.

Quero a mulher vital,
a fatal também,
mas mulher de tentos
e de tetas suculentas.

Quero a mulher-mistério,
a mulher que ri,
mas que guarda sempre
um ar de interrogação
e um segredo de mim.

Não aceito as mulheres
que não seduzem,
mulheres sem glamour,
mulheres sem fantasias,
mulheres sem música,
sem poesia,
sem uma gula impudica
que contamine
de desejo
todo ser amante.

Quero as mulheres
que não sejam só cérebro,
mas coxas entreabertas,
seios em órbita,
lábios em rosa,
coração explodindo,
champagne que explode
sobre seu corpo
e o meu.

Quero mulheres,
urgentemente as quero,
aquelas que me ninem,
como no primeiro dia,
que afaguem os meus cabelos,
que me façam dormir,
que me deem o seu leite,
que me derramem seu vinho,
alimentando-me, loucamente,
de paixão.

Quero mulheres de sangue,
mulheres de luta,
mulheres que gritem
e façam irromper, no ar,
a força do seus sonhos,
dos seus vícios,
desejos, todos.

Quero as mulheres
que amem as artes,
mulheres supérfluas,
mulheres manhosas,
como gatas no cio.

Quero as mulheres
vivas,
loucas,
apaixonadas,
prontas para o escândalo
do amor.

quarta-feira, 8 de março de 2017

DIA INTERNACIONAL DA MULHER



História do Dia Internacional da Mulher

História do Dia Internacional da Mulher, significado do dia 8 de março, lutas femininas, importância da data e comemoração, conquistas das mulheres brasileiras, história da mulher no Brasil, participação política das mulheres, o papel da mulher


História do 8 de março

O dia 8 de março é o resultado de uma série de fatos, lutas e reivindicações das mulheres (principalmente nos EUA e Europa) por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos, que tiveram início na segunda metade do século XIX e se estenderam até as primeiras décadas do XX.

No dia 8 de março de 1857, trabalhadores de uma indústria têxtil de Nova Iorque fizerem greve por melhores condições de trabalho e igualdades de direitos trabalhistas para as mulheres. O movimento foi reprimido com violência pela polícia. Em 8 de março de 1908, trabalhadoras do comércio de agulhas de Nova Iorque, fizeram uma manifestação para lembrar o movimento de 1857 e exigir o voto feminino e fim do trabalho infantil. Este movimento também foi reprimido pela polícia.

No dia 25 de março de 1911, cerca de 145 trabalhadores (maioria mulheres) morreram queimados num incêndio numa fábrica de tecidos em Nova Iorque. As mortes ocorreram em função das precárias condições de segurança no local. Como reação, o fato trágico provocou várias mudanças nas leis trabalhistas e de segurança de trabalho, gerando melhores condições para os trabalhadores norte-americanos.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem ao movimento pelos direitos das mulheres e como forma de obter apoio internacional para luta em favor do direito de voto para as mulheres (sufrágio universal). Mas somente no ano de 1975, durante o Ano Internacional da Mulher, que a ONU (Organização das Nações Unidas) passou a celebrar o Dia Internacional da Mulher em 8 de março.


Objetivo da Data 

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Conquistas das Mulheres Brasileiras

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.


Marcos das Conquistas das Mulheres na História 

- 1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.

- 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.

- 1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.

- 1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.

- 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.

- 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas.

- 1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres.

- 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.

- 1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças.

- 1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina.

- 1893 - a Nova Zelândia torna-se o primeiro país do mundo a conceder direito de voto às mulheres (sufrágio feminino). A conquista foi o resultado da luta de Kate Sheppard, líder do movimento pelo direito de voto das mulheres na Nova Zelândia.

- 1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres.

- 1951 - a OIT (Organização Internacional do Trabalho) estabelece princípios gerais, visando a igualdade de remuneração (salários) entre homens e mulheres (para exercício de mesma função).

Você sabia?

- No Brasil, comemoramos em 30 de abril o Dia Nacional da Mulher.

- Hattie Mcdaniel foi a primeira atriz negra a ganhar uma estatueta do Oscar. O prêmio, recebido em 1940, foi pelo reconhecimento de sua ótima atuação como atriz coadjuvante no filme " E o vento levou ...".

Créditos: 

terça-feira, 7 de março de 2017

NOTÍCIA PREOCUPANTE


Ainda sem ter maiores detalhes, ouvi dizer da pretensão de demolição do prédio do REDINHA CLUBE.


Aquele prédio é uma parte relevante da história de Natal e não dá para entender essa intenção. O Clube foi considerado de utilidade pública. 
Em seus salões foram realizadas festas inesquecíveis e em suas cercanias a sociedade praticava esportes.
Enfim, reinou por muitos anos como a praia mais procurada do Estado e o seu prédio foi inspiração de grandes romances.
DESTRUÍ-LO RESOLVE ALGUMA COISA? NÃO SERIA MAIS LÓGICO QUE O PODER PÚBLICO RESTAURASSE A SUA VERDADEIRA FINALIDADE, COMO CENTRO TURÍSTICO?
E AGORA?
Conclamo a sociedade potiguar a lutar pela preservação daquela construção, exatamente no instante em que se pretende reviver a Rampa, um roteiro da velha Redinha.

segunda-feira, 6 de março de 2017

ACONTECEU HÁ DUZENTOS ANOS


        
                              

A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA

Por: CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES

Desde a expulsão dos holandeses em 1654 ficou latente um ideal nativista movido pela repulsa à discriminação dos portugueses em favor dos seus patrícios, agravada com as dificuldades oriundas de uma grande seca em 1816, gerando o contraste de uma exacerbação tributária e a escassez de mercantilização da produção do açúcar e do algodão e consequente período de miséria da população. Pernambuco teve papel de destaque no movimento, pela sua pujança econômica, ganhando o epíteto de “Leão do Norte”.
Esse descontentamento foi acrescido devido ao surgimento de ideais libertários advindos da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos frente à Inglaterra, despertando igual aspiração na América latina, caracterizada pelos desencontros na convivência entre os nativos e os reinóis.
Foi fundamental o evidente espírito eclesiástico então desenvolvido com a criação do Seminário Episcopal de Olinda, composto de intelectuais de profunda formação filosófica e política que levou a constituição de sociedades secretas, a partir da loja Areópago de Itambé, da Academia do Cabo e outras, máxime quando em 1814 foi fundada a Loja Maçônica Patriotismo, agregando Padres de grande valor, dentre os quais o potiguar Padre Miguelinho (Miguel Joaquim de Almeida e Castro), Frei Caneca (Joaquim do Amor Divino Rabelo) e, ainda, os Padres José Inácio de Abreu e Lima (Roma) – sumariamente fuzilado a mando do Conde dos Arcos quando tentava conquistar adeptos em Salvador, Deão Bernardo Luiz Ferreira e João Ribeiro Pessoa. A rebeldia contou em Pernambuco com cerca de 50 Padres e 5 Frades, daí ser conhecida, também, como Revolução dos Padres ou Revolução dos Letrados.
O movimento emancipatório estava em cogitação para eclodir em 8 de abril com o trabalho de algumas pessoas da região, como o comerciante Domingos José Martins, oriundo da Bahia, educado na Inglaterra e com a missão de estimular a criação de lojas da Maçonaria, Domingos Teotônio Jorge, Antonio José da Cruz (o Cabugá), José de Barros Lima (o Leão Coroado) e seu genro José Mariano de Albuquerque, José Luiz de Mendonça, Antonio Carlos de Andrada, Vicente dos Guimarães Peixoto e José Maria Vasconcelos Bourbon quando, em 6 de março, foi precipitada a rebelião face a uma ordem do Governo de Pernambuco em 1817, a cargo do Marechal José Roberto e do Brigadeiro Manuel Joaquim Barbosa de Castro para efetuar a prisão dos referidos revoltosos, no que este, ao tentar prender José de Barros Lima, foi pelo mesmo atravessado com sua espada. Nova investida foi ordenada pelo Governador através do Ten.Cel. Alexandre Tomás, que também tombou morto, provocando a fuga do Governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro, escondendo-se no Forte do Brum, depois de um grande confronto, dando início à revolta.
Foi organizado em 7 de março um governo provisório composto de 5 nomes, com representatividade das classes que apoiaram o movimento, tendo por Governador o Capitão Domingos Teotônio, representando o Exército, com apoio do Padre João Ribeiro Pessoa, representando o Clero, José Luiz de Mendonça, representando a Justiça e que redigiu um manifesto justificando a revolução, Domingos José Martins, pelo Comércio, Manoel Correa de Araújo, representando a Agricultura como, também, a participação de outras pessoas das classes produtoras, da magistratura, e homens considerados socialmente importantes. A posse ocorreu no dia 9 de março.
O Padre Miguelinho ficou como Secretário de Interior, mercê da sua grande capacidade de redigir documentos, coragem, poder de oratória, atributos consolidados com o seu trabalho de Professor de Teologia.
Miguelinho pertenceu à Ordem Carmelita da Reforma, onde tomou o nome de Frei Miguel de São Bonifácio. Contudo, pela diversidade de seus trabalhos, conseguiu do Papa Pio VII a secularização e ficou conhecido como Padre Miguelinho, haja vista ser um homem de pequena estatura física em contraste com o seu gigantismo de patriota.
O governo provisório buscou apoio dos estados mais próximos da região Norte e Nordeste, e também de outras Nações com resultados pouco frutíferos em razão da pressão das forças militares portugueses, e pela falta de apoio popular. A Bahia sucumbiu logo.
Foi criada uma bandeira na cor azul e branca, meio a meio, com o arco Iris, o sol e a cruz. Há controvérsias sobre a estrela colocada. Para uns foram 3, representando os Estados que aderiram (Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte). Mas outros Estados também se sublevaram, como Alagoas, Bahia e possivelmente contando com a simpatia do Ceará. O mais provável é que a bandeira preponderante foi criada com uma única estrela representando Pernambuco.
Para complementar o Governo, em 19 de março foi escolhido um Conselho ou Junta com mais 5 membros, composta do Ouvidor Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, o lexicógrafo Antônio de Morais Silva, o vigário-geral do bispado Deão Bernardo, o português Manuel José Pereira Caldas e o rico comerciante Gervásio Pires Ferreira.
No dia 18 de maio houve uma debandada dos revoltosos, ficando Teotônio Jorge como líder único, o qual no dia seguinte foi obrigado a também refugiar-se no Engenho Paulista.
Em 20 de maio Recife capitulou. O governo provisório durou 75 dias, sendo que alguns líderes, como Teotônio Jorge, Padre Souza Tenório, Antônio Henriques, Padre Roma e José de Barros Lima, foram capturados e condenados à morte. O Padre João Ribeiro suicidou-se. O Padre Miguelinho foi condenado e executado na Bahia. Outros, como Antônio Carlos, Pedro Ivo e mais cem revoltosos também foram sacrificados, culminando com o fim da Revolução Pernambucana, que se caracterizou pela revolta popular em busca do poder e por ser o último movimento revolucionário antes da Independência do Brasil, em 1822.
Frei Caneca foi preso e depois solto, participando do movimento da independência de 1822, depois na República da Confederação do Equador em 1824 até ser condenado à morte em 13 de janeiro de 1825, dando exemplo de valor e coragem
No nosso Estado, diante dos rumores de simpatias ao movimento pernambucano, o então Governador José Inácio Borges, pessoa reconhecida como de espírito culto, em 11 de março decidiu ter um encontro com o Coronel da Cavalaria Miliciana e grande proprietário de engenhos André de Albuquerque Maranhão no Engenho Belém (de propriedade de Luiz Albuquerque), até então seu aliado e em outro lugar próximo de Papary (Nísia Floresta) e depois com passagem pelos Engenhos Cunhaú, de André de Albuquerque, em Goianinha e Estivas de outro Andre, primo do primeiro tentando reforçar a reação aos revoltosos, mas não recebendo apoio para tal mister.
Após isso, movido por repreensão do Padre João Damasceno, André foi movido a dar ordem de prisão ao Governador. Era o dia 28 de março e André de Albuquerque assumia o Governo Provisório no dia 29, se instalando no prédio da Provedoria da Fazenda (hoje Memorial Câmara Cascudo).
Para garantir a sublevação contra a Coroa, o novo Governador contava com pessoas de grande influência como os Padres João Damasceno Xavier Carneiro e Antônio de Albuquerque Montenegro, Feliciano José Dornelles e dos membros dos núcleos de Martins, Portalegre e Apodi, os quais também instalaram seus governos republicanos no período entre 10 e 19 de maio.
Em verdade, a força maior que encorajou a instalação do Governo Republicano no Rio Grande do Norte foi a seleção de 16 oficiais de milícia, alguns parentes do novo mandatário e outros vindos da Paraíba, liderados pelo jovem miliciano Coronel José Peregrino Xavier de Carvalho, a quem alguns historiadores se referem como mártir revolucionário potiguar, considerada pessoa simpática e heroica, verdadeiro guarda de confiança, tanto que, ao ser convocado no dia 24 a retornar à Paraíba houve um fato de a Matriz de Nossa Senhora da Apresentação tocar 9 badaladas, que era a senha para uma contra revolta e a retomada do poder, deixando sem proteção o então governante.
André estava no palácio despachando quando foi surpreendido no dia 25 de abril por um grupo que vinha destituí-lo. Nesse momento recebeu uma perfuração com um sabre e foi conduzido preso para o Forte dos Reis Magos, onde veio a falecer no dia seguinte (26). Atribui-se, pelo dizer do próprio, que o gesto mortal partiu do cadete português Antônio José Leite de Pinho, embora ventilado pelo povo como o crime tenha sido perpetrado por Francisco Felipe da Fonseca Pinto.
Muitos correligionários negaram a participação e até houve negativa à revolta e ainda quem tramava contra ela, caso do Padre Feliciano José Dorneles, que foi membro do Governo Provisório, mas resolver mudar de lado, enquanto outros eram perseguidos como o Padre Pinto (Manuel Pinto de Castro), irmão de Miguelinho e duas mulheres, possivelmente as primeiras presas políticas da nossa história pátria, Bárbara de Alencar, de ilustre família cearense e Clara Joaquina de Almeida Castro, esta também irmã de Miguelinho.
Registra-se, com o acontecimento fatídico, gestos marcantes na história, quando a Senhora Ritinha Coelho, num gesto de respeito, manda que parasse o séquito que conduzia o corpo do Governador deposto e sobre o cadáver coloca uma esteira nova para servir de mortalha. O Padre Simão Judas Tadeu faz a encomendação, mas o miliciano João Alves do Quental, em pleno templo, tripudiou do corpo inerte, ficando sobre ele com esporas. O sepultamento aconteceu na Igreja Matriz, hoje a Catedral de Nossa Senhora da Apresentação.
Terminara assim o efêmero governo republicano no Estado do Rio Grande do Norte, deixando rastros de heroísmo e espírito cívico a par de outros nem tanto lisonjeiros.

REFERÊNCIAS:

CÂMARA CASCUDO, Luis. História do Rio Grande do Norte, 2ª Ed.FJA, 1984/ 134 az 140.
CASSIMIRO JÚNIOR. A Participação da Capitania do Rio Grande do Norte e da Maçonari Potiguar na Revolução Pernambucana de 1817. Ed. Gráfia Off Set, 2017.
ENCICLOPÉDIA DELTA LAROUSSE, vol 2. Ed. Delta, 1962/1062 a 1064.
GRANDES PERSONAGENS DA NOSSA HISTÓRIA, vol. II. Abril Cultural, 1969/333 a 348..
HISTÓRIA DO BRASIL, VOL. Ii. Bloch Editores, 1972/266 a 268.

INTERNETHistória Brasileira » Brasil Colônia. Revolução Pernambucana. Artigo de Tiago da Silva. Data de publicação: 17/03/2010.
NAVARRO DA COSTA, JUrandyr. Rio Grande do Norte. Os Notáveis dos 500 anos. Ed. Do autor, 2004.
PREFEITURA MUNICIPAL DE NATAL. 400 Nomes de Natal. Coordenação de REJANE CARDOSO, 2.000.
REVISTA DO IHGRN, vol. 94. Artigo de Manoel Marques Filho – Bicentenário da Morte de André de Albuquerque, 2016.
ROCHA POMBOHistória do Rio Grande do Norte. Ed. Annuario do Brasil, RJ e Renascença Portuguesa, Porto, março de 1921/237 a 260.
TAVARES DE LIRA, Augusto. História do Rio Grande do Norte. Ed. Senado Federal, vol. 167, 2012.
TESOURO DA JUVENTUDE, vol. 13. Gráfica Editora Brasileira, 1953/42 a 44.
TRINDADE, Sérgio Luiz Bezerra. Introdução à História do Rio Grande do Norte. Ed. Sebo Vermelho, 2015/123 a 133.



ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS-ANRL

A V I S O
A Academia Norte-Rio-Grandense de Letras - ANRL, para os fins e efeitos de direito, COMUNICA aos seus Membros Efetivos e TORNA PÚBLICO, a aprovação da reforma do seu Estatuto Social pela Assembleia Geral Extraordinária do dia 03(três) de novembro do ano de 2016 (dois mil e dezesseis), que substitui o anterior de 04 de janeiro de 1977, com alteração de 27 de novembro de 1979, contendo os TÍTULOS: I – DA INSTITUIÇÃO E SEUS SÓCIOS; II - DA ADMINISTRAÇÃO; III – DO PATRIMÔNIO E DAS FONTES DE RECURSOS; IV – DAS ALTERAÇÕES ESTATUTÁRIAS E DA DISSOLUÇÃO; V – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS, num total de 29 (vinte e nove) artigos, bem assim a Reforma do REGIMENTO INTERNO correspondente ao Estatuto Reformado, contendo UM INTRÓITO e os TÍTULOS: I – DA ADMINISTRAÇÃO; II – DOS ACADÊMICOS E DO PROCESSO DE ESCOLHA; III – DISPOSIÇÃO FINAL, contendo 35 (trinta e cinco) artigos, este aprovado na reunião de Diretoria realizada no dia 06 de dezembro de 2016, passando a valer a partir da data da publicação deste aviso, estando os textos completos publicados no Quadro de Avisos da ANRL.
Natal, 20 de dezembro de 2016
DIOGENES DA CUNHA LIMA
Presidente
LEIDE CÂMARA
Secretária-Geral
Exemplar 13879

Data: 04/3/2017 (publicação impressa)
OBS.: Foi publicado em 23/02/107, exemplar nº 13874 (de forma virtual).